A amante de D. Pedro
I era casada e o seu marido, embora pouco citado nos livros de
história do Brasil, também teve seus contatos com o sanguíneo e
voluntarioso imperador.
Certa ocasião, levou
uma surra das próprias mãos do imperador por ter quebrado seu
acordo de permanecer calado sobre o escabroso caso da mulher com sua
alteza.
Nessa época de
muitos conflitos entre brasileiros e portugueses, os brasileiros eram
apelidados de “cabras” pelos portugueses, no que se aproveitavam
os moradores do vilarejo onde foi morar o marido de Domitila:
- Lá vai o cabra de
cornos reais todo manso para seu cargo imperial.
Era sabido por todos
que o imperador tratava de assuntos reais na cama de Domitila, que
enriqueceu intermediando favores com o "alto dignitário" brasileiro.
- Pedroca, o sogrão
quer vender suas lavras a uns ingleses e necessita de sua aprovação,
meu “Demonão”…
- Está feito, “meu
amor, minha Titila”.
- Então vem, meu
“Fogo Foguinho” para junto do “amor do seu coração”…
Até o ciumento
ex-marido requereu a intermediação carnal de Domitila com o imperador, pois queria promoção a Sargento-Mor, na pacata vila onde vivia
às custas do erário real.
A mulher de “boa
conduta” já pulara a cerca anteriormente e o honroso título foi o
motivo para um divórcio relâmpago concedido pelas autoridades
eclesiais por intervenção direta do imperador contra um marido acusado de
maus-tratos.
Poucos anos depois, o imperador que “libertou” o Brasil e se dizia independente de Portugal traiu a jovem nação e voltou correndo para a metrópole para reinar como D. Pedro IV.
O marido de Domitila
é pouco conhecido na história mas parece ser uma figura simbólica do homem brasileiro, acomodado aos privilégios, ou com medo de apanhar: os "Felícios"...
Já a figura simbólica da mulher brasileira não seria a Domitila dominadora,
mas a infeliz imperatriz brasileira, Dona Leopoldina, que segundo
alguns morreu devido aos maus-tratos de D. Pedro I.
- Mas e a Domitila?!
pergunta-se meu raro e atento leitor… olha, estou para dizer que as
Domitilas arquetípicas são algumas figuras de "beleza medíocre" que negociam golpes nas
altas cortes do país...
P.S.: Os "apelidos
afetuosos" não são obra desse blogueiro metido a escritor mas estão
registradas nas cartas de amor entre os dois lúbricos amantes recuperadas pelo jornalista Laurentino Gomes em seu livro “1822”, que conta a história da
“independência” do Brasil.
Porto Alegre, 8 de maio de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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