O gorila foi fazer uma ponta em um filme do Tarzan e no intervalo provou um refrigerante.
Imediatamente cuspiu o líquido viscoso, enjoado.
Já ia jogando no lixo a garrafa, quando ouviu uma voz rouca saindo do gargalo:
- Não gostou do conteúdo? Não é motivo para me descartar, olha como sou bonita e... colorida!
Achou mesmo bonita a garrafa de vidro com um rótulo chamativo e pensou:
- Vou levar de presente pra minha gorila, ela vai pensar que é uma joia...
A garrafa, que era corporativa, argumentou:
- Leva uma garrafa cheia, ela vai gostar mais.
O gorila em gesto típico coçou a cabeça e respondeu para a garrafa:
- A patroa é natureba, se ela te prova vai é te quebrar na minha cabeça achando que eu quero envenená-la.
A garrafa era sinuosa e insistente, não desistia facilmente.
- Então não me abre, diz que eu sou um diamante negro...
Mais uma coçada na cabeçona e o gorila confabulou:
- Gorilas são muito curiosas e espertas, ela vai querer te abrir e aí nós dois corremos riscos...
A garrafa tentou mais uma oferta irresistível:
- Leve três e pague uma!
Depois dessa o gorila irritado jogou a garrafa no lixo seco e saiu resmungando:
- Não gosto de garrafas oferecidas...
Moral do apólogo fabuloso: quem muito se oferece boa coisa não é.
Porto Alegre, 13 de outubro de 2020.
Imagem: Google
edu cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário