sábado, 30 de setembro de 2017

Frases de Setembro


Muito se fala em sustentabilidade, pouco se fala em equidade.

No Brasil não tem mais "raposa cuidando do galinheiro".
 -Agora é tucano..


Um ressentido com seus ex-amigos é o mais vingativo dos inimigos...

A desgraça de um país é o seu governo não dever satisfações a ninguém...no país.

Depois do "pobre de direita" do Tim Maia, aparece o "rico metido a esquerda" do Lula.

São tantas malas de dinheiro que fica difícil contar...- Mala$, a moeda da corrupção.

Caixa-2, caixa-3, caixa-4, caixa- 5... põe na Caixa...Geddel.

Deu a louca no Brasil...

Já disse e repito: "traíra" não é aliado, é inimigo na trincheira.

Estou a listar filmes de ficção que retratem o Brasil atual. Já listei 3: "Deu a Louca no Mundo", "Apertem os Cintos: o Piloto Sumiu" e "A Lei é Para Todos". Mais algum?

Foi o STF que teve sua dignidade atingida pelas denúncias ou foi a dignidade atingida pelos seus ministros?

"Prenda-me se for capaz", filme preferido dos tucanos.

Guará, nosso velho cachorro, apelido "Guaraxote", por arremeter contra carros, quando novo, foi correr no céu dos cachorros.

Caso prendam Geddel, após cumprir a pena,  terá emprego garantido na Casa da Moeda.

Andar com dinheiro na mala é uma coisa, andar com malas de dinheiro é coisa de traficante.

Vem aí "O Acordão", haverá malas suficientes  para tantos ?

Uau!, O Globo superou a Veja com 1ª página sem Geddel mas com suas malas de dinheiro próximas aos nomes de Lula e Dilma!

Todo golpista temerário vira um ditador temeroso. #ForaTemer
 

Mãe, tu já tomou a tua "Hoteupatia"? Guadua, meu netinho de 3 anos,  que se trata com "Homeupatia", amiguinho do "Teuquior"...

Antes, no tempo de Manoel de Barros, a imaginação inventava mentiras, agora, no tempo da Globo,  inventa verdades.

- Vô, tem que ser como manda o Figurino! (para minha netinha Íris, o figurino é um homem mandão)...

No faroeste caboclo de Brasília não mata quem sacar primeiro, mata quem prender primeiro.
 - É um tal de prende e solta...


E a "Queer B", quando começa?...

Engana-se quem diz "eu já vi esse filme". Mais honesto dizer "eu já esqueci esse filme"...

Aqui não tem furacão, aqui não tem terremoto...
 -É pior, tem Temer, Sartori e  Marchezan.


Atenção ZHelotes, não confunda cobertura jornalística com acobertamento do Sartori. #ZeroFora

Tudo às claras, embora gemas...

- Tiau, vai pela sombra, respondia meu velho pai, quando um amigo dele se despedia. - Pra não se queimar, arrematava depois...

Superintendente  do IBAMA indicado p/ Rogério Marinho/PSDB preso. Aí aparece um  daltônico e diz que a culpa é da "gestão vermelha".
 

Cantor  sertanejo emitindo opiniões políticas rivaliza  c/ "Folha": não houve  ditadura militar no Brasil, mas "militarismo vigiado".

Novelas e BBB estão cheias de "libertinagem" e ninguém fala nada, estranho critério esse do MBL para com a Globo e RBS...

Não é possível qualquer discussão razoável com quem se (de)forma pelo "Jornal Nazional".

Polícia   permite assédio moral e físico contra visitantes de uma exposição e  depois protege os criminosos. - Na Alemanha nazista?

Bastou Maduro anunciar a taxação das grandes fortunas na Venezuela que a oposição golpista correu para mesa de diálogo.  

Desgoverno Temer: caga e não sai da moita.

Amor é coração: recebe calor de alguém e não retém. 


Admirável Gado Novo: casa, trabalho, supermercado, lotérica, farmácia, hospital, cemitério.

Depois da suspensão da exposição "Queermuseu", fica a pergunta: o MBL quer museu?..

Temer  divulgou nota na qual afirmou que a nova denúncia de Janot “é realismo  fantástico em estado puro”. Contra a Dilma foi o quê?

Opinião pública, hoje em dia, é aquilo que a mídia publica.

Eric Hobsbawn constata que os políticos cuidam muito do que os eleitores NÃO querem ouvir. Faltou dizer o que os eleitores ouvem...e vêem.


É muito bom ouvir o canto dos sabiás, melhor ainda é não esquecer que eles cantam nas árvores...

Não basta ter PIB alto, tem que ter distribuição de renda.

Ministro Meirelles pede orações aos brasileiros.
 - Afinal, ele é ministro da economia ou da teologia da prosperidade?


Depois do "salve-se quem puder" vem inevitavelmente o "salve-me quem quiser"...

"A arte não deve habitar corações medrosos", assim falou Plínio Marcos, nos "anos de chumbo". - Tá valendo, mano!...

Quando "todo mundo" quer ser presidente, quem está errado, "todo mundo" ou o "presidente"?

# HomofobiaNãoÉDoença nos TTs do twitter, como tem gente "confundida"...

Acrofobia, agorafobia, aracnofobia, antropofobia, está faltando a #homofobia no CID - Código Internacional de Doenças.

É tanto furacão devastando o Caribe e os EUA que o Trump, na ONU, assumiu a retórica de devastar totalmente a Coréia do Norte.

Corintiano reclamando de arbitragem.
 - É muita ingratidão...


MBL  ia ter muito trabalho no Museu do Vaticano e na Capela Sistina, -  a  dúvida é se também o Papa iria ceder às suas chantagens.

Avós são pais reciclados pelos netos.

Se Deus interviesse no futebol, como acreditam fervorosamente alguns boleiros, o San Lorenzo, time do Papa, não perdia uma...

O sujeito chuta tantas bolas foras que quando acerta uma acha que é "milagre de Deus"...

'É mais fácil um "camelinho" atravessar o buraco de uma agulha do que um carro".  #DiaMundialSemCarro

Pai, perdoai-os, eles ( Temer, Sartori e Marchezan) não sabem o que fazem.

Hoje em dia não há mais "visão de mundo", mas televisão do mundo.

Anúncio para mural de trabalhador: troca-se horário de verão por aposentadoria.

O gol é aqui ⬇️⬇️⬇️- cartazes de torcedores, atrás das goleiras, cansados de ver seus atacantes chutarem pra longe do gol! 

Professor de História: Hitler gostava muito de ler Karl May.
MBL:  Viram, não falei que ele era de esquerda!

"É a hora de aproveitar esse momento para fazermos um banho de loja na Rocinha." Crivella, corrijindo, é "banho de sangue"...

A saúde é um paradoxo, quanto mais se investe em "cura" mais se adoece...

- Como argentino é racista, chamam "quilombo" a uma confusão...
 - Sim, por que não falam "barraco", como nós, brasileiros?...


Tem time que troca de treinador como jogador troca camisa.

No Brasil, revelar a verdade é crime, assim como ajudar os pobres.
 - Que o digam Nassif e  Lula.


 Só reconhece a primavera quem conhece o inverno.

Aécio foi afastado do senado pelo STF. Vai ficar de castigo, dormindo em casa...

O saudosismo é o oposto do futurismo?

O futurismo é uma espécie de saudosismo: quer recuperar os "bons tempos" que já não vive no presente.

O Aécio já está no regime semiaberto, STF? 

"Futuro não tem sem passado, existência do passado no futuro do presente." Embora pareça, não é o mestre jedi Yoda, mas o mestre zen Tomio Kikuchi... 

- Já tem gente chamando urubu de meu louro. 
 - Pior é chamar tucano de meu louro... 

Bastou um general falar em intervenção militar e a oposição já começou a chamar tucano de meu louro.

Eles comentarão, eu comentarinho... 

O desafio ético contemporâneo é manter-se honesto em um contexto corrupto.

A vida não é a arte, o que existe é a "arte de viver. 

Me tapo de picumã de fumaça, - mas não deixo o fogo apagar!
 


Facebook, setembro de 2017.

Charge: André Dahmer

Edu Cezimbra

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Música de fundo



O escritor Erico Verissimo contou em uma entrevista, há anos atrás,  que gostava de "tirar a sesta" embalado pelas músicas clássicas da Rádio da Universidade.

Não contou toda a verdade...

Agora, na comemoração de 60 anos da Rádio da Universidade (UFRGS), seu filho, Luis Fernando, revela que seu pai também escutava a rádio enquanto escrevia.

Como escritor que se preza ele gosta de uma tirada espirituosa, conclui afirmando que a rádio sexagenária também tem "essa qualidade de ser música de fundo para a criação literária".

Concordo totalmente! - Longe de mim me comparar ao talentoso Erico Verissimo, mas confesso que também gosto muito de escrever ouvindo música clássica sintonizado na mesma rádio.

O meu velho pai, que não é escritor, mas também gosta de um dito espirituoso, diz que quem escuta música clássica é "metido a besta"...

Lembro que ele ficava indignado na Sexta- Feira Santa, quando a única rádio de nossa cidade tocava somente música clássica - "música de defunto" - reclamava ele.

Felizmente não segui o seu veredicto (ressalvo que para outros gêneros musicais tem bom gosto) .

Descobri essa rara opção de rádio quando me mudei para Porto Alegre há mais de 30 anos, e sintonizei nos "1080 AM". 

Desde então passei a ouvinte assíduo, pois gostava de ler ouvindo música clássica (e sestear também).

Após, como profissional da saúde, descobri os benefícios para a saúde da música erudita.

E, agora, como escritor, também recomendo a música clássica como fonte de relaxamento e abertura mental.

Para quem se interessar, o link para escutar a Rádio da Universidade é este: 

http://www.ufrgs.br/radio/ 

Aproveito para deixar aqui meus parabéns pelos 60 anos de funcionamento da primeira rádio universitária brasileira, extensivo a todos que fazem da Rádio da Universidade uma emissora tão diferenciada, desejando que prossigam com a programação musical especialíssima!


Porto Alegre, 29 de setembro de 2017.

Foto: Leonid Streliaev

Edu Cezimbra


 


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Lanterna Mágica


Lanterna mágica
Magnificando sonhos
Emitindo imagens
Em movimento na tela
Panorâmica

Cinema mudo
Sem som 
Sem cor
Sem legendas
Cinema falado
Com som
Com cor
Com legendas

Há magia no cinema

Seja ele em preto-e-branco
Com música de piano
Seja ele colorido
Com trilha sonora
Há risos
Há lágrimas
Há emoção
Há projeção


Porto Alegre, 28 de setembro de 2017.

Foto: cena de "Bastardos Inglórios"

Edu Cezimbra

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Previsão poética de primavera



O sol muda de posição e liberta a Primavera do cativeiro do General Inverno.

Seu hálito gelado vira brisa fresca, com traços de perfumes florais e cantos da passarada.

Aparecem os brotos de bambu...

Porto Alegre, 27 de setembro de 2017.

Imagem: Monet

Edu Cezimbra

terça-feira, 26 de setembro de 2017

sábado, 23 de setembro de 2017

Visões de Mundo



Quando Iarima viajou para Nova Iorque, na companhia do antropólogo Kenneth Good, disse que ia para a aldeia de seu marido.

Iarima é uma jovem Yanomami, e para ela o mundo é composto de aldeias espalhadas pela floresta.

Já no extremo sul do Brasil, o mundo é composto de estâncias de gado espalhadas pelo Pampa.

Para os Yanomamis é suficiente a noção matemática do um, do dois e de muitos.

Já para o gaúcho é suficiente um churrasco, dois tragos de canha e muito vanerão.

A piada (?) serve para ilustrar o quanto uma visão de mundo é formada pelo meio em que vivemos ou pela ideologia.

Um parêntese: podemos dizer que hoje não temos visão de mundo, mas "televisão do mundo".

Assim, ao invés de apreendermos o mundo "no mundo" o "apreendemos" em uma caixa com um tubo ou uma tela plana.

Voltemos a Iarima: que eu saiba ela não transportou a sua aldeia para Nova Iorque, - quando sentiu saudades, quis retornar para a sua floresta na Amazônia venezuelana.

Ao contrário do gauchão citadino, que transporta a estância, quando se muda de "mala e cuia" para galpões de estância, em pleno centro de Porto Alegre, durante um mês (setembro)!

Porto Alegre, como todos sabem, é uma metrópole, com todas as características de uma cidade grande e moderna.

Por isso, não tem uma "Rua das Tropas", por onde conduzir a boiada, então fica faltando o gado, embora não falte carne gorda para o churrasco...

Em compensação tem a Avenida Cavalhada, atualmente duplicada, por onde transitam os cavalos, cavalgados durante as celebrações da "Revolução Farroupilha". 

Também Iarima, quando se muda - e os Yanomamis se mudam muito, pois são nômades - , leva os seus pertences nas costas (os Yanomamis não conhecem a roda, convenhamos, de pouca valia em uma floresta densa). 

A visão de mundo de Iarima, embora pareça "primitiva", com o advento das telecomunicações, inspirou em McLuhan, teórico da comunicação, a figura da "aldeia global".

A propósito, será que Iarima e seu povo Yanomami, e, os gaúchos, entenderiam a metáfora? 


Porto Alegre, 23 de setembro de 2017.

Foto: ISA
 
Edu Cezimbra







sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A Quadratura do Círculo Vicioso


Girando em círculos, baratas tontas - assim parecem os homens -, vistos do alto. 

Jogadores atrás de uma bola, caçadores em seus cavalos atrás de uma indefesa raposa, motoristas rodando em seus carros sem parar para descansar, para pensar...

Este estilo de vida "civilizado" parece uma corrida de revezamento, mas sem final, ou melhor, finalidade.

Ou um jogo de futebol, onde os jogadores ficam correndo atrás da bola, dando chutões para fora, em um frustrante 0 X 0 que não termina nunca, haja preparo físico!

Parece um labirinto, em que se entra e se fica girando, girando, pelos mesmos corredores, sem achar uma saída.

Pior, não querendo sair dessa imensa caverna de Platão de um mundo mecanizado, enrijecido e desumanizado.

Somos orgulhosos dessas correntes que nos prendem nessas engrenagens, que nos fazem correr apressados.

Parecemos o coelho de Alice, dando voltas sem cessar, olhando o relógio e com pressa, muita pressa.

Exibimos como provas de sucesso estas correntes presas em caixas sobre rodas, que entram em outras caixas, para trabalhar entre quatro paredes (caixa), voltar para outra caixa, até morrer e ser enterrado em um caixão...

Como definiu argutamente um índio Kaingang, " o povo das caixas":

“O mundo deles é quadrado, eles moram em casas que parecem caixas, trabalham dentro de outras caixas, e para irem de uma caixa à outra, entram em caixas que andam. Eles vêem tudo separado, porque são o Povo das Caixas…”

Paradoxal, não? Nossos círculos viciosos acontecem em quadrados, comprovando, pateticamente, a "quadratura do círculo vicioso"...


Porto Alegre, 22 de setembro de 2017.

Imagem: Pitu Freixas

Edu Cezimbra 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Vovô conta uma historinha


Avós são pais reciclados pelos netos.

Ser despertado aos gritos e safanões pelos netos é tão bom quanto ser despertado pelo canto dos sabiás.

E com a ajuda da vovó: 

- O vô vai contar uma historinha pra vocês...

- Mas eu escolho a historinha, impõe categórica a sua netinha.

- Tá, e qual é a historinha?

- Essa aqui (Ronaldinho Gaúcho e a Turma da Mônica)...

- Vamos lá, então... 

-  (...) A bola caiu num poço! 

- Vô, tu não leu o "tchibum!" ...

- Íris, tu já sabes ler?!!

Dá pra imaginar os olhinhos da minha netinha, brilhando de orgulho , enquanto o netinho Guadua ri muito com os sustos do Ronaldinho Gaúcho, com os olhos também brilhando...

Sim, é mesmo uma dádiva ser avô e poder contar uma historinha pra você, - meu caro e raro leitor de olhos brilhantes.


Porto Alegre, 21 de setembro de 2017.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

domingo, 17 de setembro de 2017

Pescador de Dourado


Com o brilho de nosso poetinha maior, Vinícius de Moraes!


Porto Alegre, 17 de setembro de 2017.

Foto:  Anne Beringmeier

Design: Canva

Edu Cezimbra

sábado, 16 de setembro de 2017

Balanço





Já temos temas
Temos tremas
Temos tremores
Temos tramas
Temos tramóias

Só não temos trabalho
Não temos baralho
Não temos carvalho
Não temos alhos
Não temos bugalhos

Mas temos embaraços
Temos golaços
Temos chumaços
Temos palhaços
Temos bagaços

Nos falta fama
Falta flama
Falta flâmula
Falta flamenco
Falta flagrante
                                        

Porto Alegre, 16 de setembro de 2017.

Imagem: Pinterest
Edu Cezimbra

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Uma canção no rádio


"Pôxa, como foi bacana te encontrar de novo"
O radinho de pilha captava a Rádio Nacional, já tarde da noite, meu irmão mais novo escutava deitado o programa ao vivo, entrevistando Gilson de Souza, cantor e compositor que lançava o álbum "Pôxa".

Bem baixinho, para não acordar nossos pais que dormiam no quarto ao lado.

"curtindo um samba junto com meu povo"
Era por volta de 1975, e, eu lembro que gostei muito do samba, tanto que pedi para aumentar o volume do radinho, ao que ele se negou, prudentemente, diga-se.

E eu não estava enganado. "Pôxa" foi mesmo um sucesso, sendo muito tocada a partir de seu lançamento, tornando conhecido o cantor e compositor Gilson de Souza, antes disso um cantor da noite paulistana.

Conto isso para mostrar a potência de um mísero radinho de pilha, bem sintonizado, no imaginário de um adolescente.

Já se passaram mais de 40 anos e a canção permanece gravada na minha memória, já não tão boa, para as canções que tanto gostava de escutar.

As rádios brasileiras, pasmem, tocavam muita música brasileira!

Era natural escutar compositores como Chico Buarque, Gil, cantoras como Elis Regina, Clara Nunes, duas vozes inesquecíveis para mim.

E olha que eu morava em uma pequena cidade do interior do RS, mas a única rádio, na época, tocava muita MPB de qualidade.

Não quero te chatear, meu caro e raro leitor, comentando a cruel realidade da programação das rádios atuais.

Fiquemos com Gilson de Souza e seu samba clássico "Pôxa" (sem a bronca de meu pai - "apaga esse rádio, guri!"):




 Pôxa,
Como foi bacana te encontrar de novo
Curtindo um samba junto com meu povo
Você não sabe como eu acho bom
Eu te falei que você não ficava nem uma semana
Longe desse poeta que tanto te ama
Longe da batucada e do meu amor
Pôxa,
Por que você não pára pra pensar um pouco?
Não vê que é motivo de um poeta louco
Que quer o teu amor pra te fazer canção
Pôxa,
Não entre nessa de mudar de assunto
Não vê como é gostoso a gente ficar junto
Mulher o teu lugar é no meu coração

Porto Alegre, 15 de setembro de 2017.

Foto: Google

Edu Cezimbra

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Três amigos


Três amigos, em uma mesa de botequim:
     

- A coisa tá dura, sem ofensa, Paulo Duro...

- Sem reclamação, João Romão, com perdão da rima pobre...

- Não perca a fé, vote em mim, José Café!

- Sem chance, até a Teologia da Prosperidade não prospera com essa crise.

- Ora, troca o "sem" pelo "cem": aí terá cem chances!

- Que nada, com esse governo estamos sem saída...

- A saída é a luta popular!

- Sem violência, sem luta de classe.

- Se olharmos bem há "cem saídas", com "C"!

- Cem candidatos é o que temos.

- Com "S" ou com "C"?...

- Sabem de uma coisa? Vou é encher a cara pra esquecer...

Maria Salete, a garçonete, secando a mesa desce mais uma "gelada", e anuncia:

- Cem dúvidas...com "C"!

Porto Alegre, 14 de setembro de 2017.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Sonhos de Grandeza



Meu lugar no mundo é um ponto,
Ou melhor, uma linha;
Dá até para preencher uma página,
Se me estender, uma folha;
Talvez até um caderno.

São tempos modernos
Onde nada é eterno.
Quem me dera ser grande
Pra caber em tudo,
Ficar do tamanho do mundo.

Escorrer pelas frestas
Sem que desande;
Agachar nas nuvens,
Para manter o penteado
Evito o vento tornado.

Deito em um berço esplêndido.
Esparramo meu corpo imenso
Na espuma do oceano, colchão...
Sonho que sou gigante
E meu nome é Cristóvão.

Porto Alegre, 13 de setembro de 2017.

lustração: Thomas M. Balliet

Edu Cezimbra

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Certezas relativas


"Com certeza"

Diante do "Princípio da Incerteza", do físico quântico Heisenberg, o senso comum afirma "com certeza".

"Tudo é relativo"

Mais sucesso obteve Einstein com a "Teoria da Relatividade", poucos entenderam mas muitos afirmam que "tudo é relativo".

"Com certeza, tudo é relativo..."

Chegaríamos ao paradoxo da relatividade da certeza dessa forma...ou fórmula:

C= sr², a certeza é igual ao senso comum multiplicado pela relatividade ao quadrado...

Brincadeiras à parte, sempre chamou minha atenção a maneira incisiva com que as pessoas concordam com um definitivo "com certeza".

Dostoiévski é quem fala da "gaiola da certeza" que impede o voo no vazio.

De fato, lançarmo-nos no vazio é ato vertiginoso...

Mais do que o medo do vazio é a vertigem da dúvida que nos prende na gaiola das certezas.

Não por acaso, os mestres Zen criaram os koans para que seus discípulos "alcem voo" a partir de uma pergunta sem lógica, como esta: "qual o som de uma mão batendo palmas?"...

 Machado de Assis, que não era Zen, já sabia:

"Cada erro de lógica pode ser um tento que a imaginação ganhe, e a imaginação é o sal da vida."


Porto Alegre, 8 de setembro de 2017.

Imagem: Google

Edu Cezimbra
 







quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Forró dos Bichos


Em tempo de vacas magras

Quem engorda é o tubarão,

Em jogo sujo sem regras

A vaca foi pro brejo de roldão,

Enquanto tucano austero prega

Pro galinheiro poupar ovos,

Que a vida não tá fácil, não.

 

O polvo unido jamais será vencido,

Pois são muitos seus tentáculos,

A prender o cardume  oprimido.

Como superar esses obstáculos

Se o mar não tá pra peixe

Porque a pesca é de arrastão?

- Se a traíra apoiou, não se queixe...


Porto Alegre, 7 de setembro de 2017.

Imagem: Pinterest

Edu Cezimbra

 
 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Sobre animais e homens


"Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais."
Frase atribuída ao escritor português Alexandre Herculano, que obteve um derivativo anônimo: "quanto mais conheço os homens, mais admiro os cães".

Ora, os animais domésticos, em especial os cachorros, são nossos espelhos, bem o sabem os veterinários, especialmente os homeopatas que tratam seus "clientes" a partir de sintomas mentais.

Portanto, não se ofenda, mas se seu cão estiver muito agressivo, apático, ansioso ou latindo demais é aconselhável você se tratar...

Já os animais selvagens, assim como as plantas (isso mesmo, as plantas), segundo recentes pesquisas científicas tem um senso de comunidade extremamente evoluído.

Nós, humanos, já o tivemos mais desenvolvido, o que é uma pena no que tange à sobrevivência da espécie...

Felizmente a nossa espécie não é pura, o que nos possibilita uma chance de sobrevivermos ao extermínio autoinfligido.

Há relatos de uma tribo isolada em uma ilha do Oceano Índico que não teve mortes durante o tsunami por manter essa conexão atávica com os animais selvagens.

Só tem um problema: essa tribo tem um instinto de sobrevivência tão agudo que mata qualquer homem que ouse desembarcar na ilha...

Como escreveu  outro autor português, o genial Fernando Pessoa:


"O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não."

Porto Alegre, 6 de setembro de 2017.

Imagem: Google

Edu Cezimbra



terça-feira, 5 de setembro de 2017

Dom Caxote e Sancho Pinça


- Vô, cadê o Dom Caxote? 

 

- Ah, deve estar com o Sancho Pinça...

 

- Não é Sancho Pinça, é Sancho Pança,

 

  corrigiu-me Guadua, meu netinho de 3 anos...  

 

Porto Alegre, 5 de setembro de 2017.

Edu Cezimbra 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Sabiás


Para Tom Jobim e Chico Buarque de Holanda, que segue cantando "apesar de você"...



Porto Alegre, 4 de setembro de 2017.

Imagem: Google

Design: Canva

Edu Cezimbra

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Setembro




"Quando entrar setembro"...

A canção de Beto Guedes, "Sol de Primavera", evoca a chegada de um tempo melhor.

No sul do Brasil, temos o anúncio da "boa nova" de um tempo mais quente, ou melhor, menos frio...

Antigamente, há cinquenta anos atrás (bota antigamente nisso!), era a época que se começava a ouvir os apitos estridentes dos vendedores de picolé, os "picoleteiros", em seus carrinhos de madeira.

Hoje escuto encantado a cantoria dos sabiás, mas na infância o silvo que me encantava era o dos vendedores ambulantes de picolé (ou gelado de água).

 Outro marco do setembro da minha infância era a "Parada da Mocidade", o desfile das escolas no Dia da Independência, era um acontecimento para mim,  nem tanto pela "Semana da Pátria", mas por ser a "Semana do Picolé".

Além do picolé havia outra expectativa: a chegada das férias de verão, contagem regressiva, após um ano letivo interminável para mim.

Claro, havia também o sorvete, mas para saboreá-lo tínhamos que ir até os bares, que detinham a máquina mágica do sorvete...

No "tempo antigo" as estações do ano eram muito definidas, por isso essas lembranças tão marcadas do início da primavera.

Óbvio, havia também hábitos bem definidos: "gelados" só depois do fim do inverno, naturalmente...

Outra lembrança "deliciosa", essa do ano todo, era a das barrinhas de chocolate "Refeição" da Neugebauer. 

Comprava dez(!) barrinhas por 1 cruzeiro, antes de ir para as aulas, e chegava "chapadão" na escola...

Dava para aguentar as aulas, enquanto aguardava ansioso a "hora do recreio", onde a recompensa por tamanho suplício era um cachorro-quente que comprávamos no bar da escola,  apenas pão, molho e salsicha...

Havia só um outro lugar em que podia comer um cachorro-quente, era uma carrocinha, dessas que os pipoqueiros ainda usam nos parques, que estacionava na esquina das ruas principais da cidade.

O vendedor perguntava: "molho ou mostarda?", - não pode ser os dois?; aí é mais caro, respondia carrancudo.

- Molho ou mostarda, esse era o atroz dilema naquela época áurea, embora preferisse o molho, que a mostarda é picante, conforme constatei uma única vez... 

E você, caro e raro leitor, "molho ou mostarda"? 

Enquanto você decide vamos escutar a tocante canção do Beto Guedes?

 


Porto Alegre, 1º de setembro de 2017.

Foto: Google

Edu Cezimbra

O Frasista



Ao genial frasista Aparício Torelly, Barão de Itararé.

Porto Alegre, 1º de setembro de 2017.

Design: Canva

Edu Cezimbra