sexta-feira, 31 de maio de 2019

Ao sabor dos ventos































Porto Alegre, 31 de maio de 2019.

Imagem: Monet, Pinterest

Edu Cezimbra

As Novas de Maio de 2019


Onde a ignorância fala, a inteligência cala.

Os direitos trabalhistas foram escritos por medo do comunismo, agora estão sendo apagados por falta dele.

Rancor e feijão cozidos não devem ser guardados pelo risco de intoxicação.

Já disse um sábio: para toda pergunta complexa há uma resposta simples, e errada.


Previsão poética: 
cerração baixa, 
no espelho d'água
Narciso não se acha

TTs #CancelBolsonaro recomende a dieta do spa...esparadrapo pra ele parar de falar merda e causar vexames ao Brasil no exterior.

Se o técnico agora é professor por que o Vasco não contrata logo o Mestre ao invés do Dunga?!!

Na cerração 
pessoas passam 
em brancas nuvens

Quando as velhas superstições se juntam com as modernas obsessões e perversões aparece o fascismo.

Se o nazismo é de esquerda. o Bolsonaro é esquerdista...

Em sociedade doente manter-se saudável é revolucionário.

Balbúrdia e Pelados é o lema de Pindorama!

Conservador ianque afirmou que o Estado de Bem-Estar morreu. Se o que nos restou foi o Estado de Mal-Estar, Freud explica...

Há quem prefira o inferno a dar o braço a torcer e a mão à palmatória

Alguém abaixo da crítica não faz a auto-crítica..

Xingar o Lula de cachaceiro é coisa de maluco brasileiro.

Junto com a liberação de armas para "cidadãos de bem" vem embutida a eutanásia.

Só para constar: presidente eleito democraticamente deve respeitar a Constituição, - caso contrário é um ditador.

"Nada dura para sempre", título reconfortante de um romance.
 - Oremos para Sheldon...

Quem confunde Kafka com kafta não poderia estar no Ministério da Educação, mas no MOBRAL

Quem não aceita o método Paulo Freire de alfabetização cultural que vá se alfabetizar no MOBRAL.

Freud explica como desejo anal por objetos fálicos - recalcado -o porte de armas.. 

Neste faroeste caboclo não tem lugar pra xerife nem "mocinho".

Há quem prefira muros altos para não ter que saltar.

Andam dizendo por aí que o Bolsonaro liberou o porte de armas para formar sua milícia. Se for, está se achando o próprio Hitler.

Nem todo psicopata é "serial killer"- mas quando assumem o governo tornam-se genocidas.

Listas são feitas para serem compridas.

Os povos indígenas precisam de todo o nosso apoio para seguirmos sobrevivendo, se é que me entendem...

Nem tudo que é dito é feito, mas "todo dito é um feito", - já disse um filósofo.

Era uma vez um ministro da justiça que não queria ser ministro do STF...

Em um mundo envenenado, comer orgânicos é um ato revolucionário.

Poetas não competem entre si porque sabem que são incomparáveis, - além de modestos.

A solidão moderna não é estar só, - mas estar sem internet.

Quando vejo os empresários que apoiam esse desgoverno entendo o tamanho da crise.

Segundo Bolsonaro quem defende a Edução são "idiotas úteis" (sic), então quem não defende são "idiotas inúteis"?

1888, "Lei Áurea" liberta os negros escravizados brasileiros; 1890, Código Penal racista, criminaliza e aprisiona os negros.

O macaco Simão informa que os "idiotas inúteis" estão todos no governo Bolsonaro.

"Quem não tem competência não se estabeleça", mas não vale para o desgoverno Bolsonaro.

Depois de premiar a si mesmo, nos EUA, Bolsonaro já é chamado de "self fake man".

Bolsonaro posa ao lado de um japonês mostrando o tamanho...do cérebro.

"No mato sem cachorro": quando o eleitor do Bolsonaro percebe que o tiro foi no próprio pé e a cachorrada fascista fugiu...

Não pode haver intelectuais onde só há telespectadores (parafraseando Habermas).

"Cirinho" compara Lula a um "defunto eleitoral" sem perceber que depois das eleições de 2018 fala dele mesmo.

Que coincidência, "guarda-costa" negro do Bolsonaro é a cara do Gregório Fortunato, o "Anjo Negro" do Getúlio, antes do suicídio.

Bolsonaro está confiante que ganhará o prêmio "Self Fake Man do Ano" concedido pela CIA, apesar da concorrência de Moro e Guaidós.

Lembram aquelas acusações de enriquecimento ilícito do Lulinha. Então, eram do filho do presidente... Bolsonaro.

De uma olavete sobre o desgoverno Bolsonaro: 
"Melhor que um peido platônico é uma cagada homérica".

"O problema essencial da educação é dar exemplos", dizia Turgot: o que mais temos são exemplos de falta de educação do governo.

Ain, o Lula não faz auto-crítica... 
- Você primeiro...

"Bolsonaro está só"... 
- Sim, já viu alguém querer andar mal-acompanhado?!!

Do Olavinho: "Passam as merdas, passam os anos, só não passa o cu do Caetano."

O Ministério da Saúde alerta: Ler é prejudicial à ignorância.

Todo governo tem o país que merece...

O Chico Buarque recebe o Prêmio Camões; o Bolsonaro o "prêmio copés"...

Entre morrer trabalhando ou morrer por falta de trabalho existe a rua, - se é que me entendes...

A História esquecida é a que não é contada.

Brasil 2018: cansados de eleger "o menos pior", os brasileiros elegeram o Pior (kakistocracia).

Em terra de psicopatas quem tem razão é preso.

Não confunda estudar em Harvard com ver Jesus em árvore.

Lembro que no impeachment da Dilma tinha quem gritasse "pela família". Agora entendo: era pela "família Bolsonaro"...

Mais um filósofo direitoso chamando o Bozo de burro. Eles não são burros... são ratos abandonando o navio que afunda.

Bloco de gelo com mais de 200 Km se rompe na Antártida. 
- Ah, é urgente esta reforma da Providência...

"Há van pro Véio", novo aplicativo de transporte de véio.

Onde Há van Há véio...

A dor intolerável é a causada aos outros.

Não confunda jurisprudência com juiz sem prudência.

Tem quem ache que adorar a Jesus em árvore é o mesmo que fazer doutorado em Harvard.

Nas manifestações de hoje pouca gente do PSL: Partido Só de Laranjas, mas muitos militantes do PCB: Partido Contra o Brasil.

O "rosto amigo" do fascismo é uma máscara de super-herói. Super-herói é coisa de HQ ou filme, na rua vira "super-mico".

Em tempos sombrios, o sol aproveita qualquer brecha nas nuvens cinzentas para avisar que ainda brilhará por mais 5 bilhões de anos.

Ato na Av. Paulista ocupou várias quadras, mas o público estava espalhado, deixando espaços vazios. -Não é carnavalesco quem fala.

O risco de fazer piada é ser levado a sério. - Ou pior, ter que explicar a piada...

Mulher do Renato Aragão reclamou que aeroportos parecem rodoviárias com gente de chinelos e bermudas. Apagou o vídeo, por quê?

Reclamação que não vira reclamatória não entra para a História, se é que me entendes.

"O entendimento é diferente da compreensão." - Entendi, mas não compreendi...

A literatura é uma liteira para o literato...

Já parou pra pensar que tudo que dá errado nos EUA eles mandam pro Brasil?

A prova dos nove do desgoverno Bolsonaro é "noves fora" 17.

"Se estivesse unido ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor." - Montesquieu, comunista!!!

Desgoverno Bolsonaro: em 20 minutos tudo pode piorar.

O amor é amoral porque a moral proíbe o amor.

Macaco Simão falou que dormimos em 2019 e acordamos em 1964. Pior, nunca saímos de 1964...

"Deus não escolhe o capacitado, mas capacita o escolhido!
Como assim?!! -Aspirou uma longa carreira....

Quem pensa como prego só quer se empregar, já o martelo só quer pregar...

Se o Brasil fosse um caminhão estaria desgovernado ladeira abaixo..

Se o Brasil fosse um avião: "apertem os cintos, o piloto sumiu"...

Se o Brasil fosse um navio, o capitão iria colocar isso aí à deriva...

Em dia de muita chuva as árvores choram bêbadas de tanta água...

Facebook, maio de 2019.

Charge: Lafa

Edu Cezimbra

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Um Homem Bom


Um professor universitário de literatura é proibido de ensinar sobre autores banidos pelo regime, sob pena de ser demitido por seu chefe de departamento.

Seu psicanalista e amigo de longa data interpreta uma obsessão do professor da seguinte forma:

- Nós pusemos o país nas mãos de um louco. Refugiar-se  em uma fantasia pode ser uma resposta racional a um mundo irracional.

Por ironia da história, o louco se interessa por um livro escrito pelo professor, descrito assim pelo próprio para uma aluna apaixonada por ele:

- Um homem que mata a esposa porque a ama, ela tem uma doença incurável.

Por isso, o professor é cooptado para servir o estado totalitário e justificar seus crimes contra a humanidade, com essa cínica racionalização, por parte de um funcionário do alto escalão do regime:

- Seu livro é uma defesa inteligente da eutanásia pelo bem da humanidade.

Este mesmo burocrata lhe mostra cartas de pessoas comuns como provas "do espírito inigualável de renovação em nosso país."

Quando o amigo psicanalista questiona sua decisão, o professor se defende, afirmando:

- Ele é uma piada, não vai durar muito...

Vicente Amorim é o diretor desse filme sobre um estado autoritário que atinge milhões de pessoas inocentes com seus crimes contra a humanidade.

Embora pareça acontecer no Brasil contemporâneo, o filme não é de um diretor pernambucano, mas retrata o nazismo e os seguidores fanáticos de Hitler.

Fica a pergunta da jovem amante do professor quando este se dispõe a ajudar o amigo psicanalista judeu:

- Você arriscaria tudo o que temos por ele?!!

Trailer de "Um Homem Bom":


Porto Alegre, 30 de maio de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra


Pra aquecer a noite fria

Pra aquecer a noite fria,
fogo aceso no fogão,
“enquanto a chaleira chia,
o amargo vou cevando”.
Pra reforçar a caloria
uma batata-doce, no forno,
despacito, vou assando...



Porto Alegre, 30 de maio de 2019.

Imagem: foto de Francisco Cezimbra

Edu Cezimbra

quarta-feira, 29 de maio de 2019

terça-feira, 28 de maio de 2019

Carta Anônima


Outro dia, recebi uma carta anônima com o seguinte teor:

" Embora parecidas as palavras saciedade e sociedade são contraditórias, ou seja, não combinam.

Sociedade combina muito mais com soledade, porque a solidão social é uma condição para se viver em sociedade.

No popular: a sociedade exige "cada macaco no seu galho" para não "quebrar este galho".

Solidariedade nesta sociedade capitalista é uma formalidade jurídica, portanto mais vale ser anti-social do que sociável em uma sociedade da iniquidade.

No fim das contas temos uma sociedade civil como fórmula civilizatória para a barbárie capitalista. 

Para quem não gostou, lembro que em sociedade anônima o que mais tem é carta anônima."

Assinado: A

Como vemos é uma carta anônima curta (como toda carta-anônima que se preze) .

Quanto ao "A", presumo que seja a inicial de "Anônimo"...ou, talvez, de "Anarquista"... 

O autor desta carta anônima desafiou-me a publicá-la no meu blog por considerá-la "subversiva" (sic) e por saber do alcance do mesmo (nem tanto, nem tanto...).

Pois  aí está, caro e anônimo leitor, a tua carta publicada, sem comentários.

Atenciosamente,

ESC


Porto Alegre, 28 de maio de 2019.

Imagem:

Edu Cezimbra




Caminhos da Salvação


Sóbrio

Como um pastor
Caminha reto
Na direção do Senhor


Sonso
Como um rebanho
Caminha tonto
Na direção do Inferno


Simples
Como um pobre
Caminha feliz
Na direção do Céu



Porto Alegre, 28 de maio de 2018.

Imagem: Oleg Shuplyak, Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Fascismo de "rosto amigo"


James Petras fala de um certo fascismo de "rosto amigo" ao se referir ao "estado policial" nos EUA, implantado após o 11 de setembro.

Aqui para nós, pelas características elencadas, diria que é um fascismo com "cara de poucos amigos"...

Ou prender por delação e condenar sem provas apenas pelo fato das pessoas serem de religião muçulmana é coisa de amigo?

O que me chamou atenção no artigo publicado em 2002 pela Revista "Caros Amigos" foi justamente intitular os EUA como "O País dos Delatores",

O meu caro e atento leitor já sabe onde quero chegar, não?

Se pensou no Brasil atual, bingo!!!

Hoje, como sabemos, o Brasil adotou esse "estado policial" baseado em delações premiadas contra os "inimigos políticos" e criminalização das minorias raciais, étnicas, de gênero e de orientação sexual.

Não por acaso, o principal nome deste estado autoritário foi aprender com os ianques estas táticas de "lawfare" e foi representado como o "Superman" nas manifestações de ontem (26 de maio).

Nada mais sugestivo de quem são os inspiradores deste tipo ridículo de boneco de desfile.

Aqui, o "rosto amigo" do fascismo é uma máscara de "super-herói".

Por isso, um conselho aos autores deste tipo de boneco: deixem o "super-herói" para as HQ e o cinema, porque nas ruas brasileiras vira "Supermico"...


Porto Alegre, 27 de maio de 2019.

Imagem: IHU

Edu Cezimbra

sábado, 25 de maio de 2019

O Bicho Papão e o Bode Expiatório



No país do Bicho Papão a coisa estava feia. O país passava por uma profunda depressão e havia pouca comida...

O Bicho Papão ouviu sua barriga roncar de fome, mais uma vez. Botou o focinho peludo para fora de sua caverna e sentiu uma catinga forte no ar.

- Chuif...chuif... isso é catinga do Bode Expiatório - salivou o Bicho Papão.

Diante dessa possível refeição tão desejada resolveu arriscar e saiu sorrateiramente de seu esconderijo.

Fazia dias que não comia ninguém, o que lhe deixava louco de fome e diminuía seus cuidados. 

Ocorre que o Bicho Papão tinha motivos de sobra para se sentir prisioneiro em seu próprio país.

Havia, de fato, uma forte comoção contra ele, alimentada pelo mito de que ele comia criancinhas.

Os "cidadãos de bem" estavam armados até os dentes e dispostos a uma caça às bruxas.

- Que ironia da história - pensou ele - logo eu que ajudo as criancinhas a dormirem mais cedo, povo ingrato!

Por isso, as precauções do Bicho Papão em sair de sua caverna...

A catinga do Bode Expiatório ficava cada vez mais forte a cada passo do Bicho Papão.

Quando se deu conta estava diante dele mesmo, preso em uma jaula.

- O que aconteceu, como vim parar aqui?!!

- Ah, esqueci que antes de prender o Bode Expiatório é preciso torná-lo um Bicho Papão - concluiu ele, atônito e consternado.

Moral da Fábula: em tempos de vacas magras sempre criam um bicho papão para servir de bode expiatório.

Porto Alegre , 25 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra



sexta-feira, 24 de maio de 2019

Visão de Mundo


Porto Alegre, 24 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Design: Canva

Edu Cezimbra

Memórias de forno e fogão


Às vezes, pegar uma batata quente nas mãos não é de todo ruim... pegar uma batata-doce quente, direto do forno do fogão a lenha, manjar dos deuses em uma noite fria!

Por falar em manjar dos deuses, melhor que pinhão cozido é pinhão assado na chapa do fogão a lenha!

O aroma da café matinal passado num coador de pano a se espalhar pela casa...


Alguém até pode argumentar que fogão a lenha dá mais trabalho, espalha fumaça, mas tudo isto é recompensado pelo prazer de cercar o fogão e saborear estas delícias.

Fogão a lenha, panela e chaleira de ferro chiando, tudo nos remete à um tempo que tínhamos mais tempo para desfrutar as coisas boas da vida...


Porto Alegre, 24 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra


quinta-feira, 23 de maio de 2019

Luzes da Rua













Porto Alegre, 23 de maio de 2019.

Imagem e design: Google

Edu Cezimbra

Penso, logo existo


"Cogito ergo sum", já disse Descartes.

"Penso, logo existo", ou "Eu penso, logo Eu existo", eis a questão que nem Shakespeare formulou.

Como sabemos, o "método cartesiano" foi pensado para se contrapor ao pensamento religioso da época medieval em que "eu não existo sem Deus".

Obviamente, Descartes não disse a frase completa : "Eu penso sem Deus, logo existo", porque pensava antes de falar.

Se dissesse deixaria de existir mesmo pensando...

Descartes, que não era bobo, fez uma espécie de acordo tácito com os igrejeiros: dividiu o mundo, fez um "Tratado de Tordesilhas" entre a matéria, que batizou de "res extensa" e o espírito, "res cogitans".

Descartes prezava a sua "res extensa"... mas cobiçava a "res cogitans".

Fez como os portugueses com o "Tratado de Tordesilhas": foi avançando território adentro da "res cogitam".

Resumo da ópera cartesiana: quando a igreja percebeu já era tarde, tinha perdido "as missões"...

O que Descartes não deduziu (nem podia) com seu método foram as consequências trágicas do "cogito, ergo sum": o solipsismo moderno que culminou na cínica "pós-verdade".

Ao que um índio velho perguntaria a Descartes: "eu penso a partir do que e de quem, cara-pálida"?!!


Porto Alegre, 23 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra




quarta-feira, 22 de maio de 2019

Galerinha medonha


Joãozinho
Moleque serelepe
Tá com pé que é um leque
Pra sair bem de fininho

Mariazinha
Moleca sapeca
Tá com a mão na caneca
Pra beber cacau sozinha

Mimi
Gatinha levada
Tá com a pata levantada
Pra roubar o sashimi

Totó
Cusco barulhento
Tá que é um sarnento
Pra latir e dar um susto num bocó

Joãozinho e Mariazinha
Mimi e Totó
Esta galerinha
É medonha como ela só!



Porto Alegre, 22 de maio de 2019.

Imagem: Pedro Bascon, Pinterest

Edu Cezimbra

terça-feira, 21 de maio de 2019

A Raposa e as Galinhas


Por essas circunstâncias fabulosas as galinhas pegaram nojo do Galo.

- Esse Galo não nos dá descanso, sempre cantando de galo!

- Galo safado, não pára de nos aporrinhar!

- O Tucano me disse que a culpa é do Galo!

- Fora, Galo! - cacarejavam as galinhas vestidas como canarinhos.

Foi tamanha a campanha difamatória contra o Galo que as galinhas rejeitaram até o Garnizé, como substituto para cuidar do galinheiro.

O problemas foi eleger  quem iria cuidar do galinheiro depois que o Galo foi preso.

Foram rejeitados o Tucano, o Urubu, o Pato e o Papagaio por terem penas e bicos como o Galo.

O Boi, o Cavalo e o Jumento por serem operários por natureza.

A Raposa foi o bicho que mais perseguiu o Galo e, por isso, ganhou a simpatia das galinhas sendo eleita para cuidar do galinheiro.

Não demorou muito para as galinhas perceberem o tremendo erro que cometeram.

As galinhas foram diminuindo a cada noite até que o galinheiro ficou às moscas.

A Raposa, gorda e lustrosa, foi passear em Foxland, onde as galinhas são sempre fritas.

Quanto ao galinheiro virou aviário, onde o Galo não entra, e quem manda é a Raposa.

Moral da Fábula: "Para cuidar do galinheiro antes de mais nada a Raposa mata o Galo."

Porto Alegre, 21 de maio de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra



O escritor e o público




















Porto Alegre, 21 de maio de 2019.

Imagem: foto de Francisco Cezimbra

Design: Canva

Edu Cezimbra

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Frases para caminhões

 Navegar é preciso, viver não é preciso.

"Viajo porque preciso, volto porque te amo" é uma frase do para-choque de um caminhão que virou título de um bom filme nordestino.

Arrisco-me  sugerir umas frases para nossos temerários caminhoneiros, sem a pretensão de vê-las pintadas nos para-choques de seus caminhões, muito menos que virem título de filme.

- Se a viagem tem um destino, então o viajante é um predestinado.

- Sair sem um destino certo é um desatino.

- Estou desatinado, por isso não tenho um destino.

- O viajante é um exilado que se anistia para voltar para casa.

- Viajo de caminhão porque não tem trem.

- Viajo quando pego um frete, senão fico em casa.

- Caminhão vazio não anda.

- O caminhoneiro só é solidário com o seu caminhão.

- O caminhão anda quando a economia também anda.

- Tchau, querida!... Volta, querida!!! 



Porto Alegre, 20 de maio de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

domingo, 19 de maio de 2019

Maldito


Porto Alegre, 19 de maio de 2019.

Imagem: Émile Zola por Édouard Manet, Pinterest

Design: Canva

Edu Cezimbra

Capitalista Fuleiro


"Capitalismo fuleiro", categoria criada pelo poeta e economista Lula Miranda, articulista da revista Caros Amigos, lá pelo futurista ano 2000, cada vez mais em vigência, no Brasil.

O Lula, autor desta coluna, explica em bom português, o significado de "fuleiro", regionalismo nordestino sinônimo de "ordinário, reles".

Dá indicativos de como identificar o "capitalista fuleiro", pelo uso sistemático de clichês economicistas tais como " custo Brasil", "déficit intrínseco da Previdência" (mimimi), "salário mínimo possível" e "encargos recessivos".

Diz o Lula, que não é Silva, que o "capitalista fuleiro" é um verdadeiro agente da deseconomia e da desinformação.

Escrito no ano 2000, ano em que já se sentia os efeitos perniciosos das perversas privatizações do governo FHC, que além de quebrarem o Brasil por três vezes consecutivas "brindaram" com péssimos serviços os consumidores brasileiros, o artigo não generaliza contra os empresários brasileiros.

Talvez, por não ser escrito em 2019, embora termine apelando pro Virgulino: "deixa de fuleragê, cabra!".


Porto Alegre, 19 de maio de 2019.

Imagem: charge de Rob para Caros Amigos

Edu Cezimbra




sábado, 18 de maio de 2019

Os Intelectuais e os leitores


                "Não pode haver intelectuais se não há leitores."
Jürgen Habermas, filósofo, faz este dramático alerta para a letrada sociedade européia. 

Todos nós, leitores, temos consciência da importância dos intelectuais em sua missão de serem "grilos falantes" de uma "sociedade pinóquia".

Se a conclusão for acertada então o próprio Habermas estaria pregando no deserto...

Nem tanto, penso eu. O que Habermas faz é carregar nas tintas para chamar a atenção para uma questão que tende a se  agravar, qual seja, a diminuição do número de leitores, na Europa, e no resto do mundo.

O que dizer do Brasil, então? Poucos leitores, escassas livrarias, logo, raros intelectuais.

Eu diria, parafraseando o filósofo Habermas, que no Brasil não podem haver intelectuais porque há muitos telespectadores...

Contudo, o que não podemos abrir mão é do papel dos "grilos falantes" em uma sociedade de fake newsconcorda?

Não dá para esquecer que os nossos poucos espaços de reflexão nas universidades estão sob fogo cerrado do desgoverno Bolsonaro.

Podemos não ter os intelectuais acadêmicos para dizerem o que precisa ser dito, mas temos uma cultura popular de tradição oral que se ouvida tem muito a nos ensinar.

Duvida? Então dá uma passada no Nordeste para ver do que estou falando...


Porto Alegre, 18 de maio de 2018.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

Dia Cinzento


Porto Alegre, 18 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Design: Canva

Edu Cezimbra

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Brasil reincidente


O Brasil saiu do rol dos países emergentes, mas permanece firme no primeiro lugar dos países reincidentes.

Sabemos que a reincidência pode ser no crime, no vício, ou em ambos.

O Brasil é reincidente em ambos: no crime de racismo estrutural e no vício perverso dos escravocratas.

Outra reincidência grave é a da ditadura e do ataque às instituições democráticas, agravadas agora, pois este ataque vem justamente dos poderes que tem a missão de defendê-la.

A mim parece que esta reincidência crônica mereceria estudos e pesquisas sociológicas e, digo mais, psicológicas.

Como explicar esta falta de respeito pelas regras básicas da civilização, por que esta reincidência na barbárie colonial e fascista?

Por exemplo, o fim da escravidão com a Lei Áurea, em 1888 abriu brechas para se escrever logo depois, em 1890, um Código Penal racista que criminalizava e prendia os negros pelo simples fato de serem negros.

Pois é, meu caro e raro leitor, precisamos dar um FIM a essas tristes histórias para que haja um reinício do Brasil democrático e republicano e não a reincidência do Brasil colonial e autoritário.

E Viva o Povo Brasileiro!!!

Porto Alegre, 16 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra


quarta-feira, 15 de maio de 2019

Desejo



Não sei o que de mim quero
Se só o que quero é a ti
Como saber de mim
Sem saber de ti?
Se tu soubesses
O que de mim não sei...
Se de mim não sabes
Como saberei de ti?
Se a mim não queres
A mim não quero...




Porto Alegre, 15 de maio de 2019.

Imagem: Picasso, Pinterest

Edu Cezimbra

Memórias do Prato


Ouço no rádio a notícia de que brasileiros estão "comendo" 5 litros per capita de veneno, enquanto saboreio o arroz orgânico do assentamento da reforma agrária,  feijão sem veneno debulhado pelo meu filho Fran e por mim, colhido nas terras dos pais da minha companheira, acompanhados de chuchu colhido nos fundos do quintal da casa de minha mãe, em Canela, junto com meu pai (in memoriam), além de uma salada verde da feira dos agricultores ecologistas da Tristeza, em Porto Alegre-RS.

Portanto, há alternativas ao alcance dos interessados...

Uma boa dica é a do ativista e pesquisador científico Michael Pollan que aconselha evitar "alimentos" anunciados na televisão.

Alargando a ideia de alimentação saudável, eu, por exemplo, não assisto os telejornais.

Outro dia li um artigo que afirmava que "comer é um ato revolucionário". Sendo assim, eu me assumo como um revolucionário armado de faca... e garfo!

"O Veneno Está na Mesa", mas no meu prato mando eu!

Porto Alegre, 15 de maio de 2019.

Imagem: arquivo pessoal

Edu Cezimbra


terça-feira, 14 de maio de 2019

Antônio Conselheiro


Antônio Conselheiro é o que se pode chamar de um profeta que pregava no deserto para multidões de pobres e desesperados sertanejos.

O sertão nordestino guarda em seu chão torrado pelo sol a memória do beato que dizia que "o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão".

Quando Canudos foi atacado pelo exército brasileiro, o lugar era uma povoação com mais de vinte mil almas que buscavam o consolo na figura messiânica do Conselheiro.

Por ter instituído o casamento civil, Antônio Conselheiro era contra a República e o Presidente da República era "um impostor que queria destruir a religião".

Alguns dos epítetos atribuídos ao beato dão conta de como a imprensa da época tratava-o: "fanático, insurgente, subversivo", entre outros "elogios".

Hoje, a imprensa seguiria rotulando o Conselheiro de fanático, além de agitador e terrorista.

Conta um historiador que um frade que passou por Canudos perguntou porque o líder religioso cercava-se de homens armados, ao que o Conselheiro respondeu com esta frase que se tornou célebre: 

"No tempo da Monarquia deixei-me prender porque reconhecia o governo; hoje não, porque não reconheço a República."

O meu caro e raro leitor, sempre alerta, já percebeu que o dito acima é uma legítima declaração de desobediência civil, o que faz do nosso Conselheiro um pioneiro junto com Thoreau, nos EUA!

Desobediência Civil que volta à tona, puxada por lideranças populares, para resistir ao atual governo brasileiro, cujo presidente insiste em prosseguir com a trágica herança colonial e imperial brasileira, cheia de histórias de repressão e massacres contra o pobre povo brasileiro. 


Porto Alegre, 14 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Sortilégio



                                         Lançaste um sortilégio
                                         Bruxaria de amor
                                         Depois do que 
                                         Qualquer um rastejará 
                                         Aos teus pés
                                         Fará tudo que  desejares
                                         Será teu escravo sexual

                                         Só que o sortilégio falhou
                                         Cadastra-te então
                                         Em um site de relacionamentos...

Porto Alegre, 13 de maio de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

domingo, 12 de maio de 2019

Reino Animal


No reino animal o rei inconteste é o Leão.

Há, portanto, uma rígida divisão de classes em todo reino.

Todos os outros animais, nobres ou plebeus, rendem homenagem ao seu rei.

Uma fábula desconhecida pelos contistas europeus, talvez por desconhecimento do folclore brasileiro é a do auto-proclamado Rei Mico-Leão.

Com o advento das grandes navegações houve troca de embaixadores entre os animais de todos os continentes.

Após uma curta estada na África, o Mico-Leão, ao voltar para a mata brasileira convocou uma assembléia para se auto-proclamar rei. 

Para convencer os nobres animais da selva brasileira alardeou um parentesco com o poderoso Rei Leão da África.

Distribuiu títulos de nobreza para vários animais usando de analogias com os nobres animais africanos.

Se no reino animal africano os duques eram os elefantes nomeou as antas como duquesas (mais pela tromba do que pelo tamanho).

Os barões africanos como sabemos são os crocodilos, logo os jacarés do papo-amarelo viraram Barões do Pantanal.

Os marqueses africanos são os búfalos, portanto os búfalos importados da Índia viraram Marqueses de Marajó por analogia primata.

As condessas africanas são as girafas, sem problemas, temos as garças de pescoço comprido, as Condessas do Taim.

Apesar da frustração dos animais que não foram agraciados com títulos de nobreza, o Rei Mico-Leão I reinava absoluto no Reino Animal Brasileiro.

Até que um papagaio-de-pirata, que também havia viajado para a África em um navio pirata deu com a língua nos dentes, digo, no bico.

Denunciou a farsa do Mico-Leão, acusando-o de usurpador animal, pois os macacos na África não passavam de conselheiros do rei (apenas os babuínos), que o Rei Leão era um felino, do qual o mais próximo parente brasileiro era a onça pintada.

Antes de ir para o exílio político, em um zoológico parisiense,  Mico-Leão I acusou o papagaio-de-pirata de "amigo da onça", deixando como herança de seu breve reinado essa clássica expressão popular.

Moral da fábula: "Não basta sobrenome real, antes é preciso estar no topo da cadeia alimentar." 


Porto Alegre, 12 de maio de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra