Antígona, acima dos homens, representa nossa humanidade.
Uma mulhar, uma irmã, busca a diginidade a qualquer custo.
Polinices, seu irmão, morreu lutando na tentativa de recuperar seu trono tebano usurpado por Creonte.
Creonte, o temido rei de Tebas, acusa Polinices de trair a pátria e segundo sua lei impede o sepultamento ritual..
Eis a vingança cruel, insepulto vagará pelo inferno sem o descanso eterno..
Antígona lembra a Creonte que acima da lei do homem existe a lei dos deuses do Olimpo.
Mais que uma questão jurídica ou teológica o que a tragédia de Sófocles traz em sua essência é a dignidade inata de todo ser humano.
Antígona não se submete à lei do homem, apelando para a lei divina, mas o que não é dito, por interdito, é que é uma mulher que se insurge e desobedece.
Ismênia, sua irmã, nega-se a participar do sepultamento do irmão por se submeter ao patriarcado grego.
Antígona está só mas não desanima e prossegue, contra tudo e todos, decidida a enterrar ritualmente seu irmão.
Portanto, quando se falar de desobediência civil, recordando nomes masculinos como Thoreau, Gandhi, Luther King e Mandela é justo honrar Antígona, enterrada viva, por enterrar seu irmão.
Porto Alegre, 29 de dezembro de 2021.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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