Quando a Vida encontra a Morte:
- Morte, por favor, não me leve, ainda, tu não tens piedade, és sempre implacável, ceifadora insaciável?
Quando a Morte encontra a Vida:
- Vida, não me queiras mal, mas tu não tens solidariedade, és sempre egoísta na tua semeadura?
A Vida, que nunca quer acabar prossegue com sua argumentação:
- Morte, tu precisas fazer uma dieta, estás gorda de tanto me devorar.
A Morte, que nunca falha, continua defendendo sua missão:
- Vida, tu precisas dar lugar a outra vida, estás magra de ruim que és.
A Vida, por instinto e por apego não aceita a Morte:
- Morte, tu que és má, eu sou boa.
A Morte, por dever e por prática consola a Vida:
- Vida, não vai doer nada, quem sofre não é o morto, mas quem não morreu.
A Vida aceita a Morte quando é chegada a hora...
Moral do apólogo: vida breve, morte longa.
Porto Alegre, 7 de agosto de 2023.
Imagem: Morte e Vida Severina
Edu Cezimbra
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