O filme "Belos Sonhos", dirigido por Marco Bellocchio é baseado na autobiografia de Massimo Gramellini.
Massimino ficou órfão muito cedo e passou sua vida sofrendo a perda precoce da mãe.
Criado pelo pai de forma autoritária perdeu o vínculo parental desenvolvendo defesas psíquicas particulares de arrepiar os espectadores.
Não aceitando a morte da mãe inventava histórias, mentia que a mãe ainda vivia e morava em outro país.
As mães de seu amigo e colegas são presença constante no filme, assim como as manias religiosas para ressuscitar a mãe.
Massimo tornou-se jornalista e teve a oportunidade de presenciar a morte de outra mãe em Sarajevo.
O trauma causado pela perda da mãe tem alcance universal a julgar pela reação do filho diante da mãe assassinada.
No caso em tela, Massimino adquire um bloqueio emocional expressado nas suas dificuldades de relacionamento pessoal.
O filme mostra que as mães não precisam morrer para serem perdidas pelos filhos.
A ausência delas é sentida pelos filhos quando estas saem para trabalhar, por exemplo.
Massimo tornou-se famoso ao responder uma carta de um leitor do jornal "La Stampa" de Turim.
Pela primeira vez expôs seu drama particular para aconselhar o leitor que reclamava da mãe para aproveitar sua companhia e abraçá-la.
Minha chamada para o filme seria, então: "Mães, melhor tê-las, mas como sabê-las?"
Porto Alegre, 20 de janeiro de 2022.
Imagem: cartaz do filme, Google
Edu Cezimbra
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