Depois de sequestrarem a foca
Num balneário do litoral
Levaram a coitadinha de caminhão
Até a cidade natal
Onde colocada num aquário
Comeu todos os peixinhos
Morrendo de indigestão.
Não é pra fazer fofoca
Mas pobrezinho do animal
Batizada de Maroca
Foi retirada da praia
E sem noção ambiental
Foi parar num chafariz
Onde virou imortal.
Porto Alegre, 25 de abril de 2024.
Imagem: foto do autor
Edu Cezimbra
Porto Alegre, 23 de abril de 2024.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
Ao "ménage a trois"
Sucede "ménage" atroz
Quando este
Não é a sós
Quando é público
Isso acontece
Quando tu e eu
Vira nós
Ninguém
É de ninguém
Vira swing
Porto Alegre, 22 de abril de 2024.
Imagem: Dona Flor e seus Dois Maridos
Edu Cezimbra
O alvo do escritor é o coração e a mente do leitor.
O escritor é o Cupido do leitor quando o leitor apaixona-se por seu livro.
O amor aos livros é fruto da pena do escritor.
Quanto melhor o livro maior o amor do leitor.
Quem ama um livro é um leitor para sempre apaixonado pela literatura.
Antes de mirar o leitor o escritor mira a si mesmo.
O livro é um arco impulsionador da pena do escritor na direção do alvo que é o leitor.
O bom leitor é formado pelo bom escritor.
Tanto mais cara é a cultura quanto maior é a ignorância.
Porto Alegre, 21 de abril de 2024.
Imagem:John Alcorn, Pinterest
Edu Cezimbra
Loucura!
Rotula a razão
Razão?
Rejeita a loucura
Obrigado
Agradece a loucura
Merece
Ironiza a razão
Porto Alegre, 19 de abril de 2024.
Imagem: Octávio Ignácio, Pinterest
Edu Cezimbra
Deus é brasileiro!
Tanto quanto estrangeiro?
Brasileiro não reconhece Deus se Ele for estrangeiro...
Compreensível, o Brasil é tão grande!
Há países maiores que o Brasil, mas quem quer saber disso?
É que o brasileiro só é brasileiro se Deus quiser...
Vale a lição: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos...
Deus, no que deu?!!!
Porto Alegre, 18 de abril de 2024.
Charge: Millôr. Pinterest
Edu Cezimbra
Lobato, nos meus oito, nove anos esse foi o primeiro autor que me cativou com aqueles seus livros cheios de letras que formavam gibis imaginários.
Porto Alegre, 17 de abril de 2024.
Imagem: Facebook
Edu Cezimbra
Alguém já reduziu: assim caminha a humanidade...
Não confunda humanidade com "homenidade".
Felizmente, existe uma "mulheridade".
É que mulheres correm com os filhos, enquanto homens correm os filhos...
Mulheres não fazem guerra, fazem amor.
Homens não fazem amor, fazem guerra dos sexos.
Há exceções que confirmam as regras, óbvio.
Thoreau, Tolstói, Gandhi, Mandela, Lennon, excepcionais.
Inegavelmente, há regras que contestam as exceções...
Há mulheres que obedecem os homens.
Depois choram os filhos, homens não choram.
Enfim, a humanidade não é uma unidade...
Porto Alegre, 16 de abril de 2024.
Imagem: Maxwell Armfield, Public Domain Review
Edu Cezimbra
De encontro
Encontra morte
Ao encontro
Encontra sorte
Contra ou a favor
Sem corte
No encontro
Sem norte
Desencontro
Por forte
Porto Alegre, 15 de abril de 2024.
Imagem: André Masson, Pinterest
Edu Cezimbra
Saramago falou que herói é quem consegue escapar do rebanho - data venia, José -, mas aí é heroína e seu nome é Rita Lee!
Porto Alegre, 14 de abril de 2024.
Charge: Guilherme Bandeira, Pinterest
Edu Cezimbra
"A fama perturba o senso da realidade, talvez tanto quanto o poder, e além disso é uma ameaça constante à vida privada", confessa Gabriel García Márquez, famoso escritor colombiano.
Gabo diz isso com a autoridade de quem conhece ambos, pessoalmente.
O que me inspira a seguinte digressão: o poder da fama e a fama, ou pior, a "má fama" do poder.
O poder da fama é o de levar o famoso aos fechados clubes dos donos do mundo em que o público é privatizado.
Por outro lado, a vida privada é ameaçada pelo público, afinal este quer saber mais do agraciado pela fama...
A fama ou a "má fama" do poder é que este possibilita que o privado sequestre o público dando espaço para a tão falada quanto mal compreendida corrupção.
Já disse alguém que "o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente".
Gabriel García Márquez conclui assim sua "confissão": "Infelizmente, ninguém acredita nisso até sofrer na pele".
Essa "doença epidérmica", concluo eu, é incurável, porque as "inúteis ambições e os desejos febris" são "humano, demasiado humano".
Portanto, se a doença é incurável é preciso buscar paliativos, sendo o principal deles a Democracia...
Porto Alegre, 13 de abril de 2024.
Imagem:Gabriel García Márquez e Shakira, Google
Edu Cezimbra
Não confunda pomba da paz com bomba de gás.
Porto Alegre, 11 de abril de 2024.
Imagem: Facebook
Edu Cezimbra
Entre gregos e veganos está Paris.
Traz em suas mãos a maçã da Aplle.
A Ken se oferecerá a fruta cobiçada?
As deusas são de Hollywood.
O mensageiro dos deuses é 5K.
Entre as promessas de acesso irrestrito, crédito rápido ou milhas escolhe a Barbie.
Paris é pós-moderno, a escolha é arquetípica.
Com a Barbie e inadimplente...
Uma coisa é certa nessa modernidade líquida: a briga entre gregos e veganos não acaba em pizza...
Porto Alegre, 10 de abril de 2024.
Imagem: Charles Bell, WikiArt
Edu Cezimbra
Odalisca a dançar
Lua atrás das nuvens
Estrelas piscam
Porto Alegre, 9 de abril de 2024.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
"Sem
dúvida nenhuma, ela é uma obra grandiosa. Do chão, é impossível avistar
toda a extensão dessa que é a maior ponte férrea da América Latina.
Construída no inicio do século passado, a Ponte Férrea de Cacequi/RS tem
mais de 1,5 quilômetro e fica na Praia dos Dourados, no Rio Santa
Maria.
A obra-prima de engenharia, que nos tempos áureos da
ferrovia permitia o acesso a Santana do Livramento e a Uruguaiana, hoje
divide a paisagem com a areia do rio Santa Maria e com as lavouras de
arroz de Cacequi. Ela fica dentro de uma propriedade privada e não é
mais permitido o acesso ao público."
A descrição dos "Amantes de Ferrovias" da ponte férrea sobre o rio Santa Maria é correta e me trouxe boas lembranças.
Foi lá por 76 que comecei as viagens de trem entre Alegrete e Santa Maria, e vice-versa.
Como já contei em outra postagem nesse blog gostava muito de fazer essa viagem de trem entre minha cidade natal e a cidade universitária onde estudava para o vestibular.
A experiência de cruzar a ponte férrea sobre o rio Santa Maria era culminante, o clímax da viagem.
Porque era realmente uma aventura cruzar o rio e sua praia de areias brancas através de uma ponte com 1,5 km de extensão.
O trem diminuía, ainda mais, a velocidade e a travessia parecia interminável, prolongando o prazer...
Tive essa mesma experiência culminante quando cruzei a ponte férrea adaptada para o transporte rodoviário sobre o rio Ibicuí, entre Uruguaiana e Itaqui.
Tem-se a impressão de entrar em uma ponte para outra dimensão...
Pontes férreas são altas e suas grades de proteção aumentam a sensação de movimento.
Tenho a impressão de que levam a um transe hipnótico ajudado pela cadência monótona do trem sobre os trilhos.
Recordo que depois de cruzar a ponte férrea a viagem ficava diferente com a ampliação da consciência.
Agora que não há mais trens de passageiros cruzando a ponte férrea resta esperar a volta desse meio de transporte mágico...
Porto Alegre, 8 de abril de 2024.
Imagem: Amantes de Ferrovias, Facebook
Edu Cezimbra
A diferença entre o bandido e o criminoso é grande.
- Eu mato sim, vivo disso - assume o bandido.
- Eu não mato, Deus me livre! - brada o criminoso.
(Um mata, o outro manda mandar, mas este não confessará nunca).
O bandido faz carreira solo, o criminoso é do crime organizado.
O bandido não tem nada a perder, o criminoso tem tudo a ganhar...
"Bandido bom é bandido morto" - reza a cartilha policialesca.
O criminoso ri do dito popular: "o crime não compensa", ainda mais se for "crime do colarinho branco".
Há uma grande chance do bandido virar criminoso: quando for preso e entrar para a "escola do crime".
Eis aí outra grande diferença: não existe "escola de bandidagem".
Bandido faz mesmo a escola da vida... ou morte.
Note que não estou "defendendo bandido", apenas apontando através do senso comum a grande diferença entre o bandido e o criminoso...
Porto Alegre, 7 de abril de 2024.
Charge: Junião, Ponte Jornalismo
Edu Cezimbra
O escritor Mark Twain disse que o riso é uma defesa contra as desgraças e que "no paraíso não há riso".
Mark Twain era cidadão dos EUA e ao que me consta não visitou o Brasil.
Porto Alegre, 6 de abril de 2024.
Charge: Google
Edu Cezimbra
Cada dia que se vive morre-se um pouco
Nada do que vivo é imune à morte
Quem vive cada dia tem ouvido mouco
Ao chamado da cortadeira da sorte.
Não teme a morte quem a vida ama
A vida é pois o que dela a morte reclama
A obstinada ceifadora gosta do laço forte
Para assim implacável não errar o corte.
Mas mais vale o laço forte com a vida
Do que o nó apertado sem piedade e sem dó
A sufocar a vida com o medo da morte.
Então ao fim e ao cabo da dura lida
O que se leva depois de tudo é tão só
O que tudo se viveu com amor e arte.
Porto Alegre, 5 de abril de 2024.
Imagem:Google
Edu Cezimbra
Títulos de livros de poesia:
"Poesia numa hora dessas?!", Luis Fernando Verissimo
"Eu tenho sérios poemas mentais", Pedro Salomão
"A poesia está morta mas juro que não fui eu", J.P. Paes
Em um poema:
Poesia numa hora dessas?!
É que eu tenho sérios poemas mentais,
mas juro que não fui eu que matou a poesia...
Porto Alegre, 4 de abril de 2024.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
Fuga é fugaz, mal se vê e zás!!!
Luta é bruta, mal se vê e enluta.
A fuga e a luta pouco se encontram...
Na primeira escaramuça, a fuga acontece sem luta.
Só quando encurralada a fuga acaba em luta.
A fuga, às vezes, pode ser uma retirada.
A luta é até o último homem.
Têm vezes que não há luta nem fuga.
Não há escapatória.
Quando assim acontece é um holocausto...
Porto Alegre, 3 de abril de 2024.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
Quando falo do mundo
Falo de mim.
Quando falo de mim
Falo do mundo.
O mundo está em mim
Porque estou no mundo.
Nada que é mundano
Me é estrangeiro.
Porto Alegre, 2 de abril de 2024.
Imagem: Toulouse-Lautrec, Google
Edu Cezimbra
No meio do caminho tinha uma pedra... - fiz uma casa, ora pois!
E Don Quijote de La Mancha teria muito o que fazer nos arredores...
Porto Alegre, 1º de abril de 2024.
Imagem: Artists & Artlovers, Facebook
Edu Cezimbra
*
Exemplo de resiliência o JC, todo ano é crucificado e sempre ressuscita...
*
O ar puro depois da chuva é inebriante com cheiro de terra molhada fertilizada pelo sol.
*
Galo velho dormiu demais e foi acordado pelo sol alto, aí cantou...
*
Quando o Sol olha de longe é porque o General Inverno está rondando.
*
Tem folhagens muito educadas, na menor brisa já te acenam!
*
No trem do tempo, outono é meia estação em que vale a parada.
*
Na Semana da Paixão comece compaixão!
*
Outono, estação diáfana a produzir solares epifanias.
*
Sol de outono de tão sereno dá um sono.
*
Na passarela da moda outono/inverno, outono desfila com ares frescos e roupas esvoaçantes sob luz pálida.
*
Quando o vento e a chuva se encontraram nada mais se viu, só se ouviu o rugido da tempestade.
*
Amor à própria pele não é egoísmo mas instinto de sobrevivência.
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Não gosta de tevê, basta me ver...
*
Manhã sombria, quem dá luz e cor ao dia são as paineiras floridas.
*
Pra quem vive num extremo quem não vive é um outro extremo.
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Tem colega que pega carona mas não racha a gasolina - "mui colega"...
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Mesmo em dia cinzento o sol dá o ar da graça no pôr do sol.
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Sol infiltrado na nuvem é por ela filtrado e a manhã permanece cinza.
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Nova definição de procrastinação: foi um reel que passou em minha vida...
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O tempo de cara feia avisa que vem cheia e vai ser grande a peleia.
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Já eram oito e meia da matina quando o galo desistiu de acordar o sol.
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Hoje, o Sol ao se pôr nos permitiu vê-lo em toda a sua glória e esplendor e depois sumiu sem deixar rastro no horizonte.
*
Posso dizer as maiores verdades com as palavras mais simples, mesmo assim, poucos acreditarão. Está aí JC q não me deixa mentir.
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Ao pôr do sol nuvens dançarinas de cancã fazem do céu Moulin Rouge.
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Se a cachorrada fascista late sem parar ouça Bolero de Ravel enquanto a caravana passa.
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O pôr do sol de hoje foi a alegria dos fotógrafos, ou, como se diz agora, instagramável...
*
O pôr do sol formou junto com o Crescente Fértil e Vênus uma bandeira islâmica no céu para o Ramadã.
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Diferença entre SEM Bolsonaro e Lula CEM: Bolsonaro SEM(0) Institutos Federais X Lula CEM (100) Institutos Federais.
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Pôr do sol foi atrás da linda serra por causa da água fria, depois pintou as margens plácidas do Guaíba de vinho.
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Depois do domingo o dia é de segunda.
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Sol chamou Aurora e voltou a dormir só porque hoje é domingo.
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Depois do banho de chuva e do banho de sol vem a sauna...
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Depois de um banho de chuva, um banho de sol, isso é que é vida!
*
Xingamento terrivelmente evangélico: fruta que caiu da goiabeira!!!
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A chuva nasceu miúda cresceu virou chuvarada que a tudo inunda.
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"Raia sanguínea e fresca a madrugada " e o verso se fez encarnado.
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O dia amanheceu com frescura pra depois esquentar sem compostura.
*
O sol ilumina e tudo faz, a lua reflete e tudo desfaz num eterno retorno.
*
Um vento frio e calculista transforma nuvens em chumaços de algodão pra depois juntar numa coberta nublada.
*
Ondas grenás trouxeram o pôr do sol até a orla do Guaíba.
*
Dia ventoso e sombrio, sinal de frio, não rio.
*
Ler é o melhor remédio.
*
Manhã nublada e abafada vai ter chuva na parada.
*
Piscina no mato garantia de sombra e água fria.
*
O sol se derrama dourado sobre as árvores e elas devolvem ar puro e ouro verde.
*
As nuvens abrem alas para a Lua e as estrelas que querem passar brilhando na passarela do céu.
*
Quando está a divagar vá devagar.
*
Já vai alto o sol tropeçando nas nuvens e caindo nas folhagens.
*
Facebook, março de 2024.
Charge: Pinterest
Edu Cezimbra
Páscoa é revolução
Quando coincidência
Com ressurreição
Páscoa é ressurreição
Quando consciência
Em transformação
Páscoa é transformação
Quando ciência
Da revolução
Porto Alegre, 30 de março de 2024.
Imagem:Vladimir Kush
Edu Cezimbra
Reler um bom livro é como reencontrar um velho amigo que há muito não se via!
Porto Alegre, 29 de março de 2024.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
Na ida
vou te procurar.
Na volta
vou te achar.
Entre idas e vindas
Hei de esperar.
Na ida
vou te buscar.
Na volta
vou te encontrar.
Porto Alegre, 28 de março de 2024.
Imagem: Anira Malfatti
Edu Cezimbra
Baseado em "fatos reais", o filme iraniano veio para causar polêmica.
A história real ocorreu entre 2001 e 2002 numa cidade sagrada dos xiitas.
A surpresa é que segundo o filme existe prostituição feminina no repressivo estado teocrático.
Não é surpresa que um fanático religioso mate 16 mulheres sob vistas grossas da polícia.
Até que uma jornalista de Teerã resolva investigar os crimes sob a desconfiança e hostilidade das autoridades.
Inconformada com o rumo da investigação policial a jornalista coloca em risco a própria vida para denunciar o "serial killer" que acaba preso.
A grande polêmica do filme ocorre após a detenção do assassino.
Veterano de guerra, pai de família exemplar, o criminoso conquista o apoio da opinião pública iraniana.
Após um julgamento parcial, a outra surpresa é o que acontece no final do filme...
Eis um filme que rendeu grandes debates no mundo todo (não sei se no Irã).
Porto Alegre, 27 de março de 2024.
Imagem: cartaz do filme
Edu Cezimbra
"Os filhos não se cansavam de ouvir sempre as mesmas histórias, sentados em círculo à volta do pai. Diante dos olhos maravilhados da família, que escutava as suas palavras suspensas no tempo, Hipólito Ranquileo recuperava toda a dignidade perdida em funções de meia-tigela, onde era alvo de zombarias."
O excerto acima do romance de Isabel Allende, "De Amor e de Sombras" traz à memória a importância da figura paterna na construção da identidade de todo filho.
Os filhos escutam muito os pais quando não ouvem sermões...
Para além do exemplo, o que fica são as histórias contadas pelos pais.
Quem não lembra dos bordões ditos repetida e jocosamente pelo pai?
- E o palhaço o que é?
- É ladrão de muié!!!
Muito mais que "ladrão de mulher", o pai é quem rouba o filho da mãe...
E, nada melhor que histórias de circo para jogar os filhos no mundo!
Palhaço ou não, o pai-aço corta o cordão umbilical do filho.
O filho quer ir ao mundo conferir as histórias contadas pelo pai...
Porto Alegre, 26 de março de 2024.
Imagem: cena de "O Palhaço"
Edu Cezimbra
Depois de muitas bombas
Às mulheres surpreende
Ver tantas pombas
Porto Alegre, 25 de março de 2024.
Imagem: Judith Stam, Pinterest
Edu Cezimbra
"O tempo não deixa nada ser verdade para sempre."
Esse verso do Mahabharata, um dos livros sagrados do hinduismo, pode causar indignação e até perplexidade em muitos de nós.
É o problema de versículos citados isoladamente, sem contextualização.
Contextualizemos, pois...
O versículo acima foi dito por um dos muitos reis da epopeia hindu rejeitando laços de infância como sua nova verdade.
- Não seja tolo! Você não passa de um desgraçado vagabundo. Tudo isso passou. Agora sou rei, e devo ter meus amigos e inimigos entre os meus iguais.
O velho amigo de infância, que fora um igual, agora não é mais...
O mito continua, mas não vem ao caso.
O que importa aqui é a contextualização do versículo, que lido isoladamente, possibilita uma versão diferente do texto.
"Tudo isso passou", diz muito do risco da distorção da verdade, igualdade e historicidade para a democracia.
Livros sagrados não deveriam ser mal interpretados ou mesmo usados para oprimir os desiguais...
Porto Alegre, 24 de março de 2024.
Imagem:Narthaki
Edu Cezimbra
