terça-feira, 13 de abril de 2021

A Perdiz e o Perdigueiro

 


Um ágil perdigueiro farejava uma perdiz para seu dono caçador.

Por entre o capinzal alto da campina repousava uma pequena perdiz.

Apontando o seu sensível focinho de faro fino em direção ao ninho da perdiz, o perdigueiro estacou na clássica pose de cão de caça.

Aguardou impassível o derradeiro voo da perdiz.

Qual não foi sua surpresa ao ver que a perdiz não alçou voo.

O perdigueiro quedou-se paralisado de surpresa, mas conseguiu exclamar.

- Perdiz abobada, por que não voas, sempre fizeste isso!

A perdiz foi saindo à francesa, aproveitando a paralisia do perdigueiro, não sem antes dizer:

- Sou ave, mas não sou pato, além do que sou velha e já vi muita perdiz bancando o pato!

- Olha eu aqui, tens que voar assustada - rosnou o cão.

- Cachorro que está parado não morde - piou a perdiz.

O infeliz perdigueiro voltou cabisbaixo para o seu dono, abanando o rabo.

- O que houve, Peralta, parece que viste fantasma!

Peralta apenas ganiu aborrecido, matutando.

- Essa perdiz é subversiva, não é pato que se assusta com perdigueiro, se ensina para as outras estou desempregado...

Moral da Fábula: Perdiz que não se assusta com cachorro não é pato.


Porto Alegre, 13 de abril de 2021.

Imagem: Google

Edu Cezimbra

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