A água e o vinho se conheceram em um jantar chique, desses que servem água e vinho.
O vinho, muito sociável, foi logo se apresentando:
- Olá, eu sou o vinho, muito prazer.
A água, muito esquiva, foi formal:
- Como tens passado?
- Vamos fazer um sagu? - provocou o vinho.
- O que é isso? Eu sou uma água pura!!!
- Não te ofende comigo, eu sou espirituoso!
- É que eu sou muito transparente.
- Eu sou bonito e gostoso, não queres experimentar?
- Hum, que convencido!!!
- É que eu sou um vinho caro!
- Não parece...
- Ah, és "enólagua"! - riu-se o vinho com o trocadilho infame.
- Não, não sou enóloga, mas reconheço alguém com alto teor alcoólico.
- Não me leve a mal, vou beijar-te agora!
- Vai tomar banho!!!
- Só se for contigo...
O assédio parou, de repente, quando o vinho acabou e a água, por milagre, transformou-se em vinho.
Moral do apólogo: a cerimônia prossegue enquanto tem vinho, depois todos perdem a cerimônia.
Porto Alegre, 17 de dezembro de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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