sexta-feira, 5 de abril de 2024

O Laço e o Nó

 


Cada dia que se vive morre-se um pouco

Nada do que vivo é imune à morte 

Quem vive cada dia tem ouvido mouco

Ao chamado da cortadeira da sorte.


Não teme a morte quem a vida ama

A vida é pois o que dela a morte reclama

A obstinada ceifadora gosta do laço forte

Para assim implacável não errar o corte.


Mas mais vale o laço forte com a vida

Do que o nó apertado sem piedade e sem dó

A sufocar a vida com o medo da morte.


Então ao fim e ao cabo da dura lida

O que se leva depois de tudo é tão só

O que tudo se viveu com amor e arte.



Porto Alegre, 5 de abril de 2024.

Imagem:Google

Edu Cezimbra

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