segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Setembrinas


Dias ensolarados como este não são previstos pelos meteorologistas, e sim pelos poetas.
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Que coincidência, cada vez que o Bolsonaro cai, entra na faca.
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Assembleia não tem mais acento, - então que se faça "dimpé", dirá um ministro do Bolsonaro.
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No Brasil não tem mais "raposa cuidando do galinheiro". 
-Agora é miliciano.
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Depois do Roda Viva com o Glenn, a conclusão óbvia é que tem jornalistas bancando os procuradores do MP.
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Já tem humorista chamando de burros os jornalistas que interrogaram o Glenn. 
- Que é isso, gente, vamos respeitar os animais!
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Em outro país já tinham saqueado o supermercado que chicoteou o adolescente negro por pegar um chocolate.
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Eco-nomia, leis perenes dos ecossistemas, respeitadas pelos índios, que se descumpridas causam desastres ambientais irreparáveis.
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Bolsonaro, assustando as criancinhas: 
"O PT pode voltar"...
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Com o Bolsonaro, empresários podem explorar à vontade os trabalhadores, só faltam os consumidores para serem totalmente felizes...
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O Bolsonaro conseguiu em 8 meses de desgoverno: #VoltaPT em 1º lugar nos TTs do Twitter.
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Em tempos de pós-verdade, a mentira tem pernas curtas, mas é maratonista.
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A cirurgia do Bolsonaro vai afastá-lo do cago por 10 dias, qual o título do livro? 
10 dias que despoluiram o mundo.
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Um dia de sol é um dia de soltura...
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Luta de classe: só a classe média derrota a classe média.
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Céu nublado. 
O sol é uma lâmpada de ninar bebês.
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Se não fosse a Globo e Globo News como fonte de informação, o que nós, reles mortais ignorantes, saberíamos? Por exemplo, aprendi que o 11/09/2001 foi o maior atentado terrorista da História. E eu que pensava, na minha pouca sabedoria, que o maior eram as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Mas, claro que 220 mil japoneses que morreram na explosão (sem contar os que morreram pela radiação) são menos que os 2.996 americanos que morreram nas Torres Gêmeas. Sem esquecer o terrorismo de estado que vitimou 50.000 pessoas no Chile, após o golpe de estado de Pinochet contra o Presidente Salvador Allende, eleito democraticamente.
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"Ouviram das pitangas as margens flácidas"...
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Não deixe que o Bolsonaro separe sua família. Tecle #LulaLivreJá
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Discurso do Ernesto Araújo nos EUA, em uma palavra: "FEBEAPÁ" .
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O Rio tem margens flácidas e espraiadas por todo o Brasil.
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Se as pessoas cuidassem da saúde como cuidam do carro novo iriam diminuir significativamente os índices de mortalidade.
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Tenha um namorado que olhe pra ti como o jardineiro olha pro seu jardim.
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Cadê o Ciro Gomes? - O Cirinho engomou a mágoa pensando que perdeu pro Haddad, na verdade perdeu pro Bozo.
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Quem não deve não Temer...
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Fatos são flatos quando cercados por fake news.
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O Roda Viva redundante ouve a confissão do Temer: 
-Foi golpe...
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Bolsonaro será alvo de protestos unânimes na ONU; Taí, confirmado o dito: Toda unanimidade é burra.
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Quem perde a esperança perde junto seus grilhões.
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Pior que viúva da ditadura é viúva da escravatura.
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O respeito é um amor que vem do peito...
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Depois do "vai pra Cuba", vem aí "vai pro Brasil"...
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Quem tem rabo preso acaba mordendo o próprio rabo.
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Culpar o Lula e a Dilma é coisa de incompetente, agora, culpar o Brizola é coisa de louco.
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Em terra de ladrão 
quem não rouba 
não tem perdão.
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A justiça falha quando tarda.
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Discurso do Bozo na ONU: 
- Trump isso daí táokey?
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Depois do discurso do Bozo na ONU:
- Contra fascistas não há argumentos.
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Núcleo duro de apoio ao Bolsonaro informa: "Onde oviu azar do goleiro, ouva azar do povo brasileiro."
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Escrever corretamente aprende-se com a gramática
- escrever bem, com a literatura.
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No Brasil, revelar a verdade é crime, assim como ajudar os pobres. 
- Que o digam Glenn e Lula.
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Primavera tarda 
Mas não falha
Canto dos sábias
Brotarão os bambus
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O batismo do fanático é no raso, senão ele se afoga na profundeza da consciência.
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Jânio, Collor e Bozo são uns falastrões: Jânio falava difícil, Collor achava que falava espanhol e o Bozo só fala merda.

Facebook, setembro de 2019.

Charge: Latuff

Edu Cezimbra


sábado, 28 de setembro de 2019

Brotação


Porto Alegre, 28 de setembro de 2019.

Imagem: Pinteres

Design: Canva

Edu Cezimbra

Esses índios aí

Garantir a terra e a sobrevivência desses índios é aumentar a riqueza da experiência humana. A deles e a nossa. E, mesmo que não fosse, mesmo que "esses índios aí" não pudessem trazer nada de bom para nós, ainda mereceriam as reservas. Porque eles existem. Simples assim.(Antonio Prata)
Se pudermos alcançar, minimamente, que seja, o que significa para a identidade brasileira a herança dos nossos índios pararíamos de imediato com tudo o que estamos fazendo aos nossos povos indígenas.

E mais, se você fosse índio e sentisse na carne tudo o que estão fazendo a esses povos e a sua terra sagrada?

Talvez, nem precisasse ser um índio. Basta ser alguém que pense grande , com o coração e a mente, sobre a relevância deste tema para os destinos do nosso país e de nossa gente. Como assim, pergunta você, talvez intrigado com a minha colocação aparentemente exagerada.

Coloco, então, da seguinte forma: e se esses povos possuíssem segredos que, se revelados, mudassem para melhor, o rumo de nosso país?

Algo que nos destacasse e diferenciasse no concerto das nações...

Pois é, acontece que os nossos povos indígenas, de fato, guardam algumas informações valiosas para nós. Especialmente no que diz respeito à nossa capacidade de sobrevivermos nas próximas décadas

Começa pela maneira que estes povos tratam a terra onde vivem. Nestes lugares a mata está em pé, povoada por pássaros, animais e peixes em abundância.

Até um tempo atrás. você poderia pensar. “eu com isso?!”...

Acontece que a preservação de uma floresta nos diz respeito, e muito mais do que muita gente boa imagina, embora possa sentir na pele e no bolso os efeitos da mudança climática.

Por isso, e muito mais, "esses índios aí" merecem viver!



Porto Alegre, 28 de setembro de 2019.

Imagem: Save the Amazônia

Edu Cezimbra

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Os poderosos e os desapoderados


Após ler trechos de Platão e Maquiavel fico me perguntando se existirá um paralelo entre a República de Platão e o Príncipe de Maquiavel com o 1984 de Orwell e o Admirável Mundo Novo de Huxley.

Na República, Platão advoga um rei-filósofo com amplos poderes e Orwell descreve um ditador com controle absoluto no longínquo (para ele) 1984.

Maquiavel conta como se governa em seu tempo histórico e Huxley como se governará no futuro.

Em Platão e Maquiavel, o foco é nos poderosos de suas respectivas épocas; em Orwell e Huxley nos desapoderados.

Se paralelo há, está oculto, já percebeu o meu raro e atento leitor...

No passado de Platão e Maquiavel, os poderosos eram conhecidos e os escravizados eram ignorados.

No futuro de Orwell e Huxley, os escravizados são conhecidos e os "donos do poder" permanecem ocultos.

Enfim, a história entre os poderosos e os sem-poderes ou desapoderados se repete sem paralelo.

Já dizem os assessores dos poderosos: "os tempos são outros".

O estado deve permanecer mínimo para a maioria e máximo para poucos...

Porto Alegre, 27 de setembro de 2019.

Imagem: cena de Ricardo III, Google

Edu Cezimbra


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Paixão e Paz


         "A paz é impossível, mas o amor é eterno."
Ruben Dario, poeta nicaraguense, autor deste antológico verso, sabia o que cantava por conhecer a espécie humana.

"A paixão pela guerra deve ser trocada pela paixão pela paz", afirmou apaixonadamente um ex-soldado do exército nazista depois de passar por aulas de democracia.

 As aulas foram ministradas  pelos ocupantes do seu país, após a derrota na Segunda Guerra Mundial, determinados a apagar a memória do nazismo nestes jovens soldados oriundos da juventude hitlerista.

Como sabem todos os apaixonados, é muito difícil manter-se em paz quando dominados por este confuso sentimento...

Fernando Pessoa, outro poeta genial, oferece outra pista sobre esta condição anímica por excelência, neste verso: "A alma não tem calma".

A paixão entra em guerra com a paz, digo em prosa. 

Para estar em paz é preciso não estar apaixonado, compreende-se aqui o verso de Dario: "A paz é impossível" pois o homem é um eterno apaixonado.

- Porque tem alma, - diria Pessoa.

- E o amor é eterno, - emendaria Dario...


Porto Alegre, 25 de setembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Aos poucos poetas


Ao ditame da ditadura
Há a demora da democracia

Ao discricionário da disciplina
Há a curva da curiosidade

Ao rigor da realidade
Há a urgência da utopia

Ao peso do pesadelo
Há a suavidade do sonho

Aos muitos medrosos
Há poucos poetas




Porto Alegre, 24 de setembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Escombras



Não é um assombro que os governos, de tempos em tempos, dediquem-se a "criar" escombros?

A empresa estatal criada para gerar escombros no Brasil poderia ser chamada de "Escombras", imitando a Petrobras.

Assim como temos empresas de petróleo, a "Escombras" é uma empresa de "Guerra S.A.".

Hoje, suas armas são a caneta BIC, decretos e processos judiciais totalitariamente inconstitucionais.

Como todo monopólio, a "Escombras" não admite a concorrência de "construtoras".

Os fieis funcionários da "nova" empresa estatal não são selecionados por concurso público, muito menos por pertencerem a uma oposição política democrática.

Nada disso, para este tipo de empresa é preciso empregar parentes próximos e "soldados" devotados a uma "guerra santa" contra os inimigos da religião.

São inimigos mortais de qualquer ideologia que não seja a sua.

Negam que são movidos por uma ideologia, aliás abominam qualquer lógica, são pré-modernos, arcaicos mesmo. 

Quando invasores querem dominar uma nação, a primeira coisa que fazem é a demolição das  obras principais desta civilização.

Depois de uma guerra total o que sobra para um povo é a miséria absoluta.

A história ensina que alguns povos conseguem escapar dos escombros de uma guerra, com ajuda externa.

Muitos "escapam" por meio da alienação mental e política. Estes tornam-se escombros ambulantes...

Porto Alegre, 23 de setembro de 2019.

Imagem: 

Edu Cezimbra



domingo, 22 de setembro de 2019

Sou todo sentido



Se me encarares

Olho no olho

Vou abrir os olhos

Para que em mim mergulhes


Se me falares

Tête à tête

Vou mostrar os dentes

Para que me identifiques


Se me tocares

Dedo a dedo

Vou me arrepiar todo

Para que me molhes


Olho no olho

Tête à tête

Dedo a dedo

Sou por ti todo sentido



Porto Alegre, 22 de setembro de 2019.

Imagem: Van Gogh, Pinterest

Edu Cezimbra

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Feito cão e gato



Quando sob o mesmo teto, cão e gato até conversam.

- Eu sou um cachorro de raça, admirado pela fidelidade - exibia-se o cão.

- Fidelidade, não conheço, é uma cadela, por acaso?

- Pra ser sincero, não sei bem o que é, mas meu dono sempre fala isso de mim...

- Eu não tenho dono, deve ser por isso que não conheço a tal fidelidade.

- Como assim, não tem dono?!! - espantou-se o cão.

- Sou um gato independente...- jactou-se o bichano.

O cão fez aquela cara de quem não entendeu nada e o gato explicou assim:

- É que eu não obedeço a ninguém.

O cão, muito obediente, pois fora adestrado por um treinador, escandalizou-se:

- Que horror, como ousas?!!

- É preciso ousadia para desobedecer - aproveitou a deixa o esperto gato.

- E como fazes para viver sem dono?

- Ora, simplesmente vivo a minha vida sem preocupações.

 O cão não escondia sua perplexidade, dando voltas em torno do gato.

- Como pode alguém viver sem preocupações?!!

- Eu não me preocuparia com isso...

- Eu me preocupo com meu dono! Sem ele eu não teria a ração diária nem meu passeio na coleira.

- "Teu" dono também me dá ração, só não me leva pra passear...

- Então, como não lhe obedecer?!!

- Ora, seu bobo, ele é que me obedece quando lhe ordeno que me dê ração...

A esta altura da conversa o cão começou a rosnar e latiu:

- Só não te mato porque sou um cão adestrado!

- Nem todo cachorro mata o gato, mas todo gato mata o rato - riu-se o felino, correndo atrás de um ratinho que por ali passava.

Moral da fábula: o cão é moral, o gato é amoral.


Porto Alegre, 20 de setembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O perto e o longe


Longe é um lugar que não existe, escreveu Richard Bach, em "Fernão Capelo Gaivota".

Nem o perto... escrevo eu.

Digo isso, pensando que, provavelmente, Richard Bach também escreveria isso.

Hoje, apesar de todos os meios de comunicação disponíveis, as pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras.

O fato é que mesmo antes do aparecimento das redes sociais o fenômeno da solidão ja era constatado por psicólogos e outros pesquisadores das ciências sociais.

Também não são poucos os escritores que narram a solidão, o isolamento e o sentimento de abandono que invade as personagens da dita civilização ocidental.

Não por acaso a depressão atinge cada vez mais pessoas.

Um psicólogo até aconselhou que as pessoas tivessem um amigo ou amiga por perto, mesmo que a cem quilômetros de distância.

Compreende por que digo que perto é um lugar que não existe?...



Porto Alegre, 18 de setembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra


terça-feira, 17 de setembro de 2019

Bichinhos




Camundongo
É um ratinho
De tão pequeninho
Até parece um porongo

Sancho
É um porquinho
De tão gordinho
Até parece um pancho

Vira-lata
É um cãozinho 
De tão magrinho
Até parece uma gravata

Bichano
É um gatinho
De tão peludinho
Até parece de pano

Petiço
É um cavalinho
De tão baixinho
Até parece postiço

Todos
Eles tão fofinhos
Com seus modos
De bichinhos!






Porto Alegre, 17 de setembro de 2019.

Imagem: Marc Chagal, Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Caravaggio

Para Caravaggio, a Paixão de Cristo é a paixão dos humanos.

Embora a imagem da dor não seja a dor em uma imagem, Caravaggio aproxima a dor da imagem.

Com isso, cria uma arte sacra humanizada; mais, uma arte sacra desmistificada.

Só sabe quem conhece.

A história de vida de Caravaggio é a de alguém que pinta a dor dos homens porque a sofreu na carne.

Caravaggio aprendeu da dor através da perda do amor.

A contribuição da arte sacra de Caravaggio para nossa civilização é inestimável e transcendente e por isso chega até nós de uma forma tão contemporânea.

Por isso, em um tempo em que a religião é usada para incentivar o ódio é bom lembrarmos de Caravaggio...


Porto Alegre, 16 de setembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra


 

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Conexão Vital


Não basta saber tudo, quando o que se sabe é pouco.

Precisa muita humildade para tudo saber.

Tudo está conectado, não só pela internet.

Nós estamos conectados com tudo o que é significativo.

Isso não é novidade. Já foi dito com todas as letras por Leonardo da Vinci:

- Aprenda a ver, perceber que tudo está conectado.

Queria chegar nesto ponto crítico em que estamos, obrigado Leonardo...

Com tudo conectado, qualquer ação local que fizermos terá influência no todo, para o bem e para o mal.

Sabem disso os místicos e os ecologistas.

A ciência avançada poderá medir com precisão o numero de partículas de cada elemento químico da tabela periódica baseada na teoria unificada.

Não é tarefa da ciência reconectar-nos. Essa é tarefa de cada um de nós.

Missão impossível?

Como disse Mandela:

- É impossível até que se faça.


Porto Alegre, 12 de setembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Razões e contrarrazões


Tenho tudo o que desejo, porque pouco desejo.
Sei tudo o que sei, porque pouco sei.

Tenho tudo pra dar certo, porque pouco acerto.
Sou tudo o que quero, porque pouco quero.

Tenho quem me tenha, porque pouco tenho.
Sou quem sou, porque sou o que não sou.

Tenho o que sou, porque sou o que não tenho.
Sou o que tenho, porque tenho o que não sou.

Tenho toda razão, porque de pouco coração.
Sou todo coração, porque de pouca razão.






Porto Alegre, 10 de setembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Apólogo Humano


Há pessoas que dão vida a um apólogo.

- Ele é um armário!

- Ela é uma porta.

O armário disse para a porta:

- Te abre comigo, o que te faz assim tão fechada?

- Eu não me abro pra qualquer um...

O armário, que era grande e pesado, forçou a porta:

- Abre logo, ou eu te arrombo!!!

- Só abro com a combinação, - trancou-se, teimosa, a porta.

O armário impacientou-se:

- Tu tá pensando que eu sou cofre?!!

- Eu sou uma porta de ferro - resistiu a porta, ferrenhamente obstinada.

O armário desistiu, mas ficou xingando:

- Tu és uma porta!!!

Ao que a porta retrucou, irônica:

- Tô contigo e não abro...


Porto Alegre, 9 de setembro de 2019.

Imagem: Coby Whirmore, Pinterest

Edu Cezimbra

domingo, 8 de setembro de 2019

sábado, 7 de setembro de 2019

1822


"Era um país onde imperava a ignorância, mesmo entre os mais abastados: de cada dez pessoas, somente uma sabia ler.  E onde a tensão social era altíssima. Dois terços da população brasileira eram formados de escravos, privados de direitos e sobrevivendo a maus-tratos. Aliás, há quem defenda a tese de que a elite colonial somente se uniu em torno de D. Pedro por medo de ver a população escrava se insurgir."
 Laurentino Gomes, neste breve trecho de "1822", retrata a situação do Brasil, no ano da sua Independência. 

De lá para cá, o que mudou, no país?

Pergunta retórica, pois para qualquer pessoa minimamente informada, nada mudou.

A elite é colonial no seu modo de ser. 

A maioria da população (incluindo a elite) é inculta, baseando seus juízos na heteronomia.

Uma fase pré-kantiana, portanto, já que inexiste o imperativo categórico, que em resumo de Bárbara Freitag, reza: "age de tal modo que a máxima de tua vontade possa sempre valer simultaneamente como um princípio para uma legislação geral".

Como sabem os estudantes de filosofia, Kant baseia sua razão prática na dignidade da pessoa, o que, no Brasil, não é um imperativo categórico, já que vigem, ainda, os princípios autoritários da opressão social e da repressão policial.  

Portanto, neste 7 de setembro, que se comemora a "independência" do Brasil, mais que a dívida de Portugal paga por D. Pedro I à Inglaterra, o que falta pagar é esta estratosférica dívida social, que a cada dia aumenta.

Já cantava o Hino da Independência, com a música composta pelo imperador: "brava gente brasileira, longe vá temor servil".

Não entenderam a máxima de Evaristo da Veiga...


Porto Alegre, 7 de setembro de 2019.

Imagem: Debret, Google

Edu Cezimbra


sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Restauração





Descubro o que
em mim não foi coberto.

Reconheço o que
em mim não é conhecido.

Convoco o que
em mim não será convidado.

Submeto o que
em mim não é submisso.

Para assim
Por encoberto
Pelo desconhecido
Como rejeitado
Por insubordinado
Restaurar-me







Porto Alegre, 6 de setembro de 2019.

Imagem: Giuliano de Medici, Michelangelo, Pinterest

Edu Cezimbra

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Amenidades


Em meio a uma tragédia ambiental alguém quer falar em amenidades.

Sim, para esquecer o sofrimento fala-se em amenidades.

- Viste o final da novela, foi demais, não?

Afinal, de amarga já basta a vida, não é?

Amenidades são uma maneira de negar o "mau tempo."

Está em pleno "aquecimento global" e só quer falar de amenidades...

As pessoas que só falam amenidades não estão preparadas para as adversidades.

Sabe-se que os otimistas tem mais dificuldade de adaptação aos períodos catastróficos.

Os cândidos e polyanas estão por todo canto, desfrutando da indústria cultural baseada no divertimento.

- Enquanto houver gelo a festa continua!

A verdade é que as pessoas, de um modo geral, não estão preparadas para encarar situações que fujam das suas forças emocionais.

Uma visão de mundo não pode ser baseada em amenidades, mas em profundidade.

Senão é uma vida não vivida...



Porto Alegre, 5 de setembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Triste Fim do Professor Policarpo


Recebo uma carta (isso mesmo) do Professor Policarpo, desde a vizinha Paraguaduras, que transcrevo literalmente:

Prezado colega escritor,

Escrevo-te com a esperança de que publiques este bilhete em teu blog pessoal, pois em Paraguaduras não é permitido o exercício da crítica política.

Escreveu Monteiro Lobato, escritor do teu país, que "um país se faz com homens e livros".

Possivelmente, se vivesse em Paraguaduras, diria que um país se desfaz com homens sem caráter e com livros não-lidos.

O escritor argentino Jorge Luis Borges disse, certa ocasião, que "as ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade, mas o abominável é que elas fomentam a idiotia".

Creio, meu caro, que o maior problema de Paraguaduras é esse, um povo idiotizado e inculto.

Despeço-me com este triste fim do Professor Policarpo.

Caro Professor Policarpo, não sei se serve de consolo, mas aqui estes homens sem caráter e incultos estão no governo...

Porto Alegre, 3 de setembro de 2019.

Imagem: Jaguar

Edu Cezimbra

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A "Conquista" da Lua















"Todos eles estão errados/A lua é dos namorados"(Armando Cavalcanti e Klécius Caldas)

A Lua não tem ruas
Tem crateras

A Lua não tem casas
Tem pedras

A Lua não tem água
Tem mares

Quem vai à Lua
Não volta normal

Quem vai à Lua
Não volta mais

O homem chegou na Lua
Ela não se entregou

O homem não conquistou a Lua
Apenas nela pisou ...

(50 anos da chegada do homem à Lua)


Porto Alegre, 2 de setembro de 2019.

Imagem: cena do filme "Viagem à Lua" 

Edu Cezimbra

domingo, 1 de setembro de 2019

Augustas


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O Brasil não é para amadores, - é para armadores...
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Com tantos ministros de férias, o Guedes despeitado falou: - Vai trabalhar vagabundo!!!
*
Depois de muitas tentativas de dar murro em ponta de faca finalmente desistiu.
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A Lava Jato foi uma operação tão longa que o "cirurgião" dormiu no ponto... #VazaJato
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Procura-se Queiroz:
Vivo ou em gomo.
*
Queiroz vai estrelar remake de "O Homem que virou Suco", dirigido pelo Padilha.
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Depois dos cem anos, não se falece, só se esquece. Se no Inverno, só fenece.
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O Bolsonaro não vai ao psiquiatra porque conhece choque elétrico.
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Sabe o que falta na vida da maioria das pessoas?
- Perceberem que vida não lhes falta...
*
Nas Antilhas, tem ilhas virgens, antigas e barbudas e ainda neves, vá entender a geografia...
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Namore alguém que acaricie o seu pescoço como o Darlan, Ouro no Pan, acaricia o dele no arremesso do peso!
*
Depois do fake news vem o Bolsonaro.
*
Não deixe para amanhã o que não fez ontem.
*
Vem aí uma Itaipu de laranjas pra cima da "família"...
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Desde 1500 que o Brasil vai mal...
- Foi o Pero Vaz de Caminha que escreveu o programa do PT.
*
Em tempos líquidos o cúmulo de desobediência civil é uma diarreia.
*
Ex-diretor do INPE alerta que vídeo dele falando sobre desmatamento baixo é de 2009. - Viu, a culpa é do PT!
*
Diante da legião de idiotas que tomou conta das redes sociais, o psicanalista Roberto Freire diria: Opine e dê vexame.
*
Argentina: pouco importa a taxa de câmbio para quem está com fome.
*
O Amor é um Dom Universal, Afrodite se quiseres!
*
Esse tal de Future-se do Bolsonaro está mais pra Fature-se...
*
Pra "famiglia Bolsonaro" um engavetador-geral é pouco,
- precisa um empulhador-geral da república.
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Gostava muito de ovo, morreu de ovodose...
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Antes de falar no fracasso da democracia convém falar no da psiquiatria brasileira.
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A lua cheia prateia
as águas do Guaíba
trêmulas de frio.
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Casal de cambacica balança os galhos do hibisco!
- Isso que é despertar com perspectiva de vida...
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"Não há de for nada", - já dizia um padeiro, depois que o sonho acabou...
*
"Alguns já nascem póstumos", disse Nietzsche, - e vivem como assombrações, digo eu.
*
A mata em júbilo: basta esquentar um pouco que os passarinhos começam a cantar pras passarinhas...
*
Um ditado popular para o desgoverno Bolsonaro: a emenda foi pior que o soneto...
*
Roda Vida entrevistará Alexandre Frota.
- É...chegamos ao fundo da roda.
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Dia da Fotografia e do Historiador: Parabéns a quem fotografa a vida real e a quem faz história da mesma.
*
Não confunda socioeconômico com sócio econômico.
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O caMelo tem duas corcovas, o dromedário só tem uma, então deveria se chamar droNedário...
*
Bem melhor um monte de árvores do que um monte de concreto.
*
As grandes mudanças passam despercebidas, apesar dos nítidos eventos desencadeadores.
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Quem pede Dia de Fogo acaba se queimando... #ForaBolsonaro
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Os paneleiros voltaram por que as panelas esvaziaram?
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No deserto das palavras o oásis é a poesia.
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Místicos, esotéricos, holísticos que apoiam o Bozo não saíram da Idade Média, precisam de uma atualização urgente...
*
Bolsominions que seguem apoiando o desgoverno Bolsonaro, Freud explica? - Não, Reich explica na Psicologia de Massas do Fascismo.
*

Facebook, agosto de 2019.

Charge: Jota Camelo

Edu Cezimbra