Se vivo fosse, Lima Barreto mudaria o título de seu romance satírico "Os Bruzundangas" para "The BrUSAdungas", tamanha a colonização cultural dos brasileiros e brasileiras.
Bem verdade que também em sua época a colonização cultural do Brasil era feita pela França, convenhamos, com muita classe e glamour.
Não faltou um sambista para escrever num samba que "tem muito francês no morro".
Madames, garçons e garçonnières abundavam num Rio que tentava parecer Paris.
Depois que os EUA invadiram e dominaram parte da Europa um outro sambista avisou que "o patrão mandou cantar com a língua enrolada".
Walt Disney deixou o Zé Carioca, acompanhado por patos e patetas, e levou Carmen Miranda, que voltou americanizada.
As madames foram para Miami e o sinhô quis ser chamado de dotô, adotando fumaças de "wasp": branco, anglo-saxão e protestante.
Não por acaso, os "bíblias" da época de Lima Barreto viraram crentes neopentecostais, "made in USA".
Sobrou "dog" e "xis" em cada esquina irrigados por cocas muito açucaradas e viciantes.
Por essas e outras é que acho que Lima Barreto atualizaria o nome de sua sátira para "The BrUSAdungas...
Porto Alegre, 3 de janeiro de 2021.
Imagem: cartaz de "saludo Amigos", Google
Edu Cezimbra
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