A figura do papagaio de pirata é clássica, quase clichê: o papagaio sempre aparece no ombro do pirata, repetindo as suas ordens.
Ao papagaio, um bicho sabidamente inteligente, não lhe agrada este papel patético:
- Tô fraco...Cansado de ser um papagaio de pirata!
O pirata que não se incomodava com clichês, gritou:
- Isso é um motim, seu marujo linguarudo! Para a prancha, seu...seu... amotinado!!!
- Currupaco...papaco... - gaguejou o papagaio, sem palavras diante da ameaça.
- Se pensares em fugir, vou te por a ferros, marujo bicudo!!!
- Levantar âncora! - repetiu o papagaio - tentando distrair o feroz capitão do navio pirata.
Ao que o pirata, condicionado, repetiu pela enésima vez:
- À toda vela, para a Ilha do Tesouro!
O papagaio respirou aliviado e pensou com suas penas:
- Tão clichê quanto um papagaio de pirata é um pirata de papagaio...
Moral da fábula: piratas não existem sem papagaios.
Porto Alegre, 21 de novembro de 2019.
Imagem: cartaz de "O Trapalhão na Ilha do Tesouro", Google
Edu Cezimbra
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