“… vamos dar a meia volta / volta e meia vamos dar...”
A cantiga de roda
ecoa através dos tempos ancorada no passado distante para se fazer
presente nas lembranças de infância.
Volta e meia
reaparecem momentos que pareciam passados… e uma meia volta é
feita quase que compulsivamente.
Preste atenção que
é uma volta… e meia… sim, é uma volta acrescida de algo mais. E
é esse algo mais que faz com que a volta seja- se não diferente- acrescida de outros momentos.
Não é regressão a
um passado distante mas um ensaio sobre um movimento que se parece
mais com uma experiência reformada.
O momento passado, quando recuperado, é tingido com nuances de outros sentimentos e
nunca mais, para o bem e o mal, será o mesmo…
Uma simples cantiga
de roda pode e deve ser cantada de novo mas nunca mais terá o mesmo
tom marcado por passos na calçada, o brilho no olhar e o riso de
crianças a finalizá-la.
O que não nos impede de dar a meia volta quando a situação exigir e, enquanto é tempo, o jogo de cintura permitir...
Porto Alegre, 9 de maio de 2018.
Imagem: Ciranda, Glênio Bianchetti
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário