Assisti no Festival Cine Ceará o filme "5 Casas".
O filme já havia começado quando liguei a TV.
Logo percebi que a paisagem me era muito familiar.
As cenas, no campo e na cidade, evocavam lugares de minhas andanças pelo Pampa gaúcho.
Durante longos minutos tentei adivinhar onde se passava o filme...
Os entrevistados pelo diretor Bruno Gularte Barreto falavam com o sotaque acentuado dos gaúchos fronteiriços com o Uruguai.
Pelo casario antigo achei que fosse em Bagé.
Pelos campos abertos me pareceu Livramento.
Errei por pouco, o documentário foi rodado em Dom Pedrito, entre Bagé e Livramento.
Depois de me situar prestei mais atenção no roteiro do filme.
As "5 Casas" que dão título ao filme se referem a casas de pessoas que marcaram a vida do menino Bruno.
Órfão precoce de pai e mãe, depois de muitos anos longe de sua cidade natal ele retorna para recuperar a memória de suas origens.
As fotos recuperadas de uma tapera da estância da família foram amplificadas pela projeção no muro de uma das "5 Casas".
A passagem da câmera pelas casas ajuda a recuperar a memória apagada da infância traumática.
As perguntas que tinha foram respondidas pelos mais velhos que conheceram ou conviveram com seus pais.
Tão importante quanto os velhos são os amigos, especialmente o amigo homossexual.
Como em toda cidade pequena as relações são muito policiadas e Bruno e seu amigo gay não escaparam dessa vigilância moralista.
Enfim, um filme bem familiar para quem morou em uma cidade do interior, portanto universal no que diz respeito a nossa humanidade.
Porto Alegre, 11 de março de 2022.
Imagem:divulgação, Google
Edu Cezimbra
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