Filme desastre dos EUA sempre tem heróis.
"Não Olhe Para Cima" não foge à regra, mas apresenta muitos anti-heróis.
Talvez pela crítica ferina aos negacionistas, que são muitos, capitaneados pelo cínico ex-presidente Trump.
No filme, Trump é trocado por uma presidente com atuação hilária de Meryl Streep.
Outro personagem caricato que causa repulsa ao espectador é o assessor presidencial, filho da presidente, figura odiosa, interessado em bajular a presidente e garantir seu cargo.
Esta dupla contracena com o cientista (Leonardo DiCaprio) e sua estagiária que descobriu um cometa prestes a colidir com a Terra e causar uma extinção total.
O filme trata da ameaça de um cometa, mas poderia ser um vírus, uma catástrofe ambiental, um genocídio ou qualquer outra realidade que os negacionistas pretendam escamotear.
"Não olhe para cima" é o título da campanha negacionista da ameaça sideral e que quer explorar comercialmente o cometa, comandada por um guru do smarphone, uma mistura de Bill Gates e Steve Jobs.
O filme é uma tragicomédia, uma sátira ao comportamento alienado da sociedade estadunidense, uma farsa pela caracterização das personagens, sejam políticos, jornalistas, cientistas ou cidadãos anônimos.
Manipuladores e manipulados usam e abusam de bordões publicitários, tais como "o cometa vai gerar empregos para meus filhos".
Basta substituir cometa por "reforma trabalhista" para entender a ironia da história...
Recomendo, pois a maior catástrofe no filme é para os negacionistas, destruídos sem dó nem piedade pelo roteiro.
Enfim, um exemplo de como a ficção supera o fake news!
Porto Alegre, 7 de janeiro de 2022.
Imagem divulgação, Google:
Edu Cezimbra
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