Necromante é "Nego Mau".
Assim mia o gato Bacana, denunciando mais um ataque do gato vagabundo que ronda o seu território.
O nome do gato invasor deve-se ao fato do mesmo ser um grande gato preto.
Já o "Nego Mau" era um epíteto usado antigamente para rotular pessoas negras e pobres na pequena cidade interiorana.
Eram meninos que saíam do "outro lado da ponte" e vinham ao centro para engraxar sapatos e ganhar alguns trocados.
Então, "nego mau" era sinônimo de "engraxate".
Quando os "negos maus" apontavam no alto da esquina a gurizada da "zona" debandava em disparada em direção à segurança de suas casas.
Da mesma forma, os gatos fazem isso quando avistam o "Nego Mau".
Por isso é que miam: "Necromante é Nego Mau".
Difícil é convencer o Bacana e seus primos que essa é uma expressão racista.
É que o Bacana, como sabem meus caros e raros leitores, é um "gato de biblioteca" e lê Jung.
Veja como são as coisas: o inconsciente coletivo capturou até o gato Bacana...
Moral da fábula: não basta mi mi mi, é preciso assumir.
Porto Alegre, 28 de setembro de 2021.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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