O maior espetáculo da Terra:
- Hoje tem espetáculo?
- Tem, sim senhor!
- Vocês querem marmelada?
- Queremos, sim senhor!
Quem nunca foi ao
circo? Pois pasme, hoje, muita gente não sabe o que foi “o maior espetáculo
da Terra”.
O filme "Bye, bye
Brasil", dirigido por Cacá Diegues, retrata de forma melancólica a
luta de uma caravana de circo mambembe para sobreviver após o advento da TV
nas pequenas cidades do interior do Brasil.
Mas por falar em
circo, lembro de um filme que assisti quando menino...
Mostrava com
profusão de detalhes o cotidiano de um grande circo. As coisas iam
bem até “o circo pegar fogo”. Acho que era em um acidente com o
trem em que o circo viajava.
Bom, não importa
como o circo terminava, o que importa em nossa breve crônica de
costumes é que circos são bons lugares para encenar tramas de amor
e ódio.
Há muitas disputas internas, conflitos, ciúmes, traições,
enfim, todos os “ingredientes” para prender os espectadores.
“Um instante,
maestro”, diria o Flávio Cavalcante, mas então o circo não
morreu!
Como assim? pergunta
um curioso e raro leitor…
Outro leitor mais
assíduo dirá que já está percebendo as segundas intenções desse
blogueiro metido a escritor.
Acertou quem
percebeu que “o espetáculo não pode parar”, “o show tem que
continuar”, mas botando fogo no circo...
Façamos um
parêntese: desconfio que as origens do circo têm a ver com o
“circus” romano em que inimigos do estado eram jogados às feras
para delírio da plebe e da nobreza romana.
Ou seja, mudam as arenas e os picadeiros, mas os motivos permanecem os mesmos,
lamentavelmente.
Atualmente, o
“lugar” onde os inimigos políticos são jogados às feras é a
TV e o “espetáculo não pode parar” é levado ao pé-da-letra com transmissões ao vivo durante as 24 horas massacrando as vítimas com
requintes de crueldade.
E aí, meu caro e
raro leitor, “Bye, bye Brasil” é um conto de fadas perto desse
“circo de horrores” que se tornou a mídia comercial brasileira…
Porque já não
basta jogar os cristãos às feras - tem que dar um acachapante 7 X 1 com um sonoro “Bye, bye
Brazil”...
Porto Alegre, 23 de abril de 2018.
Imagem: Banco de Conteúdos Culturais
Edu Cezimbra
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