Por Eduardo Sejanes Cezimbra
Por que falar em Jorge Amado nessa altura do campeonato?
Jorge Amado é o mais baiano dos grandes escritores brasileiros ou o mais brasileiro dos grandes escritores baianos.
Nascido em Itabuna, na fazenda do seu pai, logo mudou-se para Ilhéus onde se criou.
Desde criança demonstrou talento para escrever. Logo abandonou a escola e foi trabalhar na fazenda de onde voltou para Salvador onde trabalhou em vários jornais da cidade.
Desde cedo, aproximou-se do candomblé, tornando-se com o tempo Obá Arolu, ministro de Xangô.
Jorge Amado combinou a literatura com a militância comunista, o que o faz um escritor marcado pela crítica como um propagandista político a serviço do Partidão.
Desse período é o livro “O Cavaleiro da Esperança” em que conta a vida e o ideário de Luis Carlos Prestes com o intuito de libertá-lo da prisão do Estado Novo varguista.
Não há demérito algum escrever panfletos políticos denunciando as injustiças sociais e a perseguição política do povo pobre oprimido da Bahia, especialmente a repressão policial de seus locais de culto religioso.
Tanto que ao se eleger deputado constituinte em 1945 foi autor de lei que instituía a liberdade de culto e descriminalizava as práticas religiosas de matriz africana.
Pela suas obras de denúncia social das péssimas condições de vida dos trabalhadores brasileiros foi perseguido e passou diversos períodos preso.
Depois da fase militante seguiu escrevendo muito e suas obras sempre buscaram captar a alma do povo baiano em suas mais variadas manifestações populares.
Por isso é importante seguir lendo seus livros e falando de Jorge, amado do povo baiano e brasileiro.
Obras
Romance:O país do carnaval (1931); Cacau (1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar Morto (1936); Capitães da areia (1937); Terras do sem-fim (1942); São Jorge dos Ilhéus (1944); Seara vermelha (1946); Os subterrâneos da liberdade (1952); Gabriela, cravo e canela (1958); Dona flor e seus dois maridos (1967); Tenda dos milagres (1970); Teresa Batista cansada de guerra (1973); Tieta do agreste (1977); Farda, fardão e camisola de dormir (1979).
Novela: Os velhos marinheiros (1961); Os pastores da noite (1964).
Biografia: ABC de Castro Alves (1941); Vida de Luís Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança (1945).
Teatro: O amor de Castro Alves, reeditado como O amor do soldado (1947).
Publicado originalmente em Ecologia dos Saberes - Alfabetização e Descolonização Culturaus
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