Palavras árabes são largamente usadas mundo a fora; recordo algumas de
memória: algarismo, álcool, alambique, álgebra, alquimia, enfim
palavras que denominam coisas, pessoas, animais, alimentos, todas descobertas e aperfeiçoadas pelo mundo árabe.
Para ter uma ideia
da importância desse conhecimento árabe basta lembrar que durante a
Idade Média europeia, todo o conhecimento dos gregos foi preservado
pelos estudiosos árabes onde foi aplicado nas várias áreas do
saber universal.
Posto isso, imagine
se todas essas palavras fossem banidas de nosso vocabulário por
serem árabes.
Pior ainda, proibir
pessoas de outras nacionalidades de falar com árabes…
Pasme, mas hoje
grassa no mundo ocidental uma fobia social contra os árabes.
Cunhou-se até uma palavra: “islamofobia”.
Vamos colocar de
outra forma: imagine a situação surreal de proibir o uso de algumas
expressões tais como “direitos humanos”, "direitos trabalhistas”,
“ocupação”, “arte”, “cultura” por afrontarem “a moral
e os bons costumes”.
Então, tanto a
“islamofobia” quanto a demonização de partidos, movimentos
sociais, minorias têm muito em comum, pois são disseminadas por
políticos que se dizem defensores da “ordem e progresso”, estimuladas pela mídia corporativa e repercutidas pelas redes sociais
Fique registrado que
esse tipo de manifestação preconceituosa não se limita aos árabes, também se estende a trabalhadores, indígenas, quilombolas,
feministas, refugiados e imigrantes, todos os que ameacem não “a
moral e os bons costumes” mas o “status quo” e o
“establishment”.
Portanto, caro e
raro leitor, é preciso estar atento e forte, valendo-nos de toda
inteligência e coragem para coibir manifestações que agridam e
ameacem nossa incipiente democracia.
Não se pode transigir com o fascismo.
Porto Alegre, 26 de abril de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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