segunda-feira, 26 de março de 2018

Anti-Matrix


Distopias são utopias negativas como podemos ver no filme "Matrix".

A matrix do filme acontece por volta de 2190 e aí contraditoriamente já se reconhece um otimismo temporal…

Há também o otimismo iluminista na ideia de rebeldia, a luta do bem contra o mal.

A resistência vence no final (a mídia corporativa dirá que os terroristas venceram)…

Comovente. O que não se mostra no filme é que a matrix não se dá por controle das máquinas sobre os humanos.

O que “concretiza” a matrix é o consenso da servidão voluntária.

O consenso religioso da tecnologia. Neo é o hacker que viraliza a matrix, mas não há como escapar dela, ela é onipotente, onipresente, onisciente.

Toda a filosofia humana, todo o mistiscismo é insuficiente para alcançar matrix que é pós-humana ou inumana.

Mas não haverá uma filosofia na matrix? Talvez uma anti-filosofia…

O que há definitivamente é a religião da tecnologia. Se falsa não vem ao caso…

Impressionante, não? Depois de todo esse suposto avanço tecnológico o que predomina é a religião. A crença e o dogma da cibernética absoluta. 

Entre o virtual e o real há uma ligação metafísica. Uma bala no virtual faz sangrar e mata no real. Nenhuma novidade para a alquimia, ou mesmo a psicossomática.

O que Matrix não conta é que seres humanos não existirão em um futuro próximo ou distante a seguirmos com essa falsa religião.

Não conta que nem Matrix haverá. Haverá talvez uma Anti-Matrix, assim como uma anti-matéria.

Matrix tem inteligência artificial, chame como quiser…

Matrix ainda acredita em “evolução”. Já a Anti-Matrix é um buraco negro…

Pois é, até as distopias cinematográficas são otimistas diante da extinção humana e planetária...

Porto Alegre, 26 de março de 2018.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

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