Um rato roía um pedaço duro de queijo quando foi atacado por um gato.
Escapou, por um triz, por uma fresta na parede em que o gato não conseguia entrar.
O gato, embora frustrado, não desistiu, deitou-se perto da toca, e se fez de morto.
- Rato?!...Vamos brincar um pouquinho?
O rato riu-se fininho antes de responder:
- Gato, o que vês como "brincadeira" para mim é questão de vida e morte.
O gato enfiou inutilmente a pata na fresta e após ronronou ladino.
- Toca na minha pata e sente como é fofinha...
O rato recuou assustado e lembrou ao gato:
- A pata é fofinha, mas as garras que ela esconde são afiadas...
O gato mexeu o rabo, sinalizando a preparação para o ataque fatal.
- Ando tão solitário nesta casa grande... não queres ser meu amigo?
O rato: - Tá brincando?!!!... Eu sou um rato e tu és um gato!
O gato: - Não tô, não!!!, por que um gato e um rato não poderiam ser amigos em nome da concórdia, da tolerância, da paz universais - caprichou no discurso o esperto gatuno.
Não sabia que estavas em plena campanha eleitoral, vais concorrer ao senado? - gargalhou, de nervoso, o acuado ratinho.
- Ora, vamos... tudo pela governabilidade da casa, temos que acabar com essa balbúrdia - miou sedutoramente o gato tentando ganhar um eleitor, ou seja, uma refeição.
- Gato sabido, mas eu não sou um leão e tu não és um gato de botas. Faze-te de sapo, mas estás mais para escorpião - sentenciou o experiente rato, conhecedor da natureza humana, digo, felina.
Moral da fábula: bobo é o sapo para ser enganado pelo escorpião.
Porto Alegre, 2 de dezembro de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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