O filme de
ficção-científica "No limite do amanhã" (Edge of tomorrow) mostra que é preciso morrer muitas vezes até
aprender a não repetir o erro.
Não sei se o
roteirista do filme é místico; já eu me atenho aos aspectos,
digamos, filosóficos do filme em tela.
Ao assistir o filme
ocorreu-me que se presta bem a uma analogia com a história tão repetitiva do nosso
país.
A morte ocorre enquanto
repetição até aprendermos a lição, isto é, até não se
repetirem os mesmos erros.
O personagem morre e
ressuscita sempre no mesmo dia, o que se repete muitas vezes. Só ele
se recorda dos erros que levam todos ao desastre amanhã.
“Amanhã será
outro dia”? Não até ouvirmos quem sabe o que acontecerá amanhã,
caso sigamos agindo do mesmo modo.
Ou seja, se não
forem evitados os equívocos que costumeiramente repetimos não
haverá um amanhã, mas a repetição do mesmo dia.
No Brasil, sempre é
bom lembrar, já houve um dia 31 de março, que se tornou o mais
longo primeiro de abril da nossa história.
Aliás, eternizado
pelos nossos políticos lenientes e pusilânimes no que diz respeito à remoção de
um arraigado entulho autoritário.
Entulho autoritário que se parece ao aparelho
autônomo que aniquila a todos no filme.
No Brasil, apesar de todos os mecanismos constitucionais, a batalha é perdida contra o
conservadorismo autoritário, que anula qualquer tentativa de
democracia.
No filme, o clímax
acontece quando não há mais possibilidade de ressuscitar, ou melhor, de
voltar no tempo.
Acho que também chegamos a um clímax na Brasil, já que não podemos nos permitir voltar no tempo...
Porto Alegre, 9 de abril de 2018.
Imagem: divulgação
Edu Cezimbra
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