No "país sem nome" o estado é mínimo, mas tão mínimo que cabe em uma saleta, mesmo assim sub-locada para cobrir as despesas.
Os habitantes desse "país sem nome" não são chamados de cidadãos mas de "colaboradores".
Bens comuns, tais como água e energia elétrica, são consideradas "commodities".
Escolas foram todas fechadas, agora tem só "educação à distância", paga, naturalmente...
Saúde só nas Farmácias do "Seu Janjão", porque tratamentos médicos têm preços proibitivos.
Palavras obscenas no "país sem nome": todas as que contenham direitos: direitos humanos, direitos trabalhistas, direitos das mulheres, direitos políticos, inclusive o Direito.
Manifestações de protesto, nem pensar! Mas se os "colaboradores" ouvirem um "plim plim" saem todos salivando para a rua para gritar o que o dono mandar.
Para entender o alcance dessas proibições basta dizer que a Constituição Federal foi substituída pela Bíblia, com ênfase no Velho Testamento e seus preceitos morais.
A mídia é uma mídia só embora tenha muitos jornais, rádios e TVs, mas todas repetem as mesmas mentiras regularmente.
Partidos políticos, a mesma coisa, tem muitos, mas todos seguem a cartilha neoliberal.
Como o país sem nome vai participar da Copa do Mundo, mais uma vez, com uma seleção de "estrangeiros", foi preciso escolher um nome ou uma sigla para manter a proposta da falta de identidade. Entre eles, os mais cotados são:
EIA - Estados Independentes do Agronegócio
ESA - Estados Sociedade Anônima
ECIA - Estados Companhia Limitada
A escolha não será em um plebiscito (outra palavra proibida) mas por publicitários regiamente contratados.
Por falar em publicidade, já tem cineasta dirigindo uma série sobre o país sem nome (por enquanto). A série já tem nome: "Tatcher no País das Maravilhas".
Ah sim, o presidente do "país sem nome" é chamado de "CEO" e foi escolhido pela Diretoria, encantada com sua proposta: "liberal na economia e conservadora nos costumes".
Porto Alegre, 5 de abril de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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