sexta-feira, 22 de junho de 2018

Quando Nietzsche chorou


A filosofia de Nietzsche foi instrumentalizada pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, para justificar todos os seus crimes contra humanidade como o “Além do homem da luta final alemã”.

Já era motivo para Nietzsche chorar…

Antes da guerra, porém, filósofos da “Escola de Frankfurt”, em especial Adorno e Horkheimer, já se referenciavam em Nietzsche para embasar a obra “Dialética do Esclarecimento”.

A dialética se daria entre a razão e os mitos … Até aí tudo bem, acredito que Nietzsche não se afogaria em lágrimas.

Como estamos lidando com filósofos, o meu caro e raro leitor já desconfia que a coisa não parou por aí…

Sim, o debate continuou em um programa radiofônico, imagine!

Para ter uma noção da importância da filosofia nietzscheana o debate gira em torna da sua contribuição à crítica da filosofia em si, sendo Nietzsche equiparado a outro grande filósofo alemão, Karl Marx.

Para Horkheimer o “Além-do-homem” é uma alegoria da revolução preconizada por Marx!

O “erro” de Nietzsche foi ter considerado o trabalho escravizante ao invés de emancipador.

Além disso, sua filosofia teria aberto o caminho para a pós-modernidade a partir de sua influência na obra “Microfísica do Poder” de Foucault.

Desconfio que Nietzsche teria chorado abraçado em Foucault ao ouvir do além-túmulo essa crítica…


P.S.: livremente inspirado no artigo “Amor Fati Prisioneiro. Horkheimer e Adorno lêem Nietzsche”, de Gerard Schweppenhäuser, na Revista Cult.

Porto Alegre, 22 de junho de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra

Nenhum comentário:

Postar um comentário