Pasme, tem marmanjões que ainda brincam de "Forte Apache"!
Não é o meu caso, juro pelo Gerônimo.
A lembrança do Forte Apache veio por causa dos desdobramentos do brinquedo.
Escrevo desdobramentos porque é um termo adequado.
Explico. Depois de um tempo brincando de acordo com as "regras", o forte foi se desmontando.
Os índios e os soldados viraram moradores de uma cidade moderna.
Andavam de carro em rodovias pavimentadas por mim e meus amigos da "zona".
As ruas eram feitas com um cimento extraído de sobras endurecidas de alguma reforma.
Havia casas (do Forte Apache), prédios com os blocos de madeira do "Pequeno Arquiteto" e muitas miniaturas de carrinhos.
Era um "minimundo" feito por nós...
Hoje, quando lembro destes brinquedos inocentes de criança, dou-me conta do quanto éramos (e somos) fortemente influenciados pela visão de mundo hegemônica.
Embora fizéssemos de soldados é índios, moradores de uma mesma cidade - e isto já é ideológico -, esta era grande, com muitos carros e prédios.
Enfim, não se pode exigir muito de crianças, mas, por favor, adultos brincando com Forte Apache já é demais, não?
Porto Alegre, 20 de julho de 2021.
Imagem: Forte Apache, Pinterest
Edu Cezimbra
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