sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Cordel do Milho Encantado



Porto Alegre, 28 de setembro de 2018.
Imagem: J. Borges
Edu Cezimbra

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Filme brasileiro


-Ah, não gosto!

Quem já não emitiu ou ouviu essa declaração peremptória contra o cinema brasileiro?

- Gosto não se discute  - outra sentença de morte à qualquer tentativa de pensar sobre alguma coisa.

No Brasil, tudo se resolve assim, aliás…

- Gosto ou não gosto, - se Shakespeare fosse brasileiro essa seria sua citação eternizada.

Povo cordial que não discute política e religião. Não discutia...Ou pior, ainda não discute, como vemos nos comentários raivosos do Facebook ou Twitter.

- Eu não gosto de política!, virou “eu odeio política!”

Mas, vem cá,  tu sabes de onde vem esse ódio à política?

- Não sei e não quero saber e tenho raiva de quem sabe!

Hum, já vi esse filme antes...

Porto Alegre, 27 de setembro de 2018.
Imagem: cena de "Terra em Transe"
Edu Cezimbra


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Os sentidos da vida


O olho grande
O desejo expande

A boca grita
A vontade indômita

A orelha escuta
A paixão inculta

A pele queima
A volúpia teima

O tesão cresce
O amor permanece

Porto Alegre, 26 de setembro de 2018.
Imagem: Fernando Botero
Edu Cezimbra

terça-feira, 25 de setembro de 2018

A morte e os seres humanos



Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente sei. Eu a disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.
• UMA ÚLTIMA NOTA DE SUA NARRADORA •
Os seres humanos me assombram."


Markus Zusak em “A menina que roubava livros” escreve “uma última nota de sua narradora”, que como todos os que leram seu livro sabem que é nada mais nada menos que “A Morte”.

A Morte” que a todos assombra, quem diria é assombrada pelos seres humanos!

Essa entidade que nos fez humanos em nossos rituais de dor, de perda e de luto tem mesmo a capacidade de nos tornar melhores.

Como disse Machado de Assis, um escritor genial: “ Está morto: podemos elogiá-lo à vontade”…

Aos vivos cabe a tarefa, - facilitada pela morte - de não deixar os mortos irem sem o devido elogio.

A Morte também coloca palavras nas bocas dos vivos, às vezes como elogio: “foi uma boa morte”…

Como toda filósofa que se preza “A Morte” não se poupa críticas : “ que morte horrível”…

A Morte” além de romancista também é poeta, podemos até dizer que é um dos muitos heterônimos de Fernando Pessoa nesses versos inspirados: “ A morte é a curva da estrada, / Morrer é só não ser visto. / Se escuto , eu te oiço a passada / Existir como eu existo.”

E, mais, é uma dramaturga de mão cheia no Ato III, cena I de Hamlet, de Shakespeare:

Ser ou não ser... Eis a questão.(...) Morrer..., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. Que fardos levaria nesta vida cansada, a suar, gemendo, se não por temer algo após a morte - terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém voltou - que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio noutros males ignorados? De todos faz covardes a consciência. "

Os seres humanos me assombram”… repetirá “A Morte”, afastando-se silenciosa da cena.

Porto Alegre, 25 de setembro de 2018.
Imagem: Edvard Munch
Edu Cezimbra

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

sábado, 22 de setembro de 2018

Meu Tio da América


Filme clássico, cult movie , premiado em Cannes, dirigido por Alan Resnais com a participação do neurocientista Henri Laborit.

O filme combina documentário sobre as teses de Laborit, que se faz um comentarista (sem perda de dramaticidade) das reações emocionais das personagens do filme.

“Meu Tio da América” tem Gérard Depardieu no papel de Raguenau, um executivo que tem uma úlcera gástrica.

As fortes dores causadas por úlceras gástricas e cólicas renais são doenças psicossomáticas expõe doutamente Laborit. 

O título do filme, “Meu Tio da América”, é alegórico: a América é um lugar que não existe, recita o personagem Jean, vivido por Roger Pierre, ligado à política cultural francesa.

O “Rei de Ouro”, herói de aventuras bilionário, é o “Meu Tio da América” para Jean, de família nobre. 

Já para Ragueneau, de origem camponesa, o “ Meu Tio da América” virou mendigo em Chicago.

O nosso sistema nervoso está começando a ser compreendido informa o narrador científico. O inconsciente, que não é freudiano, é mais um automatismo cultural, condicionante sociocultural nas relações de aprendizagem, trabalhistas e afetivas tais como casamentos, separações, família.

Raguenau sofre com tudo isso, é o personagem emblemático do filme com medo de perder seu emprego devido às “reengenharias” empresariais.

Janine, vivida por Nicole Garcia, uma atriz frustrada, é o pivô das cenas mais dramáticas do filme, tais como a separação de Jean e a tentativa de suicídio de Ragueneau.

Recompensa e castigo, prazer e dor, luta e fuga, inibição e angústia, mentiras e dissimulações tudo junto e misturado.

A justificativa para todo esse drama é que uma criança sem contato com outros humanos torna-se um animal selvagem sem aprender a linguagem e mesmo a andar.

São as situações hierárquicas que se escondem nos hábitos de linguagem e comportamento.

A aprendizagem começa com regras de higiene básicas e culmina nas relações hierárquicas, aponta Laborit. Incômoda tese, mas plausível...

Porto Alegre, 22 de setembro de 2018.
Imagem: cena de "Meu Ti da América"
Edu Cezimbra

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

As escolas e as ruas


Outro dia, meu filho saiu com essa: " desde a 7ª série aprendendo sobre taylorismo e fordismo, não aguento mais”.

Ao que rebati: mas só de sentar nas carteiras em fila já tens a prática disso desde o 1ª série... Ele rapidamente argumentou que era disso que falava.

Aproveitei a deixa para testar seus conhecimentos: e o modelo que sucedeu a estes dois? 

- Toyotismo, respondeu prontamente. 

Brinquei que o toyotismo ele via na rua em frente da sua escola...

Porto Alegre, 21 de setembro de 2018.
Imagem: The Wall
Edu Cezimbra



quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O arco e a flecha


O arco reclama para a flecha:

- Todos sempre ficam de olho em ti, nunca lembram de mim…

A flecha, antes de ser lançada, consola o arco:

- Sem ti não sou ninguém, devo tudo a ti…

O arco, inconformado, não se deixa dobrar:

- Ninguém me reconhece, todos vibram contigo quando acertas o alvo, enquanto eu fico jogado num canto.

A flecha, ansiosa para ser lançada, provoca:

- Deixa de ser frouxo, meu arco, dá aquela flechada certeira, vai!…

O arco, retesado, arquejou:

- É sempre assim… na hora da flechada é meu arco isso, meu arco aquilo, depois foges de mim!

Quando se trata de arco e flecha, a relação sempre se tensiona, e nesse ponto a flecha dispara:

- Chega de papo, me solta logo, que eu quero acertar na mosca aquele alvo vistoso!!!

O arco, pressionado, dispara com ressentimento:

- Vai e vê se não volta mais sua ingrata!!!

O arqueiro, que tudo escutava calado, comenta com o arco:

- Vocês dois passam brigando, mas não vivem um sem o outro...  

Porto Alegre, 19 de setembro de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Goteiras no céu



  Goteiras no céu
Como pingos do telhado
   A chuva cai mansa


Porto Alegre, 18 de setembro de 2018.

Design:Canva

Imagem: Wally Anderson

Edu Cezimbra

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Os 12 Macacos


Grupo terrorista pretende usar uma arma biológica para exterminar a espécie humana e salvar o planeta.

O mundo consumido pela sociedade de consumo.

Um vírus para exterminar a espécie humana. Uma doença letal.

Uma viagem no tempo para deter a disseminação do vírus letal faz com que Kathryn Railly se encontre com James Cole em um hospital psquiátrico.

“A psiquiatria é a nova religião” – afirma a psiquiatra Kathryn – “mas estou perdendendo a fé.”

“Não quero saber o futuro, quero recuperar minha saúde”, diz James Cole, o viajante no tempo, enviado ao passado para tentar mudar o futuro.

A mensagem cifrada do filme “12 Macacos” é que o pior dos mundos é melhor do que nada. Não deixa de ser uma propaganda subliminar do sistema capitalista como "fim da história"...

Um menino é testemunha da morte de James Cole na frustrada tentativa de deter a disseminação do vírus letal.

Esse menino testemunha a própria morte. Ele voltará demonstrando que o futuro não existe sem o passado, nem o passado sem o futuro.

Porto Alegre, 17 de setembro de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Apenas


Não me reconheço
quando não te vejo.

Esqueço de ti
quando de mim não lembro,
apenas nos pressinto.

Pressinto nossa falta
sem minha presença
se em ti não penso.

Não me busco,
apenas te espero...


Porto Alegre, 14 de setembro de 2018.
Imagem: Oleg Shuplyak
Edu Cezimbra

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Os anéis e os dedos


- O anel é símbolo do poder.
- O dedo é poder.

- O anel é sinal de riqueza.
- O dedo é sinal.

- O anel é aliança.
- O dedo é aliado.

- O anel é olímpico.
- O dedo é do atleta.

-O anel é papal.
-O dedo é de Deus.

- O anel é selo.
- O dedo é impressão digital.

- O anel é de rubi.
- O dedo é de sangue.

- O anel é de ouro e prata.
- O dedo é de carne e osso.

Enfim, para encurtar a discussão: “vão-se os anéis e ficam os dedos”.

Porto Alegre, 13 de setembro de 2018.
Imagem: cena de "O Senhor dos Anéis"
Edu Cezimbra

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Estórias na História


Estória não é História, sabemos, mas tem muita história que é estória, lá isso tem...

Em uma coisa são parecidas: dependem muito da imaginação…

Mas, convenhamos, tem muito “historiador” que exagera na dose.

George Orwell em seu clássico “1984” cria uma distopia, satirizando o regime stalinista, que modificava a história suprimindo das notícias os inimigos do regime.

Os stalinistas e outros regimes ditatoriais eliminavam as pessoas literal e figurativamente...

Um outro fenômeno típico da história oficial é suprimir fatos ou episódios desonrosos para o país.

Massacres de populações inteiras são negados categoricamente até que sejam denunciados tais como os genocídios armênio na Turquia e judeu na Alemanha, entre outros.

Mesmo assim só admitidos quando um regime é derrotado. Aí também seus líderes são devidamente expulsos da história incluindo suas estátuas.

No Brasil, como sempre, as coisas não são assim tão previsíveis. Ainda temos escolas, ruas, avenidas com nomes de ditadores militares.

Pior, um ex-presidente eleito democraticamente, passando por uma prisão arbitrária, tendo seu nome e história sendo suprimidos através de medidas judiciais.


Talvez o Brasil não seja tão diferente de outros países, pensando bem...  

Porto Alegre, 12 de setembro de 2018.
Imagem: cena do filme "Adeus, Lenin"
Edu Cezimbra

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Geografia Humana



Se é do ocidente
Pra não sofrer
Um acidente
Rapaz
Se oriente

Se é do norte
Pra não perder
A sorte
Moço
Se comporte

Se é do sul
Pra conhecer
Istambul
Menino
Seja cônsul


Porto Alegre, 11 de setembro de 2018.
Imagem: Releitura de “A tentação de Santo Antônio” de Salvador Dalí  por Tiago Hoisel 
Edu Cezimbra

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A parte e o todo



O todo é maior que a soma das partes? As partes são maiores que o todo então…

A parte é partícula quando se trata de participação.

A partícula-onda faz parte do átomo? Faz e não-faz…

Se a participação é apanágio da democracia  a democracia é apanágio da participação.

Uma democracia sem participação é o quê? Demonização da participação…

Quando não há participação a totalização dos votos dá zero.

A participação houve, agora é esperar a totalização.

Muitos cobram participação na eleição, poucos aceitam a participação depois dela.

Da parte é dar parte...ou não…poderia ser tomar parte...

"É a parte que te cabe neste latifúndio...", cantou João Cabral de Mello Neto.

Porto Alegre, 10 de setembro de 2018.
Imagem: cena da animação Morte e Vida Severina
Edu Cezimbra

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Uma fábula corporativa



- Eu sou o cérebro desta empresa! - declara César, CEO da empresa Corporation.

- E eu sou o coração dela! - proclama Cornélio, o gerente.

- Sem mim ninguém sabe o que fazer, vira uma bagunça...

- E sem mim ninguém trabalha, eu injeto sangue nesse bando de preguiçosos…

A discussão foi longe, cada qual contando mais vantagem que o outro. 

- Estou com fome! - berrou Estevão, filho de César, gordinho, que era só estômago.

- E eu quero fazer xixi… - choramingou Bibi, filha de Cornélio, com a bexiga cheia.

O CEO e o gerente da Corporation pararam de discutir na mesma hora e foram atender seus filhos...

Moral da fábula: quando a fome e a necessidade batem, o cérebro e o coração não funcionam direito. 


Porto Alegre, 6 de setembro de 2018.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Uma coisa só


Gosto de falar de árvores. flores, pássaros. ar puro e perfumado de flores, manhãs de sol, - estou em meio disso tudo. 

Esta 'vida no bosque' não me impede de falar de genocídios, chacinas, injustiça social, devastação ambiental porque para falar daquilo tudo é preciso falar disso tudo.

Não digo direta e objetivamente. Digo para realçar que as duas coisas são separáveis e inseparáveis, ao mesmo tempo, dependendo do ponto de vista.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa diz a sabedoria popular com ironia e graça.

Porém… coisa é coisa, sempre! Coisa louca, não? Que coisa! Coisa de louco…

O que me impressiona mesmo é o quanto há pessoas divididas entre esses dois partidos: o partido rosa e o partido cinza.

O partido rosa quer falar só de coisas bonitas, edificantes, quer ver o mundo conforme suas fantasias de contos de fadas.

O partido cinza quer falar de coisas horríveis, crimes, bandidos, violência, quer ver o mundo conforme suas fantasias de contos de terror.

O símbolo do partido rosa é o avestruz que diante do perigo enfia a cabeça em um buraco.

O símbolo do partido cinza é o urubu, sempre à espreita de uma tragédia, para tirar proveito próprio.

A seguir esse bipartidarismo extremista logo não sobrará ninguém para ver o mundo com outras cores, compreende?

Como disse antes: as coisas são separáveis e inseparáveis, ao mesmo tempo. 

Neste caso, o que precisamos para não cairmos nessas fantasias partidárias é uma visão de mundo como a representada na Wipala, a bandeira xadrez e multicor que representa várias nações originárias andinas.

O que vale para estas nações é o pluralismo e não à toa o animal que os simboliza é o condor que por voar alto vê as coisas inseparáveis umas das outras.

Porque bem lá do alto não há diferenças de cor, nem de tamanho, nem de coisa nenhuma. 

Para nós, existe uma coisa só, chamada Terra, um pálido ponto azul nos confins do universo.

Porto Alegre, 4 de setembro de 2018.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

D' Eu






Uma moça eu conheço
O seu nome é Eugênia
É amiga de Eufrásia
Que é prima de Eusébia
Sobrinha de dona Eulália
Todas de muita euforia
Quando tomam a Eucaristia
São muito senhoras de si
Não que eu saiba do porquê
Mas eu assino e eu dou fé!

Eu sei que aconteceu
Com um dito Conde d’Eu
A coisa assim se deu
Parece que se perdeu
De amores e se excedeu
Em guerra que Caxias venceu
Sem chegar aos Pirineus
Não foi nenhum Richelieu
Menor que um pigmeu
Foi assim que pobre morreu...

Porto Alegre, 3 de setembro de 2018.
Imagem: O Último Baile da Olha Fiscal, de Francisco Figueiredo
Edu Cezimbra

sábado, 1 de setembro de 2018

Brincando na chuva


Dia chuvoso. A chuva é uma manifestação da natureza que inspira tantas manifestações culturais como poesia, contos, filmes, fotografias.

Confirma que as pessoas de todas as idades são tocadas sensorial e afetivamente pela chuva.

A infância, em especial, é muito tocada pela chuva. Toda criança brinca e se diverte com ela, dirá o vendedor de chuva, se ela pudesse ser vendida. Felizmente não é mercadoria.

Muita chuva alaga o chão e me faz mergulhar nas águas profundas da memória.

Recordo da minha fascinação pela chuva. Até mesmo no inverno, quando ficava na janela olhando a chuva cair.

As poças se formavam rapidamente e para mim eram imensas lagoas a bailar no ritmo dos pingos de chuva. Hipnóticos pingos de chuva…

Bom mesmo era o banho de chuva no verão. Uma festa em que todas as brincadeiras costumeiras ganhavam ainda mais animação.

Até descer em uma velha bacia o riacho que se formava na valeta do campinho ao lado de minha casa aumentado pela “atacação” feita com pedras. Era uma inundação de alegria!

Hoje, depois de passado tanto tempo, ao assistir a chuva cair e alagar o terreno da minha casa, percebo que muito dessa fascinação vem da transformação radical da paisagem.

Para a imaginação de uma criança as poças e a água da chuva escorrendo nas ruas eram verdadeiros lagos e rios.


Minha netinha Íris tinha dois aninhos, quando ouviu a poesia do”Canção da Garoa” do Quintana completou: “e tudo fica molhado”. E não é?

Canção da Garoa
Em cima do meu telhado,
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater;
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.

E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...

Porto Alegre, 1º de setembro de 2018.
Imagem: Pinterest
Edu Cezimbra

Solzinho



Porto Alegre, 1º de setembro de 2018.

Imagem: Francisco Cezimbra

Design: Canva

Edu Cezimbra