"O tempo não deixa nada ser verdade para sempre."
Esse verso do Mahabharata, um dos livros sagrados do hinduismo, pode causar indignação e até perplexidade em muitos de nós.
É o problema de versículos citados isoladamente, sem contextualização.
Contextualizemos, pois...
O versículo acima foi dito por um dos muitos reis da epopeia hindu rejeitando laços de infância como sua nova verdade.
- Não seja tolo! Você não passa de um desgraçado vagabundo. Tudo isso passou. Agora sou rei, e devo ter meus amigos e inimigos entre os meus iguais.
O velho amigo de infância, que fora um igual, agora não é mais...
O mito continua, mas não vem ao caso.
O que importa aqui é a contextualização do versículo, que lido isoladamente, possibilita uma versão diferente do texto.
"Tudo isso passou", diz muito do risco da distorção da verdade, igualdade e historicidade para a democracia.
Livros sagrados não deveriam ser mal interpretados ou mesmo usados para oprimir os desiguais...
Porto Alegre, 24 de março de 2024.
Imagem:Narthaki
Edu Cezimbra
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