Burro ganhara seu caráter pejorativo de há muito.
Porco ganhara mais recentemente...
Quando Burro e Porco se encontram no campo, a conversa entre eles vai por aí:
- E aí, "seu" Burro, como tem pastado? - ironiza Porco, rindo debochado.
- Vamos pastando bem, mas limpinho e cheiroso - responde Burro na mesma toada.
Porco - que nunca engole bem sua má fama - muda o rumo da conversa fabulosa:
- Sabe, amigo Burro, esses "predicados" a nós atribuídos são por demais inapropriados.
Burro trocou orelhas demonstrando aquiescência:
- Pois isso é coisa que não me sai da cabeça, amigo Porco, não é de hoje que muito me incomodo com as orelhas de burro em crianças burras, digo, que não aprendem na escola.
- O que dizer do Pinóquio, aquele rematado mentiroso, virando burro por matar aula.
Burro balança a cabeça e dá coice no ar, irritado com a comparação.
- E o que não dizer do amigo Porco associado a porcalhão, porqueira e outras porcarias - descarrega Burro.
- Ah, nem me fale e ainda me colocam no chiqueiro! - lamenta Porco.
- Pois é, está mais do que na hora de prestarmos queixa no SPA, vamos?
- Bora lá, compadre Burro, porque quem não chora não mama...
Moral da fábula: não se faz mais fábula como antigamente.
Porto Alegre, 9 de setembro de 2024.
Imagem: A Revolução dos Bichos, Google
Edu Cezimbra
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