Filmes de ficção científica tem poder de profecia como já vimos em muitos casos.
No caso de "Lunar" o dom é de uma profecia autorrealizada.
O filme, em outras palavras, poderia ser ambientado na Terra, que mesmo assim não perderia seu caráter, embora com tintas distópicas.
Senão vejamos: uma pessoa isolada, seja na Lua ou na Terra, começa a falar consigo mesma.
A solidão pós-moderna é lunática, logo o personagem começa a alucinar.
A alucinação, seja onde for, é causada pela alta tecnologia.
Ou alguém que fala com um robô não estaria alucinando?
Ficar preso em um compartimento asséptico é ou não é típico de uma pessoa doente?
A esperança de sair do isolamento vira uma espera neurótica.
O filme é uma metáfora da atual condição humana.
Estamos, cada um, numa bolha, cercados por aparelhos eletrônicos, mas sem comunicação uns com os outros.
As corporações tomaram conta e fazem o que bem entendem com as pessoas ou planeta.
O operário foi clonado e o exército industrial de reserva engavetado.
O recado de "Lunar" é panfletário: volte pra Terra!
Porto Alegre, 27 de janeiro de 2022.
Imagem: cartaz do filme, Google
Edu Cezimbra
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