terça-feira, 10 de abril de 2018

Julgamento


Aos quem sem dó te imputam toda a culpa
Não te deixes arrastar ao jugo do remorso,
Não te ouçam o sentido pranto por desculpa
Os que anseiam te jogar ao frio do calabouço.

A quem culpada julga a própria infensa vítima
Assume a crueldade de um infame e rude crime,
Transbordando o azedume da perfídia e do ciúme
Através de uma obsessiva vingança como máxima.

Deixa-lhes o desprezo como forma de castigo
Na altiva atitude que se transforma em tormento
De quem se mostra alguém melhor que o inimigo.

Assim deixarás para quem odeia o sofrimento
De fazer do próprio coração sem pena o jazigo
E de busto duro erguer-se em funesto monumento.

Porto Alegre, 10 de abril de 2018.

Charge: Diplô Brasil

Edu Cezimbra

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