quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

A Bala e a Pólvora


A pólvora botou os exércitos em polvorosa quando surgiu na Europa.

- Por minha causa a Europa virou um barril de pólvora!

A bala sofreu um abalo e foi logo reclamando com o canhão:

- Até parece que descobriram a pólvora!

O canhão foi quem aprovou.

- Eu vou é mandar bala!

A bala e a pólvora sempre mantiveram uma relação explosiva.

Bastava uma faísca e BUM!!!, lá se ia a bala explodir em outra freguesia.

Foi tamanho o poder da bala e da pólvora que um certo rei mandou inscrever em seus canhões: ultima ratio regum, “a última razão dos reis”.

O canhão exibia com férreo orgulho a inscrição latina embora desconhecesse o significado.

Sabia da sua importância pelos sinais de aprovação dos oficiais e soldados depois de tiro bem dado.

Desse modo muita pólvora e chumbo quente foram espalhados mundo a fora.

E o canhão cada vez mais cheio de razão dos reis…

- Comigo é assim: eu prendo fogo e arrebento!

O tempo passou e o canhão de ferro fundido virou peça de museu militar.

O que não impediu que essa “tradição” passasse de pai para filho.

Isso até o aparecimento das temidas “bombas voadoras”, mísseis teleguiados e, ultimamente, pelos infalíveis drones.

Tanto é que os drones estão reivindicando a máxima: “nós somos os drones do mundo”.

Moral da apólogo: não precisa ter razão quem tem drones.


Porto Alegre, 9 de janeiro de 2020.

Imagem: Siege of Orleans, Google

Edu Cezimbra

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