Um dos membros do bando volta à "cena do crime" 50 anos depois. |
O bando ia até a Banda Oriental do Uruguai fazer contrabando.
Embarcavam em um espaçoso e possante Simca Chambord e se metiam pelo Pampa aberto rumo ao Quaraí, sempre por estradas vicinais.
- Pra fugir da fiscalização - dizia o chefe do bando.
Os outros membros do bando concordavam admirados com tanta astúcia.
E lá ia o velho Simca levantando pedra e poeira pelas estradinhas estreitas do interior gaúcho.
Havia paradas estratégicas para molhar os pés e as caras e arrefecer o calor do verão.
Ao chegarem próximo da fronteira retornavam à "carreteira" para adentrar na cidade.
Era tenso cruzar a ponte internacional porque havia as alfândegas brasileira e uruguaia para encarar.
Artigas, cidade uruguaia, era onde se comprava o contrabando.
Enchiam o bagageiro grande do carro com cerveja e carne uruguaias e de sobremesa traziam alfajores.
Também não podiam faltar as "galletas", as saborosas bolachinhas, e um "dulce de leche", para o lanche da volta para o Alegrete.
Apesar de todos os cuidados do chefe do bando eram parados pela fiscalização estadual.
Era preciso aliviar o bagageiro de algumas "Norteñas" para seguir a viagem com o resto do contrabando.
De volta para a base, o bando de contrabandistas comemorava com uma boa churrascada e algumas "Norteñas" puro malte.
Mais que uma contravenção era uma diversão para os membros do bando, composto pelos tios, os primos e os sobrinhos, o contrabando na Banda Oriental do Uruguai, nas férias escolares de verão!
Porto Alegre, 29 de janeiro de 2022.
Imagem: arquivo pessoal
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário