segunda-feira, 16 de julho de 2018

Jeitinho brasileiro


“Jeitinho brasileiro”, podemos até falar em uma instituição genuinamente brasileira, “made in Brazil”, tamanho seu alcance no imaginário popular.

- Quem não chora não mama, cara!

Aí, quem sabe o “jeitinho brasileiro” não tenha mesmo origem na puericultura, vá saber…

Aliás, já viu uma criança falando com a mãe com uma carinha pidona: - Ah, mãe, me dá…Ah, me dá, mãe...

Assim, entre o buá e o ah tem um dádádá… - um jeitinho “meigo”?

Muitos creditam ao “jeitinho brasileiro” as mazelas nacionais, será mesmo?

Vejamos: o “jeitinho brasileiro” nestes casos é diretamente associado à tão combatida quanto praticada corrupção.

O ato de “furar” uma fila no banco é tão grave quanto guardar malas de dinheiro desviados do banco.

O “gato” na fiação elétrica ou na TV a cabo é mais criminalizado que a privataria tucana que deu um “gato” nas empresas estatais brasileiras.

Aqui já dá para se perceber a tentativa de dissimular a grave iniquidade que assola o país e cria tantas perversidades.

 - Fazem o “jeitinho brasileiro” parecer brincadeira de criança mesmo...

Tanto que chegam a imputar a culpa pelo “jeitinho” aos negros escravizados no Brasil.

Chegam ao ponto de culpar os africanos pela escravização, um “jeitinho brasileiro” na história da colonização e espoliação da África pelos portugueses e europeus.

Então, meu caro e raro leitor, será que o Brasil não tem jeito porque tem “jeitinho brasileiro” ou tem “jeitinho brasileiro” porque não tem jeito?

Digo mais: melhor responder logo estas questões pois vem aí mais uma eleição presidencial com o típico “jeitinho brasileiro” dos políticos... 

Porto Alegre, 16 de julho de 2018.
Charge: Angeli
Edu Cezimbra

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