“Quem come e bebe
não conspira!”, sentenciou o português Caetano Pinto, governador
de Pernambuco, em 1817.
Teve de engolir suas
palavras de ceticismo. Após um incidente entre um negro brasileiro
integrante do “Batalhão dos Henriques” e um português que
ofendera os brasileiros na festa de libertação de Pernambuco do
domínio holandês, o governador emitiu uma ordem do dia. Isso
acirrou os ânimos dos pernambucanos que se revoltaram.
Errou feio o
administrador português na época. Provavelmente, os bravos
pernambucanos, por comerem e beberem bem, tinham brio para se
rebelarem diante de uma ordem injusta e arbitrária...
Hoje, ficaria
surpreso com o quanto sua frase de efeito é acertada. Tese defendida
por analistas políticos que afirmam que os trabalhadores se
acomodaram na sociedade de consumo.
Com o volta da fome
no Brasil, durante o governo de Temer, até arrisco uma “máxima”
em contraposição à do português do início do século XIX: quem
não come e não bebe não conspira.
Até o momento
parece acertada, mas aqui entre nós, caro e raro leitor, espero
estar redondamente enganado como estava o português Caetano Pinto
de Miranda Montenegro, capitão-general de Pernambuco, por volta de 1817.
Porto Alegre, 3 de agosto de 2018.
Imagem: pintura de José Cláudio da Silva
Edu
Cezimbra
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