terça-feira, 31 de maio de 2016

A Morte e a menina que roubava livros

Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2014

Edu Cezimbra

Viajando sem passaporte

  • Ler um bom livro é como viajar ao estrangeiro sem precisar de passaporte.
  • Disse bem Thoreau, um homem justo, entre seus vizinhos, já é uma maioria.
  • Já nos lembrava Millôr Fernandes que opinião pública é aquilo que se publica e que o Henfil tão bem satirizou no "Deu no New York Times". E se você também tem sua opinião formada pela mídia comercial, meu amigo, sinto muito, mas você está com sérias dificuldades cognitivas, entre outras...  
  •  Plutocracia não é o governo do Pluto, mas o governo do Tio Patinhas que nada em dinheiro enquanto o Pato Donald se consome para manter cheia a piscina do tio.
  • O Titanic afundando e os passageiros votando para capitão... 
  • Anárgiro, o que não se deixa comprar com dinheiro. Feliz de um país que tem um presidente anárgiro, como o Uruguai!
  • O daltonismo ambiental troca o verde das florestas pelo vermelho das queimadas e é o mais difícil de curar porque vem acompanhado de miopia estratégica.
  • A verdadeira história do RS, a ainda não contada, foi feita pelos negros, indígenas, mulheres e homens simples que morreram defendendo suas terras e teimam em manter esta história viva.
  •  A maturidade política de uma sociedade democrática pode ser diagnosticada a partir do grau de fulanização de programas ou demonização do adversário.
  •  Não tenho pressa, e nem penso em ter mais pressa, reza a canção do Humberto Zanatta. Acrescentaria: tenho toda a eternidade!

Facebook, 2014

Edu Cezimbra

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Moral da História



Quero contar uma história

Cheia de moral

Mas que moral?

A moral dos meus pais?

Ou vou ler Platão?

Ou Walt Whitman?

Ou os cantores bregas

É que vão me ensinar

A verdadeira vida?

"Foi lá por 85"

Edu Cezimbra

Alfinetadas na politicagem

Charge feita por aluno sobre eleições 2014


  • Os Estados Unidos da América, USA (para os mais chegados), quem diria, também adotaram o bolivarismo. Eleições tiveram mais de 140 plebiscitos, entre eles, um que legalizou a cannabis. Depois da Inglaterra, Suíça, os EUA, o que não irão dizer os paladinos da intervenção militar sobre este fenômeno?
  • Diz um "cientista" político que no fim das contas o que sobrou das manifestações de junho de 2013 foram 2 partidos, como não citou as siglas deduzo que são o PT e o anti-PT.
  • "Inteligência generalizada e agilidade mental são os inimigos mais poderosos da ditadura e, ao mesmo tempo, as condições básicas de democracia efetiva." A frase é do Aldous Huxley é antiga, mas se aplica a esta onda reacionária que pretende manipular as redes sociais!
  • Basta ver as "palavras de ordem" dos manifestantes reacionários para perceber que manter o entulho autoritário da ditadura militar é incubar o ovo da serpente fascista.
  • Parafraseando o Érico Veríssimo ( "Incidente em Antares" ), na voz de um dos personagens do livro, o jovem padre Pedro-Paulo: Bolivariano é o pseudônimo usado para rotular todos os que se preocupam com justiça social.
  • Hoje me deu vontade danada de postar muitas fotos do Nordeste, de Minas Gerais e do Rio de janeiro. Lugares lindos, maravilhosos, com um povo amigo, hospitaleiro, inteligente que não se deixou manipular nestas eleições!
  • Acabo de desfazer uma amizade de facebook. Postou vídeo do Olavo de Carvalho, "pregando" o impeachment da Dilma, provavelmente baseado na "denúncia" da Veja. Paciência tem limite, ensina a sabedoria popular...
  • Quem morreu, afinal? O Aécio, o Lobão, o Merval? Talvez, a Veja, a Globo...
  • Viva o Povo Nordestino que ao Brasil doou cultura, resistência, operosidade, entre tantas outras contribuições para nossa brasilidade! Quanto aos que extravasam sua frustração eleitoral com racismo, vão se tratar, porque, pelo visto, estudar não adianta.
  • Em política, quem muito fala em não olhar para o passado é porque o passado lhe condena. É muito salutar ter espelho retrovisor na escolha de seu candidato para poder seguir em frente!
  • Diz um caxiense que o Sartori só botou "gente ruim" em sua gestão em Caxias do Sul. "Gente ruim" significa que o Sartori faz a velha política de governar para seus "cabos eleitorais". Por isto, cuidado eleitor gaúcho, que já sofreu com más gestões deste tipo, como as últimas de Porto Alegre.
  • Liberdade de expressão não deveria ser confundida com facilidade de excreção como faz a revista Veja.
  • Há não muito tempo atrás as eleições eram decididas pelos "coronéis" locais. Agora quem pretende decidir são os coronéis da mídia.
  • Quando assisto o programa eleitoral "gratuito" e "obrigatório" na TV e me deparo com a maioria dos candidatos usando o pronome "EU" para pedir votos, em declarações deste tipo: " EU sou a mudança", EU vou defender a proposta X", "EU consegui o projeto Y", "MEU partido é o Rio Grande", etc, dou-me conta que o horário político é o horário mais despolitizado e despolitizador da TV brasileira. Resumo da ópera: uma grande farsa eleitoral.

     Facebook, outubro de 2014
                                                                                                                              Edu Cezimbra

sábado, 28 de maio de 2016

O Louco


O Louco*

E fala aos constelados céus
De trás das mágoas e das grades
Talvez com sonhos como os meus ...
Talvez, meu Deus!, com que verdades!

As grades de uma cela estreita
Separam-no de céu e terra...
Às grades mãos humanas deita
E com voz não humana berra...


Fernando Pessoa, Poema Inéditos
O Louco, de Maurício Takiguthi.
*Dedicado à luta antimanicomial

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Caminante


Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino, 
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.

Antonio Machado

Porto Alegre, inverno de 2014.

Arte: Edu Cezimbra

Foto: Francisco Cezimbra

terça-feira, 17 de maio de 2016

Vita brevis, ars longa


  • Se tomarmos "resoluções" para o Ano Novo, seria melhor não beber, porque no dia seguinte, vamos acordar com uma tremenda ressaca que nós fará esquecer completamente das tais "resoluções".
  • Nenhum ano será realmente novo se continuarmos a cometer os mesmos erros dos anos velhos.
  • Mas que "mal" pergunte: por quê pessoas que estão contribuindo para um outro mundo socioambientalmente possível não se candidatam a cargos eletivos no Brasil?  
  • O que a gente leva da vida são os amigos e as amigas que nos fazem levar a vida!
  • A vida é breve,
    a arte é longa,
    a oportunidade passageira,
    a experiência enganosa,
    e o julgamento difícil.
    Vita brevis, ars longa. Hipócrates
  • Eu me torno eu mesmo a cada dia que assumo a minha própria autoria e originalidade em comunhão com todos os seres da criação, com o planeta e conosco. 
  • As mentiras são "farinha do mesmo saco" embaladas em douradas pílulas.
  • Políticos não são politicamente corretos... as raras exceções não são mais políticos!
  • "La Ley es como la serpiente. Sólo pica a los descalzos". Frase atribuída a um camponês de El Salvador, depois de perder suas terras por sentença judicial.
  • Paradoxo Braess: “Removendo o espaço em uma área urbana e diminuindo a capacidade extra dentro de um sistema de rede viária, pode-se diminuir o trânsito de automóveis em geral. Tradução; quer menos congestionamentos, diminua as grandes avenidas e viadutos para horror dos tecnocratas bruzundangas... 
 
Facebook, 2011 

Edu Cezimbra

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Maquiavel e a escolha dos ministros dos príncipes


"Não é algo de pouca importância para um príncipe a escolha de seus ministros, os quais serão ou não serão bons conforme a sensatez que ele revelar. O primeiro juízo que, por conjetura, formamos das faculdades intelectuais de um soberano ampara-se no conceito que fazemos dos homens que ele tem em torno a si. Quando estes são capazes e fiéis, podemos reputá-lo indubitavelmente inteligente, porque soube reconhecer-lhes as capacidades e conservá-los fiéis. Todavia, quando estes assim não são, deste soberano realmente não podemos formar um bom juízo, visto que o seu primeiro erro ele já o cometeu nessa escolha."

Maquiavel, " O Príncipe"

Em tempos de exceção, como este que atravessamos, nada melhor que a leitura dos clássicos, sempre tão afastados no tempo, como garantia de não estarmos emitindo opinião contrária ao príncipe da vez.

Porto Alegre, 16 de maio de 2016.

Edu Cezimbra

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Honestidade


Pedi licença ao Gil, este jovem negro que embarcou na lotação, na Vila Chapéu do Sol, no extremo sul de Porto Alegre, para bater uma foto dele.

Pelo seguinte motivo: ao pagar com uma nota de maior valor o motorista deu o troco a mais e o Gil imediatamente devolveu.

Porto Alegre, 10 de novembro de 2014.

Edu Cezimbra

terça-feira, 10 de maio de 2016

Ao tempo das tormentas



Ao tempo das tormentas

Desespero

Porque o fulgor do raio

Angustia

Mas o absurdo do vento

Sublima


"Foi lá por 85"

Edu Cezimbra 

Foto: Francisco Cezimbra

sábado, 7 de maio de 2016

Reich e os golpistas



Reich explica o voto "pela minha família" do impeachment de Dilma:


Quando se ouve um indivíduo fascista, de qualquer tendência, insistir em apregoar a "honra da nação" (em vez da honra do homem) ou a "salvação da sagrada família e da raça" (em vez da sociedade de trabalhadores); quando o fascista procura se evidenciar, recorrendo a toda a espécie de chavões, pergunte-se a ele, em público, com calma e serenidade, apenas isto:
"O que você faz, na prática, para alimentar esta nação, sem arruinar outras nações? O que você faz, como médico, contra as doenças crônicas; como educador, pelo bem-estar das crianças; como economista, contra a pobreza; como assistente social, contra o cansaço das mães de prole numerosa; como arquiteto, pela promoção da higiene habitacional? E agora, em vez da conversa fiada de costume, dê respostas concretas e práticas, ou, então, cale-se!"

 Wilhelm Reich, Psicologia de Massas do Fascismo

Como estes profissionais são (de)formados e atuam em corporações com traços feudais, acrescentaria que para alcançarmos uma democracia de alta intensidade, imune a golpes, precisaríamos democratizar as instituições que detém o controle destes indivíduos tão devotamente familiares...

Porto Alegre, 7 de maio de 2016.

Edu Cezimbra

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Stendhal e o Presidente da Câmara

O senhor de Rênal passeava pela Alameda da Fidelidade

Em "O Vermelho e o Negro", Stendhal abre o livro com a descrição do presidente da Câmara de uma certa cidadezinha dos Alpes franceses:


"O seu aspecto faz tirar imediatamente todos os chapéus. O cabelo é grisalho, e veste-se habitualmente de cinzento. Tem testa alta, nariz aquilino, e é cavaleiro de várias ordens; no conjunto, a sua fisionomia denota uma certa harmonia; dá até a ideia, à primeira vista, de que à dignidade de presidente da Câmara ele adiciona a aparência agradável de que se pode ser possuidor aos quarenta e oito ou cinqüenta anos. Contudo, cedo o viajante parisiense se sente chocado por um certo ar de admiração por si mesmo, numa mistura de um não sei quê de tímido e isento de imaginação. Enfim, nota-se que aquele indivíduo se limita a fazer pagar prontamente o que lhe devem, e pagar o mais tarde possível aquilo de que é devedor.
Este é o presidente da Câmara, senhor de Rênal."
 Pelo parágrafo acima o leitor imediatamente perceberá que Stendhal pinta o presidente da Câmara como um finório larápio. 

Adiante, o digno senhor presidente da Câmara reclama, de braços dados com sua gentil e bonita esposa, da presença de um jornalista, nestes termos:

- Esse senhor de Paris poderá vir a arrepender-se - comentava o senhor de Rênal, num tom de ofensa, um pouco mais pálido que habitualmente, - Usufruo de amizades no Palácio...
- Mas - dizia com medo a senhora de Rênal - como poderá prejudicar este senhor de Paris, se você administra os bens dos pobres com a mais escrupulosa probidade?
 - Ele vem para exercer a censura, depois publicará os artigos nos jornais liberais.
- Você jamais os leu.
- Porém comentam-se estes artigos jacobinos; isso tem por fim desviar-nos as atenções e impedir-nos de fazer o bem. De minha parte, nunca absolverei o cura.

 Li estes trechos de o "Vermelho e o Negro", tomando um "quentão", sentado junto a uma mesa no largo do Mercado Público de Pelotas, ontem, 05 de maio de 2016.

Sem internet, como costumo fazer quando viajo, para apreciar bem o lugar.

Depois brinquei com uma colega de minha companheira, que era um tanto perigoso andar com um livro como "O Vermelho e o Negro" nestes tempos de tanto ódio político...



Porto Alegre, 06 de maio de 2016.

Edu Cezimbra

Desenho: Otto Pierre Editores



quarta-feira, 4 de maio de 2016

Aula de história para amantes


História: Aula 1

Meu amor é tão grande
Que parece a encarnação
Do gigantismo arquitetônico
Da invencível Babilônia
Suas reservas inexauríveis
Nutrem vales secretos e férteis
Como os rios caudalosos
Da Poderosa Mesopotâmia
Hinos de louvor à vida
Surgem do seu interior
Semelhante a cânticos devotos
De Góticas Catedrais
A materialização dos meus afagos
São palácios adornados
Com as riquezas miríficas
Dos Marajás da Índia
E os seus ramos de ternura
Se espalham interminavelmente
Em sublime paixão
Como a Incomensurável Amazônia

"Foi lá por 85"

Edu Cezimbra

terça-feira, 3 de maio de 2016

Teu sol no meu gelo


      XXX

O polar frio

Pede o calor

Do teu corpo

Cobertor humano

Desce teu sol

No meu gelo

"Foi lá por 85"

Edu Cezimbra

Manoel de Barros em Estado de Árvore

 
Para entrar em estado de árvore é   preciso partir de
um torpor animal de lagarto às três horas da tarde,
no mês de agosto.
Em dois anos a inércia e o mato vão crescer em
nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até o mato
sair na voz.

Manoel de Barros
Primavera de 2014

Arte: Edu Cezimbra

A Arte de Viver



Os problemas existenciais são parte das nossas vidas.

Aparentemente, todos nós conseguimos superá-los. 

Porém, fica em algum canto, uma mágoa tão árida que, talvez, estes grãos 
de areia de ressentimento formem o nosso "grande deserto da morte".

Se, ao invés de nos dedicarmos à mágoa eterna, exercêssemos a arte do perdão, em vez desta areia existencial, poderíamos formar o adubo vital para nossa realização pessoal.


"Foi lá por 86"

Edu Cezimbra

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Haikai chuva




Tem memória

A chuva

Até molha

Primavera de 2015

Edu Cezimbra

Foto: Francisco Cezimbra 

Nas brenhas do viver só


O distante

Fez-se mais

Porque

Quanto mais tento

Mais me perco

Nas brenhas

Do viver só

"Foi lá por 85"

Edu Cezimbra

Goebbels e a Globo


  

                         "Uma mentira repetida mil vezes  torna-se uma verdade." 


                 Goebbels

              Globo        =       Golpe

                                            GLOEBBELS                                   

Porto Alegre, 2 de maio de 2016 

Edu Cezimbra



domingo, 1 de maio de 2016

Póe quanto És no Mínimo que Fazes

Foto da lua sobre o Guaíba em Belém Novo


Porto Alegre, verão de 2014.

Arte: Edu Cezimbra


Sonhos


Sonhos noturnos

Passagem

Além realidade

Viagem

Gente e cidades

Desconhecidas

Sem nada

Tudo vir a ser

Porto Alegre, verão de 2015.

Edu Cezimbra