O anúncio de
“Domestica-se monstros” chamou minha atenção por inusitado,
naquela manhã úmida e sombria.
Segui a seta
indicativa, curioso. Afinal, não é todo dia que se encontra alguém
dedicado a esta, digamos, arte, ou se quiserem, ofício…
Ouvi, ao longe,
urros medonhos que sinalizavam a monstruosidade da criatura em
processo de domesticação.
Um grupo de
camponeses portando ancinhos observava, de uma distância segura, as
manobras dos domesticadores.
- Que monstro estão
domesticando? - perguntei a um senhor de longas barbas brancas.
- Meu caro senhor - respondeu cortesmente ele - acharam um terrível dragão naquela
caverna e a domesticadora está convencendo-o a sair para fora da
caverna.
- E como ela, uma
frágil dama, consegue acalmar esse monstro devorador de homens?! -
indaguei atônito.
- Ah, meu filho, é
que esse dragão é fêmea!
Moral da fábula:
“De perto, o monstro não é tão feio quanto pintam.”
Porto Alegre, 18 de julho de 2018.
Imagem: Artsy Magazine
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário