sábado, 30 de novembro de 2019

Provas do Novembro


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Presidoente Bolsonaro "potencializou" queimadas na Amazônia para implantar uma "nova" política: - política da terra arrasada.
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O Ministério da Saúde alerta: contra a depressão faça distribuição de renda.
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O por-do-sol de hoje foi digno de Van Gogh!
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Se a natureza fala e o gênero humano não ouve, resta-lhe trovejar.
(Mote de Victor Hugo)
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É contra a ditadura do proletariado mas a favor da "ditadura da prole do Bolsonaro".
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Respirar o ar puro da mata,
com cheiro de terra molhada, ouvindo a cantoria da passarada, - não tem preço!
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Ensaio sobre a cegueira: Em terra de "cegos" quem tem um olho é caolho.
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Lava Jato: quando o antipetismo perde o senso de justiça vira fascismo
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Do caos à arte, 
Faça algo.
- É a sua parte....
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Quando a esperança se perde é a fé que a recupera.
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Extremista é sempre do outro extremo!
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Quem faz autocrítica é escritor. Sendo o seu maior leitor frequentemente não gosta do que lê.
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Autocrítica é fácil de fazer, 
- quando quem faz é o outro...
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Quem sabe um livro de auto-ajuda para fazer a tão esperada autocrítica?
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A prisão mental termina quando tu paras de bater a cara contra o muro.
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- Olha, quanta formiga!!!
- Dos males o menor...
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Para voltar Estado de Direito há que remover o entulho autoritário e fazer as reformas nesta casa grande arruinada e decadente.
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Como podemos ver, a democracia brasileira não tem bala na agulha, mas tem umas gordurinhas pra queimar..
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Aliança pelo Brasil lembra a Aliança para o Progresso (toc toc)....
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-O que tem a ver o cu com as calças?
- O que tem a ver o cu com as causas?
(Glosa da Núbia Quintana)
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Moral é muros a impor uma realidade
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A ficção é real perto do fake news.
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A ficção é verossímil, o fake news inverossímil.
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Quem lê ficção não acredita em fake news.
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Parafraseando Voltaire: 
O homem age, a natureza reage.
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Ar-te
Oxigena-te
Respira-te
Inspira-te
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Um louco não reconhece sua loucura, mas sabe quando o outro é louco.
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O discurso do ódio prega e leva ao fascismo.
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"Que época terrível essa que idiotas dirigem cegos." Shakespeare, de uma terrível atualidade.
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Pouco importa o nome na escritura.Importante é quem frequenta o sítio. 
- Anotado, Gebran, o MST e o MTST agradecem!
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Tamanha é a revoada de pássaros na mata que vão precisar de controlador de tráfego aéreo.
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Cardápios para as festas de fim de ano: ovos moles, ovos fritos, ovos cozidos, ovos de pato.
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Quem governa com fake news é presidente fake.
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Quando os muros do medo e do preconceito forem trocados por pontes de respeito e equidade teremos segurança pública.
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Facebook, 30 de novembro de 2019.

Charge: Jota Camelo

Edu Cezimbra


sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Modas


"Este quer lançar moda" - dizem uns, depreciativamente, sobre pessoas criativas.

Tácito está que há quem esteja autorizado a lançar moda...

Mas quem "lança moda"? Antes, um parêntese: (moda é uma maneira esperta de vender hoje o que estava "fora de moda" ontem ).

Logo, a moda de hoje é o que estará "fora de moda" amanhã.

É bem fácil colocar ou tirar da moda, questão métrica: comprimento ou largura; encurta ou alonga, estreita ou alarga...

Óbvio, a moda atual tem muito de imposição econômica, interessa a indústria têxtil que todos usem suas roupas padronizadas.

Outras peças do vestuário também não escapam da ditadura da moda: chapéus estão fora de moda, bonés de marca estão na moda.

Sapatos femininos, que digo, masculinos também!, saltos altos ou baixos, bicos finos  ou quadrados, são atos institucionais dos estilistas.

Claro, hoje, temos a hegemonia do tênis (será um ato falho?) de marca, sempre com uma inovação tecnológica.

O "demodê" de estar na moda é retirar produtos das vitrines e prateleiras para substituir por outros ,"apenas" para induzir mais consumo.

O que seria bom para o planeta é que este tipo de consumismo saísse de moda...

Brechós, por exemplo, não se preocupam com a "última moda", porque tem modas para todos os gostos.

Pessoas autênticas criam a sua própria moda, ou melhor, a sua maneira de ser, o seu modo de estar no mundo, o que inclui a maneira como se vestem.

Pessoas autênticas não ligam para "o que os outros vão pensar"; mais, são estilistas naturais, que criam uma moda própria.

Sim, reconheço, caro e raro leitor, que pessoas autênticas estão "fora de moda", mas não as descarte porque a qualquer momento podem voltar a "estar na moda". 


Porto Alegre, 29 de novembro de 2019.

Imagem: Gildásio Jardim, Pinterest

Edu Cezimbra

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Tantas Utopias

Lugares
Há tantos
Nenhum melhor
Do que Utopia
Lá não tem rei
Pra ser amigo
Tem uma mulher
A me esperar
Na cama
Que foi do rei
Há tantas
Utopias quantas
Sonhos de liberdade!

Porto Alegre, 28 de novembro de 2019.

Imagem: Jacek Yerka, Pinterest

Edu Cezimbra

Picles


Um pepino ia pro vinagre, quando foi abordado por picles.

- Junte-se a nós, irmão!

O pepino logo avisou.

- Procurando pepino, irmão?

O picles de couve-flor, todo cerebral:

- Ora, irmão, mais vale um pepino no picles que dois passando!

O pepino, que não era passado, respondeu de pronto.

- Que nada, o picles é uma horta que passou por minha vida...

O picles de cenoura aproveitou a deixa e reforçou o convite.

- Então?!! tu já fazes parte desta conserva!

O pepino era muito conservador e resistiu.

- Prefiro ser um pepino em conserva do que mais um picles...

O picles de cebolinha insistiu no proselitismo:

- Tu já és reconhecido como picles nas lanchonetes, junte-se a nós!

O pepino que era um romântico inveterado manteve sua posição conservadora.

- Melhor que ser picles no Submundo é ser Pepino di Capri - riu-se muito o pepino, achando-se engraçado, indo juntar-se aos pepinos em conserva.

Moral do apólogo: os conservadores são muito unidos até chegar no poder.

Porto Alegre, 28 de novembro de 2019.

Imagem: Pickle Ricky, Google

Edu Cezimbra

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Clementina

Clementina
É o samba
Clementina
É a caçamba
Clementina
É que é bamba

Diamantina
É de luz
Cristalina
É de truz

Clementina
É de Jesus

Porto Alegre, 26 de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A Roda e o Motor da História


Encostada na parede de uma oficina mecânica, uma roda rodava a baiana com um motor pendurado em correntes.

- Viu no que deu esta sua mania de acelerar? Agora estamos aqui, parados, nesta oficina sebosa!!!

O motor que era flex, roncou:

- Deixa rolar, Dona Roda, que logo estaremos de novo com o pé na estrada - ironizou.

A roda, toda cheia de importância, reagiu:

- Pé na estrada?!!! Quanta asneira - roda na estrada -, por favor!!!

-É só a força de expressão de um motor, Dona Roda!- riu-se o motor da própria tirada.

- Pois sim, se dependesse do pé, nós nem estaríamos aqui - insistiu triunfante a roda orgulhosa - mas na Idade da Pedra!

O motor, que gostava de falar alto, explodiu:

- Ora, e se dependesse de ti, ainda estaríamos na Antiguidade, puxados por carros de boi ou em bigas.

- Estaríamos, vírgula, tu nem eras nascido nesta época épica, não fale do que não sabe, seu motorzinho de uma figa!

O motor subiu a rotação e aumentou o tom da discussão:

Ah é, ah é?... Pois se não fosse a minha invenção, estarias dando voltas e mais voltas sem sair do lugar!

- Ora, seu motorzinho 1.0, não fosse a minha descoberta, ainda estarias descaroçando algodão!

Perto dali, um eixo cochichou para um freio:

- Vou botar o eixo nesta roda enquanto tu botas freio neste motor, senão nunca mais vamos sair desta oficina mecânica.

Ao que o mecânico lembrou:

- Só saem se pagarem o conserto!

Moral da história: a roda da história gira se o motor é o da luta de classes. 


Porto Alegre, 25 de novembro de 2019.

Imagem: Laurel e Hardy, Google

Edu Cezimbra

domingo, 24 de novembro de 2019

Nó Górdio


Saudade é nó górdio no peito, não desata, e aperta o coração de quem amou.























Porto Alegre, 24 de novembro de 2019.

Imagem: Paradoxos, Facebook

Edu Cezimbra

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Ondas




Porto Alegre, 22 de novembro de 2019.

Imagem: arquivo pessoal

Design: Canva

Edu Cezimbra

Velhacaria

Qual é a real idade da realidade?
Deve ser uma velharia, dessas que velha ria.

Nova é a prima Vera que vem com a primavera
Com o canto da saracura, enquanto a Sara cura.

Pô, Ema, isso é um poema?!!
Isso é uma velhacaria pra que velhaca ria!!!

Porto Alegre, 22 de novembro de 2019.

Imagem: Blog do Iba Mendes, Google

Edu Cezimbra

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O Papagaio e o Pirata


A figura do papagaio de pirata é clássica, quase clichê: o papagaio sempre aparece no ombro do pirata, repetindo as suas ordens.

Ao papagaio, um bicho sabidamente inteligente, não lhe agrada este papel patético:

- Tô fraco...Cansado de ser um papagaio de pirata!

O pirata que não se incomodava com clichês, gritou:

- Isso é um motim, seu marujo linguarudo! Para a prancha, seu...seu... amotinado!!!

- Currupaco...papaco... -  gaguejou o papagaio, sem palavras diante da ameaça.

- Se pensares em fugir, vou te por a ferros, marujo bicudo!!!

- Levantar âncora! - repetiu o papagaio - tentando distrair o  feroz capitão do navio pirata. 

Ao que o pirata, condicionado, repetiu pela enésima vez:

- À toda vela, para a Ilha do Tesouro!

O papagaio respirou aliviado e pensou com suas penas:

- Tão clichê quanto um papagaio de pirata é um pirata de papagaio...

Moral da fábula: piratas não existem sem papagaios.


Porto Alegre, 21 de novembro de 2019.

Imagem: cartaz de "O Trapalhão na Ilha do Tesouro", Google

Edu Cezimbra

O Poder das Palavras




Porto Alegre, 21 de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Design: Canva

Edu Cezimbra

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Café




Porto Alegre, 20 de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Design: Canva

Edu Cezimbra

A Estranha Nação de Rafael Mendes


A cada vez que abro um livro diferente também abro a porta da imaginação, atravesso as fronteiras da mente.

Cada bom escritor fala uma língua nova para mim e eu me esforço para entendê-la.

De certa forma, abrir um livro novo é como viajar sem precisar do passaporte e de toda as demais burocracias...

Claro que temos os nossos escritores preferidos e entre eles cito Moacyr Scliar.

Mas fica o alerta: Scliar escreve livros perigosos, por exemplo, "A Estranha Nação de Rafael Mendes".

Este é destes livros pegadores, difíceis de deixar de ler para ler outros livros ao mesmo tempo, como gosto de fazer.

Fiquemos com este pequeno excerto, que nos deixará com gostinho de quero mais, sei bem:

"Um homem pagará. É inocente, mas pagará. Inocente? Não deve ser tão inocente. Não, não é inocente: se vai pagar é porque não é inocente. E pagará. Não sabe disso,naturalmente; no momento não sabe de nada, só de sonhos. No momento dorme, como muitos porto-alegrenses. Logo,porém, acordará, e então a contagem regressiva terá começado. Não se porá hoje o sol sem que a meta tenha sido alcançada: dez mil dólares. Engraçado: nunca vi um dólar, nem sei que jeito tem. Mas não preciso saber. Só preciso pedir.Pedir, não: exigir. É bom que eu esteja convencido disto: posso exigir. Eles me devem muito dinheiro, dez mil dólares pelo menos. Mais, decerto; no mínimo, porém, dez mil. Dólares. Exigirei. Rafael Mendes pagará."


Porto Alegre, 20 de novembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra 

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Arborescência






Se poesia
Desse em árvore
Bastaria estender
A mão e apanhar
O inefável
Fruto poético

Mas poesia 
Não dá em árvore
Árvore dá poesia
Basta o poeta
Estender o olhar
E se arborescer




Porto Alegre, 19 de novembro de 2019.

Imagem:Tarsila do Amaral, Pinterest

Edu Cezimbra

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A Crítica e a Autocrítica



Muito se tem falado em autocrítica nos últimos tempos...

Como não poderia deixar de ser é a crítica política que mais exige a autocrítica do partido inimigo.

Chamo de partido inimigo para lembrar que em uma guerra a primeira vítima é a verdade.

E, obviamente, ninguém entrega munição para ser bombardeado pelo inimigo.

Então, meu caro e raro leitor, espere sentado a autocrítica tão desejada.

A autocrítica sempre foi muito utilizada para resolver questões internas nos partidos de esquerda, embora às vezes não funcionasse...

Se a autocrítica é uma tradição da esquerda seria a crítica um instrumento de direita? E se a crítica fosse uma pessoa? 

Poderia se chamar Cris por aproximação fonética, seria muito crítica em relação a tudo e a todos.

Tudo seria criticado por Cris que , por isso, seria chamada de Cri-Cri, a chata de galocha da turma...

Cri-Cri, digo, Cris, teria uma colega que chamaria de Amélia... Antônia ...Geni...Ok, chamemos de Altiva.

Altiva seria muito altiva, orgulhosa, difícil, não se relacionando com ninguém da turma.

Cris criticaria muito a Altiva justamente por sua altivez, por seu caráter intolerante, por ser extremamente orgulhosa.

Seria uma crítica válida se não soubéssemos o apelido de Cris, a Cri-Cri, a chata de galocha da turma ...

Veja como são as coisas: quando alguém critica muito está fazendo uma autocrítica, - parafraseando Carl Gustav Jung.

Porto Alegre, 18 de novembro de 2019.

Charge: Laerte, Google

Edu Cezimbra

domingo, 17 de novembro de 2019

Alguém aí?

Que me importa
Tô nem aí
Pouco se me dá
Alguém aí?




Porto Alegre, 17 de novembro de 2019.

Imagem: Depósito de Cartuns, Facebook

Edu Cezimbra

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O Rato e o Homem


Um agricultor apanhou um rato em seu paiol e, antes de matá-lo, perguntou curioso:

- Rato, por que só comes a aveia e não comes o milho e a soja?

O rato, esperto, viu aí uma chance de escapar vivo da fatal situação.

- Homem, se eu te contar a verdade tu prometes me deixar vivo, são e salvo?

O agricultor coçou a cabeça, pensou um pouco, e prometeu ao rato:

- Prometo que te soltarei, - se me contares a verdade!

O rato que conhecia bem o homem, insistiu:

- Vais me soltar vivo, são e salvo?

- Promessa é dívida – reforçou o homem, beijando sua cruz.

Diante de promessa tão solene, o rato contou a verdade ao homem.

- Andei por um laboratório e vi ratos morrerem de câncer depois de comerem desse mesmo milho e soja que colheste.

- Ora, isso não é verdade, eu mesmo como desse milho e não morri, até conheço um homem que bebeu “randap” e não morreu, és tu que vais morrer, seu rato mentiroso!!!

O rato vendo-se condenado à morte, embora falasse a verdade, apelou:

- É que a morte é lenta, veja quantos morrem de câncer todo dia à tua volta!

O homem, indiferente à verdade, virou- se para apanhar um porrete e o rato esperto aproveitou para fugir por uma fresta no paiol, mas ainda teve tempo de gritar:

- Quero ver fazer arminha depois de morrer!

Moral da Fábula: ratos aprendem com a experiência, homens sofrem com a experiência, mas não dão a mão à palmatória. 



Porto Alegre, 14 de novembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra


quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Na cantina escolar



A cantina de uma escola é um bom lugar para se observar  a vida...

Soa a sirene do recreio, o pátio da escola é invadido por turmas ansiosas para correr e depois comer.

A cantina recebe turmas famintas que se amontoam na fila dos lanches.

Uma balbúrdia generalizada para quem vê de fora...

Muda a faixa etária dos estudantes, mas a balbúrdia é a mesma, porque a cantina não é a sala de aula (talvez uma extensão)...

Enquanto aguardam na fila, a bagunça é uma espécie de comemoração de intervalo.

Come-se e se bebe muito na cantina...

Além de dar uma reparada no visual, por isso é imprescindível espelhos nas cantinas modernas.

"Desordem e Progresso" é o lema da cantina, já que a fila anda...


Erechim, 13 de novembro de 2019.

Imagem:Google 

Edu Cezimbra

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Mestra Zen




Viadutos, 12 de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Design: Canva

Edu Cezimbra

A Velha e o Mundo

Na janela
De uma casa
Tem uma velha
De cabeça pra fora
Espiando o mundo

O mundo gosta
De ser espiado
Até se enfeita
Pra velhinha
Abrir a janela

Como tudo
É tão bonito!
Exclama a velha
Já com saudades
Do mundo...


Viadutos, 12 de novembro de 2019.

Imagem: Museu Cora Coralina, Google

Edu Cezimbra

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Passarinho e Passarão


"Um passarinho me contou"... que passarinhos não contam, cantam.

"Viu passarinho verde"... também passarinho azul, vermelho, preto, branco e amarelo.

"Quero-quero" canta o passarinho, digo, passarão.

"Eu passarinho, eles passarão", emendaria o poeta.

O tico-tico informa que o "Tico-tico no fubá" não é um prato, mas uma canção, embora não fale que serve de mãe para o chupim, que é um passarão.

A seleção é canarinho e amarelou na Copa... 

Como podes ver, meu caro e raro leitor, estou cercado por pássaros, uns passarinho, outros passarão.

Algo tem em comum. Todos cantam e encantam o poeta brasileiro!




Viadutos, 11 de novembro de 2019.

Imagem e vídeo: arquivo pessoal

Edu Cezimbra

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O Banquete Liberal


Jantar é coisa de pobre, banquete é privilégio de rico.

Bons vinhos importados, pratos exóticos afrodisíacos, tudo como exige o bom-gosto.

Os convidados são todos liberais, muito liberados, - desde que a mulher e o homem sejam dos outros.

Junte pessoas liberais em um banquete e logo vem a libertinagem...

A liberalidade é com os bens alheios também, por isso o liberalismo é a liberdade de se livrar dos outros.

Precisa muito vinho importado para confessar estas verdades ditas de forma sofisticada.

O que vale mesmo é levar vantagem em tudo...

Por isso, o banquete liberal é feito de forma a se tornar uma orgia interminável.

Se não for totalitário não tem graça, precisa humilhar e retaliar os pobres.

De preferência fazer o pobre passar fome para, aí sim, banquetearem-se com prazer perverso.

O banquete liberal só pode continuar com a organização neoliberal.

Um prato que jamais será servido neste banquete é o bacurau pois é indigesta a revolta popular...


Porto Alegre, 8 de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A Democracia e a Ditadura


A Dona Ditadura é uma carola sempre com a Bíblia em uma mão e um cassetete  na outra.

A Democracia é uma menina com caderno em uma mão  sendo levada para a escola pela mão da mãe ou do pai.

A Ditadura olha rancorosa para essa cena, pois não tem pai nem mãe, embora tenha "filhotes da ditadura".

Dona Ditadura grita para a Democracia:

- Lugar de mulher é na cozinha!!!

Ao que a Democracia retruca:

- Lugar de mulher é onde ela quiser!!!

É o que basta para a Ditadura gritar:

- Intervenção militar!!! Pra acabar com essa "pouca vergonha"...

Quando a Democracia distribui sua merenda com os coleguinhas pobres a Ditadura xinga:

- Comunista!

Neste ponto, a Democracia vacila, pois sabe que não é comunista e tenta contemporizar:

- O comunismo acabou, Dona Ditadura...

Aí a Ditadura exclama triunfante:

- Vai pra Cuba!!!

A Democracia vira as costas e vai brincar de roda com as coleguinhas e os coleguinhas e a Ditadura acusa:

- Você é muito mole!

Ao que a Democracia sussurra para os coleguinhas que caem na gargalhada:

- E você é muito burra, burra demais...

A Ditadura fica por ali feito uma diretora das antigas, pronta para dar o bote, chacoalhando o guizo... 


Porto Alegre, 6 de novembro de 2019.

Imagem: Editora Boitatá, Google

Edu Cezimbra

terça-feira, 5 de novembro de 2019

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Poucas Palavras



Queria escrever
Grandes laudas
Mas minha letra
É miúda.
São estreitas 
As pautas
Do caderno
E o risco da caneta
Deslizando 
Na linha azul
Apanha palavras
Poucas
No ar...


Porto Alegre, 4 de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

O Valor da Natureza



As águas do lago não estão paradas.

Se olharmos bem, a brisa suave faz a água do lago vibrar sutilmente.

O lago recolhe a água da chuva e aumenta seu volume em silêncio...

As grandes árvores da beira do lago ficam dentro d'água e não se afogam, agarradas a pedras redondas.

Os sabiás cantam sem parar nos galhos de ingazeiros e chorões.

Pescadores imóveis sonham com tainhas prateadas...

Barcos de pesca na areia sonham com pescadores...

O caminho de terra é quase deserto, acompanhado de recantos que parecem jardins japoneses feitos pela natureza.

Quem nele caminha se deixa levar pela beleza de recantos que são santuários naturais.

Ao entardecer, o sol quente mergulha nas águas do lago e o lago se ruboriza.

O por-do-sol é digno de Van Gogh.

Como um quadro de Van Gogh em sua época, o valor da natureza é subestimado...



Porto Alegre, 4 de novembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

sábado, 2 de novembro de 2019

O Avarento


Sem bens
Não tem
Onde cair morto

Sem vintém
Não tem
Botequim aberto

Sem trem
Não tem
Ninguém por perto

Hein?!!
Nem vem
Que não tem!!!

Porto Alegre, 2 de novembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Triste Ciência


 “O homem de hoje não cultiva o que não pode ser abreviado.”  - Paul Valéry

Marcelo Leandro dos Santos no evento IHU Ideias, palestrou sobre "A triste ciência de Theodor Adorno".

"Outro ponto que chama atenção de Adorno é que os laços humanos vão perdendo força", explicou o palestrante.

"As pessoas aos poucos vão parando de criar os seus próprios assuntos", disse ele.

"Esse declínio da formação cultural, acaba tendo uma relação muito forte com a Indústria Cultural", afirmou Santos,

Sobre a Indústria Cultural: "Como se ela fosse uma força bem organizada, que fosse substituindo os aspectos íntimos das relações das pessoas".

"Os objetivos da sociedade vão deixando de proporcionar as relações subjetivas, pois isto não interessa em sua administração", alertou Santos.

O que, segundo ele, é um choque para a filosofia, pois "os velhos laços humanos são sempre importantes, nunca são desprezados".

Após ler os aspectos apontados pelo palestrante fica plausível o título da palestra: "A triste ciência de Theodor Adorno", concordará o meu caro e raro leitor...

Porto Alegre, 1º de novembro de 2019.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra