terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Dezembradas do Cezimbra


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Não é senhor de si quem se assenhora dos outros; quem é senhor de si não quer ser sinhô.
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Nossa incipiente democracia é como um broto novo atolado em lama tóxica e precisa de defensores da Constituição para resistir.
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Muitos exigem coisas concretas, prefiro coisas terra,
- para ter os pés no chão.
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Denúncia de Joice Hasselmann de dinheiro público financiando fake news é motivo para impeachment de Bolsonaro.
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Tão grave quanto os crimes ambientais é a negação dos mesmos por políticos e empresários.
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A desgraça alheia só dói em quem não é alheio à sua humanidade.
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A Vida no Bosque
Nada melhor que botar os pés no chão e oxigenar a mente!
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Se a tua vida é uma maratona, melhor parar e descansar, - para não "perder a vida".
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Questionado sobre assassinatos, Bolsonaro chama Greta Thunberg de 'pirralha'.- Uma pirralha inteligente incomoda a burra gente!
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A manha de toda manhã é porque a manhã é mãe do dia.
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#FakeNews
Quando a mentira é demais até o povo desconfia.
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A vida é dura mas ainda tem gordura.
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Até parece que a Prima Vera brigou com o Primo Verão.
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61 anos, (tô véio)...Mas a caminhada prossegue alternando desertos e oásis, matas e campos.
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Greta, personalidade do ano na Time, Galvão,ex-INPE, cientista do ano na Nature, e agora Freire nos TTs. - Quem mais, Bolsonaro?
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O Bozo fala mal da Greta, do Freire, de todos os que se opõe a ele. E o Lula? - Glup...
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As instituições são sólidas - mesmo quando em ruínas...
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Tem Presidente? - Estamos em falta... - Então me dá um Dreher...
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O Ministério da Saúde alerta: Amor não tem Cura.
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Não é o Lulinha, é #FlavioBolsonaroNaCadeia 1º lugar nos Assuntos do Momento no Twitter, desde as primeiras horas da manhã.
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É entre a resistência e a renitência que aparece a resiliência.
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Uma faca de dois energúmenos.
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O Ministério da Saúde alerta: ser muito sério estraga o seu sorriso.
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Escola Sem Partido é coisa de Partido Sem Escola.
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O Bozo mudou o dito popular, agora é "curto como esperança de pobre".
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Gramsci está ultrapassado: "guerra de trincheiras" já era, agora é a "#GuerraDasHashtags".
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A #GuerraDasHashtags não é "guerra de trincheira", mas "guerra de curral".
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Faça troça, não faça troço.
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Vivo arranhado mas não largo as matas.
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TV Escola: "meia-volta, volver"...
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Bolsonaro caiu na privada do Palácio da Alvorada. - E ninguém deu descarga?!!
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EXTRA
Papai Noel é vermelho porque é um baita comunista distribuindo presentes para todos!!!
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"90% não sabe o que é um juiz de garantia", - mas sabe quem é o Moro...
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Errar é humano. Admitir o erro é gênio.
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A brisa refrescante do Guaíba que passa pelo mato e chega à minha janela vale mais que muitos aparelhos de ar condicionado!
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Do primo Verão para a prima Vera: - pode vir quente que eu estou fervendo!
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Em briga de beija-flor quem ganha é a cambacica.
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Emprego sem garantias sociais e trabalhistas é trabalho escravo.
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Quando faz muito calor sua a cabriúva . Não é à toa, até rima com chuva.
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O Ministério da Saúde alerta: sonhos interrompidos provocam insônia.
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Não é porque um errou que o outro vai acertar.
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Então era uma vez um Ano Novo...
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Facebook, dezembro de 2019.

Charge: Facebook

Edu Cezimbra



segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Praia do Balbino

Resistência e consciência socioambiental
jangada
Por Eduardo Sejanes Cezimbra
Artesanato de coco, dança do coco, renda de bilro, culinária, cordel, jangadas, praias desertas, camarão, lagosta, águas verdes, manguezais, barracas na praia . O que mais?… E precisa mais?!
Ah sim, muitos coqueirais, piscinas naturais, rio, enfim, a Praia do Balbino, uma pequena vila de pescadores com 200 famílias. é uma atração turística do Ceará.
Não deixe de visitar o Coco Balbino, uma loja de artesanato instalada em uma típica casa de pescador oferece peças das mais variadas, desde colares, suportes para mesas, esteiras, tudo confeccionado com o coco e também do próprio coqueiro.
cocoNo final da tarde, ao invés de sentar na sala e ver TV, o povo se reúne em frente a igrejinha do povoado para brincar o coco, uma dança popular do nordeste brasileiro, de origem afro-indígena, acompanhada por tambores, ganzá e triângulo que marcam um ritmo agitado e saltitante com canções originais.
Dona Francisca Ferreira Pires é considerada “Tesouro Vivo da Cultura” título honorário concedido pelo governo do estado, faz renda de bilro, artesanato típico da região onde mora há décadas.
Contou para o programa Expedições Ceará da TV Diário da sua luta obstinada em defesa de sua terra, de sua cultura e da natureza deste lugar paradisíaco no litoral a pouco mais de 60 km de Fortaleza. Por isso, área cobiçada pelos especuladores imobiliários que de há muito tentam “grilar” os terrenos que por herança passam de geração em geração para os nativos da Praia do Balbino, no município de Cascavel.
A vida era muito tranquila para esta pacata comunidade de pescadores, coletores e artesãos até meados da década de 80, quando um açambarcador de terras começou a queimar cercas de morador da região e a partir daí a luta de Dona Francisca foi pela preservação desta região à beira-mar com mata, dunas e manguezais.

Postado originalmente  em Ecologia dos Saberes

Porto Alegre, 30 de dezembro de 2019.

Edu Cezimbra

domingo, 29 de dezembro de 2019

A Cruz e a Espada


A princípio, a cruz levou um susto quando se deparou com a espada.

- Cruz, credo!!! - exclamou, apavorada.

A espada não se fez de rogada.

- Vade retro, Satanás!!!

- Cruzes!

- Truco!


Se eu entrar neste jogo estou perdida – calculou a cruz.

- Vamos fazer uma cruzada?! - convidou sedutoramente a cruz à espada.

Cruz... cruzada... neste jogo onde eu entro? - perguntou-se a espada.

A cruz percebeu o vacilo da espada e arrematou:

- Tu estás entre a cruz e a caldeirinha!


Bons tempos em que a espada era a lei, - isso é uma encruzilhada, ops! - deu-se conta a espada.

Vendo-se sem saída, a espada barganhou.

- Tá oquei, mas eu vou na frente!!!

A cruz pensou com seus cravos:

- Tu vais na frente mas quem te segura sou eu…

Moral do apólogo: entre a cruz e a espada a distância é curta.


Porto Alegre, 29 de dezembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

A Comédia da Vida


“Terei representado bem a comédia da vida? Se estais contente aplaudi.” - Augusto
A “Divina Comédia” seria uma comédia da vida ou da morte?

Para o erudito é óbvio que é uma comédia da morte, ou melhor, do post mortem.

Tanto que Balzac escreveu “A Comédia Humana” para, humildemente, complementar “A Divina Comédia”. Sem maiores pretensões…

Óbvio que “A Comédia Humana” é da vida, embora seja de morte.

Augusto, quando proferiu o dito em epígrafe, provavelmente se referia a todas as convenções, protocolos, cerimônias e acontecimentos a que era obrigado comparecer por dever de ofício. 

A comédia da vida de Augusto é uma comédia humana mais que uma divina comédia, embora o imperador fosse um deus para os romanos.

Diria que diante de tanto sangue derramado para impor a “pax romana” a comédia da vida de Augusto estivesse mais para uma tragédia.

Mas o que esperar de quem tinha por diversão ir ao circo para rir com a morte de gladiadores e ver prisioneiros de guerra estraçalhados pelas feras?

O pior é ver presidente fazendo-se de comediante enquanto morre tanta gente devido a seus "ditos"...

Mas o que esperar de um farsante?

Porto Alegre, 27 de dezembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Sombra e Água Fresca


Onde tem sombra
tem água fresca!
exclama o beduíno
ao beber a água doce
sob as palmeiras do oásis.

Onde tem sonho
tem  analogia!
canta o poeta
ao sentir o ritmo dado
pelas palavras da poesia.


Porto Alegre, 26 de de dezembro de 2019.

Imagem: pintura islâmica, Pinterest

Edu Cezimbra




quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

A Festa da Firma


O Hospício Brasil realizará a “Festa da Firma”.

A direção louca para demonstrar seu fervor patriótico e seu zelo religioso ensaia seus desvarios e disparates ideológicos.

Os funcionários doidos para demonstrar obediência total aos seus superiores não questionam seus equívocos e ainda os adulam,

A clientela maluca para exibir toda a sua loucura e prosseguir internada recebendo sua ração diária.


Embora o slogan do Hospício Brasil seja “Ordem e Progresso”, a loucura é uma manifestação disfarçada de desobediência e caos.

Como o Hospício Brasil é enorme há quem consiga escapar da loucura fingindo-se de louco.

Desta forma podem participar da “Festa da Firma”.

Afinal, quando o que resta é a desilusão e a frustração com a diretoria o negócio é entrar na festa e encher a cara...

Porto Alegre, 25 de dezembro de 2019.

Imagem: cartaz de "O Grande Mentecapto", Google

Edu Cezimbra


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O Natal dos Reis Magos


Pra entregar
Seus presentes
Reis Magos
Suaram às bicas
Pro Papai Noel
Levar a fama

Por isso
Reis Magos
Reis Magoados
Com o Papai Noel!

Reis Magnos
Reis Magros
Reis Magos


Porto Alegre, 24 de dezembro de 2019.

Imagem: Adoração dos Magos, Matthias Stomer, Google

Edu Cezimbra

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Pais e Filhos



"Em nome dos Pais, dos Filhos e dos Direitos Humanos" é a oração ensinada por Rousseau, fundador da religião por ele denominada Humanista, uma fé baseada no Homem.

Nessa religião, pais criam os filhos à sua imagem e semelhança.

As feministas protestaram com razão: - segue sem mulheres esta trindade!

Por isso, foi criada uma trindade matrilinear: Mães, Filhas e Direitos de Gênero.

Como previu um historiador das religiões, não demorou para que houvesse um grande cisma entre as trindades da religião Humanista.

Não, não foi entre pais e mães, - o cisma (ou a cisma) foi entre os pais e os filhos...

O motivo alegado foi que os pais são culpados pelos problemas da humanidade, conforme reza Huxley, um dos evangelistas da nova religião: "Dêem-me melhores pais e eu lhes darei um mundo melhor."

O Concílio de Viena foi convocado para debater a heresia e foi taxativo: "Freud explica!", assim um novo dogma foi estabelecido.

Depois do Concílio de Viena, e da queima de milhões de judeus, a paz voltou a reinar entre os Humanistas, unificados por Freud e por Ford.

Atualmente, os Humanistas estão perdendo muitos adeptos para os Terraplanistas.

Aguardemos o resultado desta disputa religiosa, pois o tempo é o grande juiz e a Terra gira, independentemente de ser uma bola ou um frisbee.


Porto Alegre, 23 de dezembro de 2019.

Imagem: Jacques-Louis David, Google

Edu Cezimbra



domingo, 22 de dezembro de 2019

Noite de Verão



Noite de verão
Sonho de crepúsculo
Espera da lua cheia



Porto Alegre, 22 de dezembro de 2019.

Imagem: Marcel Caram, Pinterest

Edu Cezimbra

Crepúsculo dos Deuses



Ontem, ao entardecer, enquanto varria o pátio, fui agraciado com o espetáculo de um por-do-sol glorioso.

O céu e as águas do lago são tingidos pelo púrpura do "Rei Sol"...

As árvores, os telhados, tudo em volta, envolvidos por uma atmosfera incandescente.

Impressionante uniformidade da cor chapando o céu de vermelho.

É bem mais que um singelo por-do-sol. É um crepúsculo dos deuses...e deusas do verão.

Diante da magnitude e duração do evento celestial decidi acender uma fogueira, humilde contribuição para prolongar um magnífico espetáculo da natureza!



Porto Alegre, 22 de dezembro de 2019.

Imagem: Pixabay, Google

Edu Cezimbra

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Amor e Filosofia


Um comerciante interessado em filosofia (do período clássico, óbvio) pergunta a um filósofo:

- O que tens a me contar sobre as virtudes e sobre o amor?

- As virtudes foram desvirtuadas, já não estão em voga... - proclama, estoicamente, o filósofo.

- E quanto ao amor?

O filósofo senta-se na pose clássica do Pensador.

- ...

- Nada tens a dizer sobre o amor?!! - questiona, estarrecido, o comerciante.

- Sobre o amor, a pergunta deve ser endereçada a um poeta... Um filósofo pode dissertar sobre o desamor.

O renitente comerciante não se dá por convencido.

- Ah, então o amor também foi desvirtuado!

O filósofo não se deixa enganar.

- O amor não é virtuoso, não há sofisma que o alcance...

- Entretanto, pelo que me dizes, um filósofo pode afirmar que o amor é insofismável! - insiste o astuto comerciante.

- O desamor é um sofisma , o amor não está ao alcance da razão pura - sentencia o filósofo.

Um poeta que escutava calado ao diálogo socrático intervém:

- Quando a flecha do Cupido é lançada, Psiquê perde a razão e quem reina é Vênus, a Deusa do Amor!

O filósofo apenas sorri.

O comerciante sacode a cabeça e sai da ágora em busca de uma hetaira para se consolar da falta de amor...


Porto Alegre, 19 de dezembro de 2019.

Imagem: Spangenberg, Google

Edu Cezimbra



quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

A Sereia e o Marujo



Ao canto suave da sereia
Marujo se joga no mar,
Ao ouvir a serenata soar
Sereia se joga na areia.


O marujo se encanta
Com a sereia do mar,
A sereia se encanta
Com o cantor do lugar.

Ao marujo cabe a morte
Nas vagas do mar profundo,
À sereia cabe a sorte
De vagar no vasto mundo.




Porto Alegre, 18 de dezembro de 2019.

Imagem: Lewis Shelby, Google

Edu Cezimbra

Pés no chão



Porto Alegre, 18 de dezembro de 2019.

Imagem: enviada por Lacyta T. Maia

Design: Canva

Edu Cezimbra

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Da água pro vinho


A água e o vinho se conheceram em um jantar chique, desses que servem água e vinho.

O vinho, muito sociável, foi logo se apresentando:

- Olá, eu sou o vinho, muito prazer.

A água, muito esquiva, foi formal:

- Como tens passado?

- Vamos fazer um sagu? - provocou o vinho.

- O que é isso? Eu sou uma água pura!!!

- Não te ofende comigo, eu sou espirituoso!

- É que eu sou muito transparente.

- Eu sou bonito e gostoso, não queres experimentar?

- Hum, que convencido!!!

- É que eu sou um vinho caro!

- Não parece...

- Ah, és "enólagua"! - riu-se o vinho com o trocadilho infame.

- Não, não sou enóloga, mas reconheço alguém com alto teor alcoólico.

 - Não me leve a mal, vou beijar-te agora!

- Vai tomar banho!!!

- Só se for contigo...

O assédio parou, de repente, quando  o vinho acabou e a água, por milagre, transformou-se em vinho.

Moral do apólogo: a cerimônia prossegue enquanto tem vinho, depois todos perdem a cerimônia.



Porto Alegre, 17 de dezembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Tela de Van Gogh


Cortinas de nuvens
Tocam o sol poente
Incêndio no céu

Pôr-do-sol  digno de Van Gogh...

Porto Alegre, 16 de dezembro de 2019.

Imagem: Van Gogh, Pinterest

Edu Cezimbra

sábado, 14 de dezembro de 2019

Poesia, ao Infinito


"As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo." Ludwig Wittgenstein

A literatura, a poesia e a filosofia ajudam a ampliar as fronteiras do meu universo.

Wittgenstein é o filósofo que afirma que a palavra é um feito, secundado por Maturana que lembra que todo o pensar é um fazer e todo fazer é um pensar, reciprocamente.

Anterior a eles, os Toltecas já sabiam que a palavra cria realidade e a domestica, portanto aconselhavam a impecabilidade da palavra.

Já Douglas Segantin é um jovem com graves limitações neurológicas advindas de uma falta de oxigenação durante o parto que lhe dificultam muito a locomoção e a fala, além de sofrer violência doméstica da parte de um padrasto que lhe expulsava de casa. 

Poeta, Douglas escreve que a poesia o leva ao infinito!


Porto Alegre, 14 de dezembro de 2019.

Imagem: Facebook

Edu Cezimbra

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

A velha e a vela




Há mais semelhanças que a fonética entre as velas e as velhas...

Uma velha leva uma vela para acender em uma igreja.

Na igreja, a vela é colocada pela velha junto a outras velas.

Todas as velas estão acesas assim como acesas estão as velhas.

Uma fumaça densa sobe aos céus como fumaça de rezas, súplicas e promessas simulando antigos rituais de sacrifícios.

As velhas são carolas e não querem saber de outras coisas que não sua crença.

Sabem, porém,  que "não presta" quando se apaga uma vela com um sopro...

Deve vir daí o trocadilho "apagar a velhinha".

Por isso, as velas de promessa são grossas e longas para demorarem a queimar.

As velhas não querem saber quando a vela vai derreter toda; sabem, outrossim, que vão durar bastante...

Assim, quando uma velha morre, uma vela se apaga para sempre.

Para sorte dos fabricantes de velas há sempre uma renovação das velhas, por assim dizer...

Não podemos negar que, hoje, mais do que nunca, há velhas que não gostam de velas, talvez porque não gostem de ser chamadas de velhas.

Porto Alegre, 13 de dezembro de 2019.

Imagem: cena de "Cria Cuervos", Google

Edu Cezimbra




quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Morte e Vida Margarina


Morte e Vida Severina
Vida e Morte 
Muçarela 
Morte e Vida Margarina
Vida e Morte 
Mortadela

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2019.

Cartum: Henfil, Pinterest

Edu Cezimbra

Branco Sai, Preto Fica



Com inventividade e rigor estético únicos, o filme “Branco Sai, Preto Fica” é um contundente repúdio contra uma sociedade elitista e racista, onde as vítimas se tornam atores.

Misto de documentário e ficção científica, além da memória das vítimas e de uma trama envolvente, faz uma sátira política sobre Brasília, vista como uma "Cidade Proibida" aos moradores das cidades-satélites, caracterizando um apartheid social e racial.

Filmado na Ceilândia, comunidade periférica de Brasília, é recomendado a todos os brasileiros e brasileiras que se importam com a violência contra os jovens negros das periferias das grandes cidades brasileiras, como a que aconteceu recentemente em Paraisópolis, comunidade de São Paulo.



Porto Alegre, 12 de dezembro de 2019.

Imagem: cena do filme, Facebook

Vídeo: trailer de "Branco Sai, Preto Fica"

Edu Cezimbra

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Personagem à procura de um autor


Um anúncio inusitado chamou minha atenção nos classificados:

"Homem, 40 anos, bem-apessoado, alto, moreno procura um(a) autor(a) que o torne personagem de seu livro."

Como estava sem nenhuma inspiração resolvi arriscar.

- Tudo bem com o senhor...?

- Pode me chamar de Person, Mr...

- É inglês... hum, Mr Preston?...

- Person! Não, é apenas um pseudônimo. Meu nome verdadeiro é José, José Silva, mas todos me chamam de Zé.

- Zé, perdão, Mr Person, antes de mais nada tenho que te explicar um detalhe, um importante detalhe: um personagem precisa de uma boa história para existir, compreende?

- Aí que mora o meu problema, eu não tenho uma boa história, sou uma pessoa comum, por isso procuro um autor. O senhor é um bom autor, não é?

- Quem pode dizer são meus caros e raros leitores...

- Aham... "raros e caros leitores", sei...

- Algum problema?

- Não, nenhum problema, falamos depois, então. Agora tenho uma entrevista marcada com um tal de Veríssimo, conhece?...

Depois desta rápida entrevista com Zé da Silva cheguei a uma fatídica conclusão: personagem não falta, o que falta são mais autores...

Porto Alegre, 10 de dezembro de 2019.

Imagem: Mana Neyestani, Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Fertiidade




Porto Alegre, 9 de dezembro de 2019.

Design: Canva

Edu Cezimbra

Tomates Verdes Fritos



Dos filmes produzidos nos EUA sobre o racismo, um dos mais comoventes, para mim, é "Tomate Verdes Fritos".

Chamam atenção os traços fortes do passado escravagista que marcam a história.

Curioso, mas o filme é sobre a amizade de duas mulheres brancas da decadente aristocracia rural sulista.

As personagens negras fazem o seu papel de serviçais, como nos antigos filmes, mas diferentemente destes são decisivas na trama da história.

O filme sugere, sutilmente, que por detrás do racismo (KKK) há toda uma convenção social que é estruturante do mesmo.

Ficam a dica deste belo filme que é de cair cisco no olho e uma pergunta: qual a diferença do racismo dos EUA para o racismo brasileiro?

A resposta (se válida a pergunta)   fica a cargo de meus caros e raros leitores, que provavelmente já assistiram a "Tomates Verdes Fritos".

Porto Alegre, 9 de dezembro de 2019.

Imagem: divulgação, Google

Edu Cezimbra