Cada dia que se vive morre-se um pouco
Nada do que vivo é imune à morte
Quem vive cada dia tem ouvido mouco
Ao chamado da cortadeira da sorte.
Não teme a morte quem a vida ama
A vida é pois o que dela a morte reclama
A obstinada ceifadora gosta do laço forte
Para assim implacável não errar o corte.
Mas mais vale o laço forte com a vida
Do que o nó apertado sem piedade e sem dó
A sufocar a vida com o medo da morte.
Então ao fim e ao cabo da dura lida
O que se leva depois de tudo é tão só
O que tudo se viveu com amor e arte.
Porto Alegre, 5 de abril de 2024.
Imagem:Google
Edu Cezimbra
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