Quando um presidente tenta ler "O Príncipe" do Maquiavel é porque tenta ser "maquiavélico".
Como o livrinho do Nicolau tem muitas palavras e pensamentos profundos acaba consultando seu apoiador, que é médium.
- Divago, preciso urgentemente que tu fale com o o tal do maquiavélico, que os meus ministros e assessores não estão dando conta.
Divago fecha os olhos, põe a mão nos olhos e começa a escrever freneticamente.
Seu auxiliar lê para o presidente as primeiras linhas psicografadas de Maquiavel:
- "O Príncipe" não deve ser apenas bondoso, mas fazer o mal quando necessário.
O consulente balança a cabeça em aprovação...
- "O Presidente" não deve ser apenas "bodoso"... coaf...coaf...tosse o auxiliar constrangido.
- Não entendi isso daí - reclama o presidente.
Divago escreve mais uma frase:
- "O Presidente" não pode fazer só mal desnecessário sob pena de perder a cabeça!
O consulente vira as costas e bate em retirada sem se despedir...
- Presidente!... presidente!... Volte aqui!... Ainda não acabou a psicografia, tem mais: Maquiavel diz que a inteligência do presidente é medida pela escolha de seus ministros!
Como resposta, "o presidente" sai enfurecido, batendo a porta do centro espírita, para consternação de Divago e seu auxiliar.
Divago não consegue parar com a escrita automática e recebe uma mensagem de Shakespeare: Hamlet não leu "O Príncipe"; Ricardo III leu e não entendeu nada e este presidente não tem cavalo que o salve.
Porto Alegre, 20 de janeiro de 2020.
Imagem: Superinteressante, Google
Edu Cezimbra
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