Porto Alegre, 6 de julho de 2012.
Arte: Edu Cezimbra
Photo via Newscom (picturehistory)
Blog de Eduardo Sejanes Cezimbra para escrever sobre a vida, rascunhando impressões, como se manuscrito com caneta-tinteiro e mata-borrão. "Escrevo porque preciso, publico porque amo."
Quase quinhentos quilômetros nos separam,
Alegrete da minha criança.
Mas não há distância
Que separe minha lembrança
De ti, cidade da minha querência.
Caminho por tuas ruas e praças
Como quem volta ao passado
E me reencontre em cada passo.
Estás bem ali de novo com tuas histórias
Singelas mas marcantes para minha memória.
Foi por sonhar acordado em tuas esquinas
Que inventei o meu mundo,
Cheio de imensidões e estreitezas simultâneas.
Foste um trampolim para saltar fora
Com identidade, intenção e sentido.
Porque contigo aprendi o desejo de ir longe
Deixando por ti saudade, sentimento e desejo,
Cidade pequenina, de tantas lonjuras e vastidão,
De tantas idas e vindas em meu viver andejo.
Nem sempre ao teu encontro, mas contigo no coração.
Há quanto tempo, minha criança…
Não tenha medo, minha criança…
Ainda queres crescer, minha criança?...
Vamos brincar de quê, minha criança?…
"Assim, me vi, no dia seguinte, escrevendo a história tal como eles queriam. A mulher sendo fabricada a partir de uma costela de Adão. A mulher dando ouvidos à serpente. A mulher provando do fruto da Árvore do Bem e do Mal. Em suma: a mulher cagando tudo."
Eu como bom lixeiro que sou, encontrei no lixo seco de alguém, uma seleção do Reader's Digest de 1966. Lá um anúncio da tinta Parker Quink, aquela que servia para um instrumento do passado que poucos jovens viram, a caneta tinteiro. E o garoto propaganda é o poeta Manuel Bandeira com a sua própria caligrafia no poema "Irene no Céu":Irene no Céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.