Girando em círculos, baratas tontas - assim parecem os homens -, vistos do alto.
Jogadores atrás de uma bola, caçadores em seus cavalos atrás de uma indefesa raposa, motoristas rodando em seus carros sem parar para descansar, para pensar...
Este estilo de vida "civilizado" parece uma corrida de revezamento, mas sem final, ou melhor, finalidade.
Ou um jogo de futebol, onde os jogadores ficam correndo atrás da bola, dando chutões para fora, em um frustrante 0 X 0 que não termina nunca, haja preparo físico!
Parece um labirinto, em que se entra e se fica girando, girando, pelos mesmos corredores, sem achar uma saída.
Pior, não querendo sair dessa imensa caverna de Platão de um mundo mecanizado, enrijecido e desumanizado.
Somos orgulhosos dessas correntes que nos prendem nessas engrenagens, que nos fazem correr apressados.
Parecemos o coelho de Alice, dando voltas sem cessar, olhando o relógio e com pressa, muita pressa.
Exibimos como provas de sucesso estas correntes presas em caixas sobre rodas, que entram em outras caixas, para trabalhar entre quatro paredes (caixa), voltar para outra caixa, até morrer e ser enterrado em um caixão...
Como definiu argutamente um índio Kaingang, " o povo das caixas":
“O mundo deles é quadrado, eles moram em casas que parecem caixas, trabalham dentro de outras caixas, e para irem de uma caixa à outra, entram em caixas que andam. Eles vêem tudo separado, porque são o Povo das Caixas…”
Paradoxal, não? Nossos círculos viciosos acontecem em quadrados, comprovando, pateticamente, a "quadratura do círculo vicioso"...
Porto Alegre, 22 de setembro de 2017.
Imagem: Pitu Freixas
Edu Cezimbra
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