segunda-feira, 16 de abril de 2018

Sobre animais e homens



Aranhas tecem suas teias para capturar moscas, logo aranhas são 

ardilosas e moscas são moscões.

Burros empacam e não obedecem aos seus donos, mas não são rebeldes, fazem burrices.


Antas nada fazem mas são comparáveis aos burros.

Cadelas são promíscuas e associadas às putas e ao fascismo: “a cadela do fascismo está sempre no cio”, acusa Brecht.

Cobras não falam mas são venenosas e levam a fama de fofoqueiras.

Vacas pastam tranquilas então são vadias.

A lista de animais com características humanas é longa e não é minha intenção catalogar todas nesta postagem.

Provavelmente meus caros e raros leitores emprestariam muitas outras "qualidades" aos inocentes animais que citei.

E aí está: os animais são símbolos com múltiplos significados.

Desconfio que são todos "bodes expiatórios", não te parece? 

- Ou "Lula expiatório"...

Seria engraçado, não fosse trágico, mas provavelmente as muitas crueldades que se cometem contras tantos animais são estimuladas por estas projeções inconscientes.

Nas fábulas, os animais falam e posso imaginar o diálogo entre eles.

O lobo diria para o lobinho: - meu filho, o lobo é o homem do lobo...

A ovelha alertaria as ovelhinhas: - cuidado com o homem em pele de cordeiro.

A galinha contaria aos pintinhos: de ovo em ovo o homem enche o papo.

E por aí vai...mas, felizmente, os animais não são humanos, nem desumanos.

Porto Alegre, 16 de abril de 2018.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

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