Dois palhaços, frente a frente, diante de uma moldura sem espelho.
Ambos com o mesmo tamanho, fantasia e maquiagem
Um palhaço está bêbado, o segundo imita o primeiro, embora lúcido.
Logo, o segundo palhaço tem de parecer bêbado...
Seria engraçado, não fosse trágico, já que a metáfora dos dois palhaços é relacionada ao Capital e ao Estado.
A óbvia e anunciada tragédia é que esse mimetismo torna-se perverso em qualquer país, especialmente, para a sociedade como um todo.
- Ah, mas tu és contra o progresso!!! - dirá um crente dessa falsa religião.
Não. Há quem confunda progresso com devastação.
Basta lembrar que o palhaço capitalista está bêbado, embriagado com as possibilidades de ganhar um "dinheiro fácil" às custas do bem-comum da nação.
Como sabem os que acompanham o noticiário (sem beber) a miséria e a fome campeiam juntos com a euforia do mercado.
- Ah, tem que privatizar tudo!!! - dirá o palhaço bêbado, repetido pelo palhaço imitador, todo "austeridade" pra cima dos pobres.
Maus exemplos dessas palhaçadas são tantos e podem ser contados "ad nauseam", hic...
É por demais pedagógica essa metáfora dos dois palhaços e dela se pode extrair uma moral: lugar de palhaço é no circo quando o povo quer pão.
Nota do autor: a metáfora dos dois palhaços está na obra de Guillaume, citada por Claude Raffestin, em seu livro "Por Uma Geografia do Poder".
Porto Alegre, 14 de outubro de 2021.
Imagem: cena de "O Palhaço", Google
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário