Um ágil perdigueiro farejava uma perdiz para seu dono caçador.
Por entre o capinzal alto da campina repousava uma pequena perdiz.
Apontando o seu sensível focinho de faro fino em direção ao ninho da perdiz, o perdigueiro estacou na clássica pose de cão de caça.
Aguardou impassível o derradeiro voo da perdiz.
Qual não foi sua surpresa ao ver que a perdiz não alçou voo.
O perdigueiro quedou-se paralisado de surpresa, mas conseguiu exclamar.
- Perdiz abobada, por que não voas, sempre fizeste isso!
A perdiz foi saindo à francesa, aproveitando a paralisia do perdigueiro, não sem antes dizer:
- Sou ave, mas não sou pato, além do que sou velha e já vi muita perdiz bancando o pato!
- Olha eu aqui, tens que voar assustada - rosnou o cão.
- Cachorro que está parado não morde - piou a perdiz.
O infeliz perdigueiro voltou cabisbaixo para o seu dono, abanando o rabo.
- O que houve, Peralta, parece que viste fantasma!
Peralta apenas ganiu aborrecido, matutando.
- Essa perdiz é subversiva, não é pato que se assusta com perdigueiro, se ensina para as outras estou desempregado...
Moral da Fábula: Perdiz que não se assusta com cachorro não é pato.
Porto Alegre, 13 de abril de 2021.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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