sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Roteiro de Natal


Muito longe de shoppings decorados, longe de avenidas iluminadas, um casal de humildes refugiados busca um abrigo para passar a noite na beira de uma estrada que corta a floresta devastada.

A jovem de traços nordestinos, marcados pelas privações da seca e da fome carrega em seu ventre uma criança.

O jovem pai, negro quilombola maranhense, acompanha a mulher, apoiando-a com seus braços e ombros em sua vacilante jornada sob um sol abrasador.

À primeira vista parecem um casal de retirantes, mas na verdade são fugitivos de suas terras, pois estão marcados para morrer.

Não queriam ceder aos madereiros e garimpeiros os castanhais da floresta de sua reserva extrativista.

Após um fuga às pressas de Nazaré, seu povoado, e depois de muito caminhar se aproximam de Belém do Pará.

Seus nomes, Maria e José, são muitos comuns naquelas paragens.

Tentaram arrumar pouso em pensões baratas da capital mas seu pouco dinheiro é insuficiente para pagar uma diária.

Depois da longa caminhada, Maria começara precocemente o trabalho de parto, longe de qualquer hospital ou maternidade.

Em desespero buscam um abrigo qualquer para receberem a criança anunciada.

Já anoitecendo, encontram uma barraca de lona preta, dessas usadas em acampamento dos sem-terra.

Exaustos pela longa jornada, com fome e sede, são ajudados por mulheres do acampamento que lhes dão água e macaxeira.

Uma velha parteira recebe a criança que é enrolada em um pano vermelho, uma puída bandeira em que os jovens se veem desenhados.

Então, aos poucos, a gente do acampamento se reúne ao redor da criança, que batizaram de Jesus, pois era noite de Natal.

Uma estrela brilhante paira sobre a lona preta...

Porto Alegre, 23 de dezembro de 2016.

Edu Cezimbra

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Nomes próprios


O professor Policarpo, certo dia, ao fazer a chamada de uma de suas muitas turmas percebeu que tinha um grupo de meninas que faziam jus ao nome. 

O ano escolar já ia pela metade e de tanto repetir seus nomes notou que combinavam com seus caráteres.

Como era professor de literatura percebeu que os nomes próprios se associavam a suas propriedades.

Diva era a mais glomourosa, a diva da turma, com maneirismos de atriz de teatro de revista, sempre cortejada pelos colegas embevecidos pelo seu talento.

Sofia era a mais sábia, ponderada, ajudando as colegas na filosofia, história e interpretação de texto.

Hera era muito apegada às colegas, pronta para ir atrás delas, ciumenta e maternal.

Stela era a estrela da turma, convidada a estrelar os curta-metragens das aulas de cinema.

Petra era a mais firme, uma fortaleza mesmo, fundamental para a estabilidade de grupo tão plural.

Essas 'meras coincidências' surpreenderam o professor Policarpo, com 100 anos de idade, - e ainda longe de se aposentar...

Por um simples fato: já tinha conhecido muitas Divas, Sofias, Stelas, algumas Petras e poucas Heras que não faziam jus aos nomes.

Pensativo, Policarpo fechou o caderno de chamada. Como era um idealista, a exemplo do personagem homônimo de Lima Barreto, considerou que se as pessoas fizessem jus ao nome haveria mais paz e menos guerra, mais selvas e menos machados, mais justos e menos maquiavélicos no mundo.

"Alguns nomes são mais impróprios do que próprios", assim o Professor Policarpo concluiu melancolicamente a sua reflexão...


Porto Alegre, 21 de dezembro de 2016.

Foto: normalistas

Edu Cezimbra

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Resistências



Aqui já te encontravas
Vivendo
Muitos povos espalhados
Pelas matas
Falavas centenas de línguas
Nominavas
Rios, serras, cachoeiras
Animais, árvores e sementes
Para ti mais que coisas
Sabias da floresta
 Os segredos 
Tuas medicinas eram naturais
Raízes, ervas, plantas
Com teus cantos, danças
E crenças
Manténs viva a tua terra
Sagrada

Podias não falar latim
Ou grego
Nem entendias da missa
O latinório
Pois falavas línguas
Africanas
Vindos em navios negreiros
Escondidas em trapos
Trouxeste
Sementes de culturas
Ancestrais
Memórias vivas
De tuas tradições
Sabedorias milenares plenas
De humanidade
Ocultados nos santos dos opressores
Fostes capaz de manter vivos
Os orixás

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2016.

Edu Cezimbra

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Manoel de Barros e a linguagem dos pássaros


"...Me procurei a vida inteira e não me achei - pelo que fui salvo."

Acordei da sesta por Manoel de Barros como passarinho cantando a insignificância ciscando migalhas.

Sonhava os versos de uma letra musicada por um compositor nordestino quando despertei com uma lufada de ar fresco soprado pela boca azul, verde do poeta das inutilidades.

Sua fala mansa trinava água, terra, árvores, murmurando poesia como quem canta no ramo mais alto de um ipê-roxo.

Sem pretensões, nem magnificência, - que esta ele deixa ao encargo de Deus - vai nos cantando novas palavras desprovidadas de sentido mas plenas de significados desocultados.

"Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz"

Era Manoelzinho correndo com seus amigos índios pantaneiros atrás de uma bola na pelada às margens do rio Paraguai.

A sua poesia por ele mesmo recitada é como banho de rio depois de percorrer a trilha inóspita das palavras alinhadas com terno e gravata.

Deixo aqui minha homenagem a Manoel de Barros que virou árvore para atrair mais passarinhos e com isso nos ensinar a 'linguagem dos pássaros':


Porto Alegre, 19 de dezembro de 2016.

Foto: divulgação

Edu Cezimbra

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Entre a ideia e o ideal


Ideias vem e vão
           vãs
           vadias 
Capturadas em pleno
           voo
           viram ideais
Como pássaro na gaiola
      em vão cantam

Ideais sem ações
           sábias
           são vagas ilusões
Destituídas de vigor
            Inócuos
desmancham-se no vazio
                 Voláteis

Ideias vem e vão
           voam
           vigoram
quando pousam
na floresta
        dos  pensamentos
              Pensados juntos
           viram realidade 


BR-386, 15 de dezembro de 2016.

Foto: mural de Moacir na Chapada dos Veadeiros-GO

Edu Cezimbra

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Aniversário


Parabéns! Feliz aniversário!

Muito obrigado!

A nossa data de nascimento tem algo de especial mesmo... 

Quem aniversaria recebe os parabéns dos familiares, amigos e, algo impensável há algum tempo atrás, até do facebook (muitos, obrigado!) 

Não há como não se sentir querido e até muito importante...

Também se fica nostálgico e pensativo: os anos vão se acumulando, primeiro como primaveras, - até que se chega a uma idade que falar de primaveras soa um tanto forçado...

Depois dos 'cinquentinhas' quase 'sessentão' é mais razoável e até digno falar de invernos, e sem esperar a volta da primavera, vamos combinar...

Hoje, quando o amigo Demétrio Xavier, apresentador do "Cantos do Sul da Terra', programa da FM Cultura de Porto Alegre perguntou-me que música queria ouvir em meu aniversário pedi que tocasse  a payada 'Do Tempo' de Jayme Caetano Braun.

Sempre que acho que a pessoa é merecedora declamo para ela a parte final ( por longa) em sua homenagem:
Dentro das filosofias
Dos confúcios galponeiros
Domadores, carreteiros
Que escutei nas noites frias
Acho que a fieira dos dias
Não vale a pena contar
E chego mesmo a pensar
Olhando o brasedo perto
Que a vida é um crédito aberto
Que é preciso utilizar.

Guardar dias pro futuro
É sempre a grande tolice
O juro é sempre a velhice
E de que adianta este juro
Se ao índio mais queixo duro
O tempo amansa no assédio
Gastar é o melhor remédio
No repecho e na descida
Porque na conta da vida
Não adianta saldo médio!
Dei-me conta, ao final, que estava me achando merecedor (compensação de aniversariante que já não comemora primaveras)!

Para quem quiser conhecer a sábia payada 'Do Tempo' desse 'confúcio galponeiro' Jayme Caetano Braun:




 Porto Alegre, 14 de dezembro de 2016.

Edu Cezimbra

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Cordel do Oprimido



Quem aqui chegou veio em caravelas

Atrás de ouro, prata e esmeraldas.

Arrancaram das gentes o que era delas

Usando Bíblia, os canhões e as espadas.

Separaram africanos de suas famílias

Para que não soubessem quem eram elas.

Escravizaram e caçaram os livres índios

Aniquilando sem piedade povos inteiros

Trazendo além de bárbaros extermínios

A mais brutal miséria ao povo brasileiro.


Hoje não viajam mais em lerdos navios,

Embora mantenham a Bíblia e a espada

Não usam mais os canhões em desvarios,

Como forma de dominação da manada.

Seguem arrancando das pobres terras

Suas florestas, rios, cascatas e serras,

Exterminando suas gentes e a natureza

Para encherem suas burras de dinheiro,

Deixando como dívida uma cruel pobreza

E mais miséria para o povo brasileiro. 



Porto Alegre, 13 de dezembro de 2016.

Imagem: xilogravura de Erivaldo 

Edu Cezimbra

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Rebaixamento



Um rebaixamento não é o fim do mundo.

Quando um time grande é rebaixado para a segunda divisão outro grande time sobe ou é campeão.

Isso torna o campeonato muito mais emocionante, não é mesmo?

Aquela luta para não cair é tão grande quanto a para subir...

"Sim, a derrota ensina mais que a vitória se é tudo pelo sport'...

Claro, a flauta também é inevitável mas a vida não é um campeonato de futebol, felizmente.

Um parêntese: tem pessoas, sim, que pautam sua vida pela paixão clubística, religiosa ou política. 

Aí, de fato, podem correr um alto risco de sofrer um rebaixamento intelectual ou mesmo mental.

Felizmente, para muitos, a vida é muito mais que um campeonato de futebol para ficarem 'por baixo' por causa do rebaixamento de seu clube do coração.

Repare que o futebol até pode nos ajudar a ver a vida com outros olhos quando se está 'por baixo'...

Vários grandes times após amargarem um rebaixamento para a série B voltaram e foram campeões, não é mesmo?

Não custa relembrar que na vida não disputamos nenhum campeonato.

O que podemos é aproveitar a vida sem frescuras, parar de achar que estar 'no alto' significa ter poder, prestígio ou muitos bens materiais.

Lamentavelmente, ainda há muita gente que acredita que isso é vencer e ter sucesso na vida quando na maioria das vezes estão é bem 'por baixo' afetiva e animicamente.

Tamanha miséria intelectual e espiritual é digna de compaixão.

Por isso, quando estiveres 'no alto' é aconselhável não olhar 'de cima' quem está 'por baixo' pois podes estar perto de um rebaixamento... 


Porto Alegre, 12 de dezembro de 2016.

Imagem: O Futebol no Inferno, J. Borges

Edu Cezimbra


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Previdência Social


Quantas horas trabalhadas
para com seu suor mendigar
na fadiga de si mesmo isolada
a fome de uma noite sem jantar.
Quem se não enxerga perdido
em torno de vicioso círculo
doente, tonto e sem sentido
na mecânica rotina do dia. 
Para quem se sacrificaria
a cada batida crua do martelo
a se pregar em cruz própria,
Enquanto, por cruel libelo,
aguarda o roçar da foice fria
fazer da morte sua previdência.


Porto Alegre, 09 de dezembro de 2016.

Charge: Vitor Teixeira/ MAB

Edu Cezimbra 

Alta tecnologia



Porto Alegre, 09 de dezembro de 2016.

Foto: Francisco D. Cezimbra

Edu Cezimbra

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Matizes



Mais que ideologias as cores espelham e catalizam nossas emoções básicas, aí sim, sujeitas a manipulações ideológicas.

No Brasil, então, as colorações ideológicas tem se realçado na polarização político-partidária.

Camisas da CBF versus camisas vermelhas da esquerda disputam seu espaço a tapa nas ruas e avenidas das cidades brasileiras.

Esse maniqueismo político irracional contra um partido é muito perigoso para a democracia.

A ojeriza contra o vermelho deixa para o touro...

Mas o Papai Noel tem de ser vermelho (quem pintou de vermelho o Papai Noel foi a Coca-cola)... Embora, às vezes, o 'bom velhinho' se pinte de azul, especialmente neste final de ano, no RS.

Lembro que na minha infância defendia o time do coração porque tinha o azul 'cor do céu'  contra o vermelho 'cor do diabo' do adversário. 

Bem pueril, coisa de guri bobo, se o azul é a cor do céu também é a cor da depressão (blue), podia ser a cor do inferno...

Agora, convenhamos, adultos ficarem brigando por cores partidárias como se fossem times de futebol já é demais, - não bastassem as trágicas brigas de torcidas.

Pobre do arco-íris se ficarmos nesse 'preto no branco'. 

Essa ideia de por 'o preto no branco' pode dar em dias cinzentos.

Muito contraste termina em um borrão, uma confusão danada em que ninguém se enxerga.

'Ou isso ou aquilo', 'ou dá ou desce,' horrível. Que tal lembrarmos mais dos matizes?

Há tantos matizes em apenas uma cor...

Quantos tons de verde nossos indígenas conseguem distinguir no verde da floresta!

Quantos tipos de neve os esquimós sabem diferenciar.

Um jardim é composto de flores de muitas cores para ser atraente. Que monótono um jardim só de uma cor...

Aqui entre nós, se é para apreciarmos todas as cores, ao invés dos 'manifestantes políticos', deixemos para os pintores, que as usam com arte.


Porto Alegre, 08 de dezembro de 2016.

Foto: Francisco D. Cezimbra

Edu Cezimbra

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Do tempo entre costuras



"Os encontros com meu pai abriram meus olhos para uma face desconhecida da realidade. Graças a ele soube que, apesar de os jornais nunca terem contado, o país vivia uma crise de governo permanente; os rumores de destituições e renúncias, as substituições ministeriais, as rivalidades e as conpirações se multiplicavam como os pães e os peixes."
De 'O tempo entre costuras', de María Dueñas, romance ambientado na Guerra Civil Espanhola e na ditadura franquista pinço este trecho que parece ser escrito para contar sobre o hoje.

Não se pode nem escrever o clássico "qualquer semelhança é mera coincidência".

Aliás, como o escritor Luiz Antônio Assis Brasil, também  sinto falta de escritores brasileiros que escrevam romances sobre o seu tempo.

Cabe a pergunta: se o tempo é um continuum espaço-tempo escrever sobre um passado não traz um presente?

Reservadas as diferenças, o excerto do romance descreve claramente uma mesma fórmula ditatorial em qualquer tempo.

O que não invalida o reclamo do Assis Brasil. 

Se hoje temos uma leitura aproximada da realidade agradeçamos aos escritores que ousaram escrever sobre o seu tempo.  

Espero que prossigam publicados e lidos...


Porto Alegre, 06 de dezembro de 2016.

Foto: Divulgação/Boomerang TV

Edu Cezimbra


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Augusto Boal e a ditadura de 1964


Dei-me ao trabalho de editar parte dessa crônica do Otávio Martins Amaral  para assinar embaixo. O jornal em pdf pode ser solicitado pelo e-mail:
 
O TRAMBIQUE LIVRE PUBLICAÇÃO
 
Porto Alegre, 02 de dezembro de 2016.
 
Edu Cezimbra



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Tiradas do facebook


  • O amor acorda a poesia!
  • O capitalismo quer que aprendas a pescar com caniço e anzol enquanto o capitalista pesca com redes de arrastão.
  • Primavera fria, como primoinverno.
  • Abro a porta... beija-flor!
  • "Aprendi a pensar com os ouvidos", Seu Zé (José Dumont), do filme Árido Movie.
  • "O olhar é a luz que sai do olho".'Meu Velho' (Zé Celso Martinez), Árido Movie
  • Odeia política mas vota sempre no BBB.
  •  Eu não vivo daquilo ali, eu faço pra viver. Sérginho da Vassoura, artista popular.
  • E se anunciarem o fim do mundo no mesmo dia da final do campeonato?
  • O Sartori não tem que sofrer impeachment, tem que ser interditado por insanidade mental.
  • Não confunda índios com indianos, como fez Colombo.
  • Receita para a crise do desgoverno atual: basta tirar o 'esse', que o $ é dele$.
  • Um artista não entra pelo cano, entra pelo cânone.
  • Se 1968 é "o ano que não terminou", 2016 também, literal e figurativamente.
  • 2 hashtags que não se usam mais:#NãoVaiTerGolpe #SomosTodosGuaraKaiowá
  • Geddel pediu demissão. Perdeu a cobertura, literal e figurativamente.
  • Uma imprensa cínica e mercenária apóia políticos cínicos e mercenários. 
  • Jornais da Europa e EUA reconhecem Fidel como liderança , só a 'Falha' de SP não.
  • Depois de morto todo mundo fica bom, exceto o Fidel Castro.
  • Hillary, depois de falar com Aécio, pede recontagem de votos nos EUA.
  • Fidel Castro segue na fronteira entre o céu e o inferno à espera de visto.
  • Fidel preferiu entrar para a História, mas na dúvida o chifrudo fugiu para Miami.
  • Por que Fidel foi acusado de ditador pela Falha SP? Porque não é 'o nosso ditador'.
  • Todo caixa 2 recebido com boa-fé será perdoado.
  • Com medo do Trump tem republicano querendo votar na Hillary.
  • O desgoverno virando o país pelo avesso e gente preocupada com um carro virado.
  • Nos desgovernos Temer e Sartori foram mantidas as faculdades, exceto as mentais. 
  • - Enquanto tem farinha vou fazer bolo...
    - Mas presidente, o povo não tem pão.
    - Que comam brioche...
  • "Quando a ditadura é um fato, a revolução é um dever." Epitáfio de Amadeu de Prado
  • PEC55 aprovada nas caladas da noite e das panelas de sacada.
  • Cena matinall: os raios de sol se infiltram por entre as copas das imensas árvores e vem aquecer os primeiros cachinhos de uvas em cima da romanzeira.
  • Para quem conheceu o Nixon e o Reagan, Bush, pai e filho, o Trump é só mais um rancheiro rico nesse filme de cowboy ...
  • Não demora vão crucificar o Papa.
  • Pai, por que tu segue falando se ninguém te ouve?
    - Pra deixar registrado. 
     
    Facebook, novembro de 2016.
     
    Edu Cezimbra