Coruja estava mais triste que coruja de tapera.
Como sempre corujava os arredores de olho grande nalgum rato desavisado.
Foi quando ouviu, ao longe, o alarido do Quero-Quero.
Era grande o alarido e Coruja deduziu.
- Tá grande o bochincho, vou lá corujar.
Acertou em cheio. Tinha quero-quero por todo lado na maior algazarra.
Estava animado o baile do Quero-Quero e animado ficou Coruja.
Foi se aprochegando e logo estava bailando assanhado no meio dos quero-quero.
Como era de se esperar foi notado pelo bando de quero-quero.
Era um gritedo de quero-quero alertando a presença de Coruja.
Cercado de quero-quero foi logo piando:
É de paz, eu vim de carancho, mas só corujar!
- Carancho não és, mas coruja em baile de quero-quero não passa sem ser notada.
Foi aí que a Coruja arriscou um dito popular:
Como é bom baile de quero-quero! - piou Coruja, se tapando de quero-quero.
Moral da fábula gauchesca: em baile de quero-quero carancho não entra.
Porto Alegre, 22 de janeiro de 2022.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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