“Um homem sem coragem de viver não tem coragem para morrer.”
A frase lapidar foi
proferida por um covarde capitão de infantaria em um antigo filme de
guerra.
Sou tentado a dizer:
“é na guerra que se conhecem os homens”...mas direi que é na
guerra que os homens assumem seus mais entranhados medos.
Medos desentranhados
pela iminência da morte; no caso do capitão cercado por tropas
blindadas alemãs.
Sabemos que em
tempos sem guerras declaradas (não ouso falar em tempos de paz por
estes dias) o medo e seus efeitos não são tão escancarados quanto
em pleno combate. Ou são?
Vamos admitir que aí
o medo da morte é negado… embora seja explicitado na forma de
suicídios inconscientes tais como os vícios e as atitudes
imprudentes como o culto à alta velocidade e às armas de fogo.
“Papo de homem”
se quiserem: “o meu carro do ano alcança cem quilômetros em
trinta segundos ou minha pistola automática calibre 7.6 mm tem um
alcance de cem metros”…
Ultimamente tivemos
um bate-boca interessante sob o ponto de vista psicanalítico entre
um norte-americano e um coreano: “ o meu míssil é maior que o
teu”…
Até parece que o
medo maior do homem é ter o pênis pequeno - ou brochar… o que
nesse caso equivale a morrer mesmo.
Aliás, o título do
filme em português é “Morte Sem Glória” (Attak), de 1956, com Jack Palance e Lee Marvin, um bom filme,
diga-se.
Nome que dá mote
para uma glosa: “toda morte é sem glória quando não se sente a
glória da vida”...
Porto Alegre, 18 de maio de 2018.
Imagem: cena e cartaz do filme
Edu Cezimbra
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