"A fama perturba o senso da realidade, talvez tanto quanto o poder, e além disso é uma ameaça constante à vida privada", confessa Gabriel García Márquez, famoso escritor colombiano.
Gabo diz isso com a autoridade de quem conhece ambos, pessoalmente.
O que me inspira a seguinte digressão: o poder da fama e a fama, ou pior, a "má fama" do poder.
O poder da fama é o de levar o famoso aos fechados clubes dos donos do mundo em que o público é privatizado.
Por outro lado, a vida privada é ameaçada pelo público, afinal este quer saber mais do agraciado pela fama...
A fama ou a "má fama" do poder é que este possibilita que o privado sequestre o público dando espaço para a tão falada quanto mal compreendida corrupção.
Já disse alguém que "o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente".
Gabriel García Márquez conclui assim sua "confissão": "Infelizmente, ninguém acredita nisso até sofrer na pele".
Essa "doença epidérmica", concluo eu, é incurável, porque as "inúteis ambições e os desejos febris" são "humano, demasiado humano".
Portanto, se a doença é incurável é preciso buscar paliativos, sendo o principal deles a Democracia...
Porto Alegre, 13 de abril de 2024.
Imagem:Gabriel García Márquez e Shakira, Google
Edu Cezimbra
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