segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Gato e o Rato


Um rato roía um pedaço duro de queijo quando foi atacado por um gato.

Escapou, por um triz, por uma fresta na parede em que o gato não conseguia entrar.

O gato, embora frustrado, não desistiu, deitou-se perto da toca, e se fez de morto.

- Rato?!...Vamos brincar um pouquinho?

O rato riu-se fininho antes de responder:

- Gato, o que vês como "brincadeira" para mim é questão de vida e morte.

O gato enfiou inutilmente a pata na fresta e após ronronou ladino.

- Toca na minha pata e sente como é fofinha...

O rato recuou assustado e lembrou ao gato:

- A pata é fofinha, mas as garras que ela esconde são afiadas... 

O gato mexeu o rabo, sinalizando a preparação para o ataque fatal.

- Ando tão solitário nesta casa grande... não queres ser meu amigo?

O rato: - Tá brincando?!!!... Eu sou um rato e tu és um gato!

O gato: - Não tô, não!!!, por que um gato e um rato não poderiam ser amigos em nome da concórdia, da tolerância, da paz universais - caprichou no discurso o esperto gatuno.

Não sabia que estavas em plena campanha eleitoral, vais concorrer ao senado? - gargalhou, de nervoso, o acuado ratinho.

- Ora, vamos... tudo pela governabilidade da casa, temos que acabar com essa balbúrdia - miou sedutoramente o gato tentando ganhar um eleitor, ou seja, uma refeição.

- Gato sabido, mas eu não sou um leão e tu não és um gato de botas. Faze-te de sapo, mas estás mais para escorpião - sentenciou o experiente rato, conhecedor da natureza humana, digo, felina.

Moral da fábula: bobo é o sapo para ser enganado pelo escorpião.

Porto Alegre, 2 de dezembro de 2019.

Imagem: Google

Edu Cezimbra


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