"(...) e também porque, onde não encontrei aquilo que precisava, tive que conquistá-lo artificialmente, falsificá-lo, criá-lo ficticiamente para mim (... e que outra coisa fizeram jamais os poetas? e para que existiria toda a arte no mundo?)."
A citação de Nietzsche é do prefácio de "Humano, Demasiado Humano" e atrevo-me, com toda a humildade, a interpretá-la.
"Conquistar artificialmente": uma conquista artificial (sem IA), um artifício feito pelo homem.
"Falsificação": falso, que não é verdadeiro, o que falta com a Verdade.
"Criar ficticiamente": fazer uma ficção, o que não é real, fictício, que escapa da realidade.
Poetas, para Nietzsche, são portanto os humanos que artificialmente conquistam através da falsificação da Verdade a ficção da realidade.
Humano, demasiado humano.
E quem sou eu para contestar Nietzsche... e Manoel de Barros...
Porto Alegre, 24 de outubro de 2025.
Imagem:Nietzsche, Google
Edu Cezimbra

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